Carreira

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Ninguém é insubstituível?

publicado por André Sousa

Estava de boa hoje lendo meus “emelhos” e topei com um e-mail do Kaneko que achei bem interessante. Eu já ouvi algumas vezes a frase “ninguém é insubstituível”. Mas, será que sempre isto é verdade? Será que podemos sempre substituir um por um, dois ou três e ter o mesmo resultado? Este texto tem uma certa dose de drama, mas acho perfeito para refletirmos sobre o real valor do talento humano! Leiam e façam seus comentários!

Na sala de reunião de uma multinacional o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores.

Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça: “ninguém é insubstituível”.

A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio.

Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça.

Ninguém ousa falar nada.

De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o

atrevido:

– Alguma pergunta?

– Tenho sim.

-E Beethoven?

– Como? – o encara o diretor confuso.

– O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?

Silêncio……

O funcionário fala então:

– Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso.

Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar.

Quem substituiu Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra? Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman? Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso? Zico? etc…

Todos esses talentos marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, são sim insubstituíveis.

Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa.

Está na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia em reparar seus ‘erros/ deficiências’ .

Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo , se Picasso era instável , Caymmi preguiçoso , Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico …

O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos.

Cabe aos líderes de sua organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.

Se seu gerente/coordenador , ainda está focado em ‘melhorar as fraquezas’ de sua equipe corre o risco de ser aquele tipo de líder/ técnico, que barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo. E na gestão dele o mundo teria perdido todos esses talentos.

Seguindo este raciocínio, caso pudessem mudar o curso natural, os rios seriam retos não haveria montanha, nem lagoas nem cavernas, nem homens nem mulheres, nem sexo, nem chefes nem subordinados . . . apenas peças.

Nunca me esqueço de quando o Zacarias dos Trapalhões ‘foi pra outras moradas’. Ao iniciar o programa seguinte, o Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim: “Estamos todos muito tristes com a ‘partida’ de nosso irmão Zacarias… e hoje, para substituí-lo, chamamos:… . Ninguém …pois nosso Zaca é insubstituível”

Autor

Trabalhando há 17 anos no mercado de TI tive minha atuação sempre ligada ao atendimento a clientes. Iniciando a carreira como suporte técnico em um provedor de internet, adquiri ao longo deste tempo experiência com administração de rede, administração de banco de dados Oracle, desenho de soluções em infra-estrutura, gerência de equipe de suporte e gerência de projetos. Aplico esta experiência hoje na consultoria para empresas na avaliação de projetos e melhoria dos processos de suporte aos usuários da instituição, envolvendo os seguintes temas: - Otimização de equipes de suporte - Gerência de Projetos - Projeto de datacenters com foco em virtualização - Alta disponibilidade - Recuperação de desastres - Proteção e segurança de dados Nas horas vagas, realizo trabalhos voluntários com grupos de jovens, tendo atuado como responsável de grupo por três anos e, atualmente, coordenador da equipe de comunicação regional desses grupos. Fotos, vídeos, viagem e mergulho são meus hobbies. Mais? E-mail me: andre at andresousa.org Linked In: http://br.linkedin.com/in/avfsousa Siga-me: http://twitter.com/invoid

André Sousa

Comentários

10 Comments

  • Infelizmente, muitos gestores da Geração X ainda pensam dessa forma, que não existem pessoas insubstituíveis. Essa semana, um dos gestores de onde trabalho soltou essa celebre frase ao se referir a um subordinado, geração Y, que foi conversar para ter outras atividades mais “atraentes”, pois com o seu nível de conhecimento, ele estava se sentindo subutilizado na atividade que vem exercendo. É uma pena, pois grandes empresas perdem muitos e bons talentos devido aos seus gestores pensarem dessa forma.

  • Sou da geração “X” e não penso assim. Acho que as pessoas talentosas são mesmo insubstituíveis e fico inconformado quando constato o que André Souza descreveu que as empresas acham que as pessoas são peças. Isso é fato. Lamentável por sinal. Parabéns pelo texto. As pessoas não são peças, são pessoas, a época do “faça e não pense” já passou faz tempo.

  • Que texto lindo, meu querido amigo Deco. Você é um orgulho! =) Sucesso sempre!!!

  • Excelente artigo, parabéns !
    Empresas que não tem a visão errada das coisas e que valorizam o profissional como ser humano, estão se saindo muito bem.

    Abraços

  • Excelente Artigo e esta é uma pratica comum inclusive para inibir e assustar os funcionarios mas na realidade o que ocorre é justamente o que você mencionou pois empresas mal assessoradas por empresas até então espcialistas ou até mesmo por gerentes inexperientes que muitas vezes ocupam este cargo por intermédio do famoso QI.
    É isso ai meu amigo, falou tudo.

    Grande Abraço

  • Muito bom o texto…. pena que algumas empresas tem um visao micro nao olhando com uma visão mais MACRO…

  • Agora também estamos encontrando outra realidade: a de que nenhuma empresa é insubstituível…

  • Parabéns pelo post. Realmente, no mercado atual estamos a evoluir e esta visão é fundamental para as lideranças. Mais uma vez, parabéns!

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