Faz parte do ser humano aprender para evoluir. Nascemos e começamos imediatamente a aprender. Aprendemos até morrer, ou quase isso. Aprendemos sobre tudo, o que vemos, o que sentimos, o que vivemos. Esse aprendizado natural das pessoas nada tem em comum com o conhecimento que detemos para desempenhar nossas atividades profissionais. Obviamente a experiencia de vida acaba influenciando, sim ! E nos tornando melhor (ou piores) profissionais. Vamos falar sobre uma tarefa difícil quando se fala em aprendizado: o começar de novo de um profissional.
Muita gente pensa que, após anos na faculdade, nunca mais precisarão estudar de novo. Ou que no máximo farão algum tipo de especialização. Estão enganados. Pelo menos na área de TI, onde a evolução é constante e paradigmas são quebrados com frequencia, temos que estar antenados ao que acontece no mercado e investir na capacitação de acordo com o caminho que traçamos como profissional.
Até os anos 90, os profissionais especializados não tinham muito mais o que aprender para serem capaz de produzir. Não como hoje. Você saia de um emprego, ia pra outro, e as arquiteturas e linguagens de programação continuavam as mesmas. O esforço de atualização de um profissional era mínimo. Mas apartir do ano 2000, com a decentralização das arquiteturas e com o surgimos de plataformas mais seguras, confiáveis e robustas, não só a quantidade de assuntos diferentes aumentou consideravelmente, quanto a quantidade de funções ao redor destas plataformas também aumentou. Se nos anos 80, 90 ouvíamos muito falar em programador, analista de sistemas e de suporte, agora temos N tipos de analistas, de desenvolvedores, e até funções curiosas como o Futurista ou Engenheiro Social.
Essa transição de um modelo pro outro, costuma ser conplicada, e muitas vezes inviável para quem está em fim de carreira. Mudar de Análise Estruturada para Orientação a Objeto é como água pro vinho. Sair do Cobol para linguagens orientadas a evento e objetos idem. Isso pra ficar no âmbito do desenvolvimento. Mas esse é um caminho inevítavel, e que para o qual as gerações mais recentes estão melhor preparadas.
Não deixe que um evento de maior magnitude, como a perda do seu amado emprego de décadas, desencadeie uma crise na sua vida. Pare e pense, hoje, como estão seus coonhecimentos em relação ao mercado, às tendências. Você acha que se empregaria facilmente, com os conhecimentos que tem ? Acredita mesmo que seus 20 anos na lingaugem XYZ te fazem a ultima bolacha do pacote, mesmo que XYZ seja usado por apenas 50 empresas no mundo todo ?? Ou que seu inglês “técnico” ainda seja suficiente para um mundo cada vez mais global ???
Se você respondeu 3 vezes SIM, comece a se preocupar. A realidade é completamente diferente, e você precisa acordar antes que seja tarde (lembra de zona de conforto que tanto falam ?) ! Eis as áreas onde as empresas estão planejando investir ou já estão investindo:
- Mobilidade: Desenvolvimento para plataformas móveis é mais do que moda. É um mercado crescente que as empresas não podem mais ignorar. Nem você. O número de aplicações móveis só cresce, o número de smartphones idem.
- Cloud: Não quero discutir o valor de Cloud, nem se é revolução ou não. Pra mim não é, mas as empresas estão cada vez mais buscando gente qualificada para lidar com o assunto, principamente no campo de IaaS (infraestrutura como serviço). Na prática, quem entrega são os mesmos que já cuidavam de infraestrutura antes. Mas serão cada vez mais demandados e desafiados.
- Information Management & Analitics: Se no passado as informação estavam em sistemas proprietários ou com as pessoas, hoje encontra-se de tudo nas redes sociais e demais canais de comunicação. Análise de dados, estruturados ou não, é uma demanda crescente, e ainda não existem padrões a seguir. Chance de começar em algo realmente novo. Aqui estão também as soluções de BI (Business Inteligence).
- SAP: Ainda líder de mercado, e ainda em crescimento, sofre com falta de profissionais qualificados. O problema aqui é como se qualificar. A Academia requer um investimento significativo.
- Gestão de Projetos e Programas: Finalmente a maioria das empresas está ciente que o gerente de projetos não é uma evolução do desenvolvedor. São carreiras distintas. Não vou discutir a validade de ter sido técnico antes. O ponto aqui é que cada vez mais temos projetos com gerentes de projetos formais, e não somente bons técnicos coordenando. Para aqueles que são organizados, têm boa comunicação, facilidade de lidar com pessoas e coordenar atividades, esse pode ser o caminho. E ainda há o Gerente de Programas e o Escritorio de Projetos (PMO).
Obviamente, na área de desenvolvimento existem as arquiteturas e as linguagens mais usadas. Quis dar uma ênfase maior em outras áreas que as vezes passam despercebidas.
E quanto ao idioma ? Consigo viver só falando português ? Claro que consegue ! Mas obviamente sua área de atuação fica muito limitada. Hoje em dia, é muito comum que projetos tenha equipes de paises distintos, ainda mais em empresas multinacionais. O inglês é básico, mas não é o fim do mundo não falar fluentemente. E quanto ao espanhol ? Curiosamente descobri há uns 2-3 anos que a America Latina não fala inglês. Meu contato no país sempre falava, mas o cliente muitas vezes não. Se quer fazer negócios na Argentina, Chile, Uruguai ou outro páis que fale espanhol, você precisa se comunicar no idioma deles. Obviamente muitos se safam muito bem com o famoso “portunhol”. Mas, cá entre nós: falar espanhol hoje é importante também ! Diria até que é o diferencial, já que a grande maioria já fala inglês.
Não perca tempo. Analize sua empregabilidade e tomo decisões pró-ativas para sua carreira. Não deixe que estas ações sejam tomadas apenas quando vc não tem mais emprego. E também não espere que a empresa onde trabalha seja responsável pela sua qualificação. A Carreira é sua, e sempre será.