Você já percebeu que muitas vezes, ao analisarmos uma determinada decisão achamos que a solução poderia ser outra, ou que a saída encontrada por seu chefe ou por seus pares não foi boa por conta do rumo que foi dado a determinado problema?
Esta sensação é muito comum quando se trabalha em equipe pois está atrelada a forma como cada um analisa e compreende as situações vivenciadas, pois ao buscarmos uma alternativa, cada um de nós aciona nossas experiências, vivências, saberes, valores e procura agir de acordo com seu “bom senso”.
Quando refletimos sobre determinadas situações na qual teríamos tomado outras atitudes, costumamos dizer que a pessoa não teve bom senso, isso evidencia que em nosso julgamento faríamos de outra forma, ou seja, na realidade estamos discordando da “faculdade de apreciar e julgar com ponderação e discernimento” (Fonte: Dicionário Houaiss) dessa pessoa.
Nesse sentido, o chamado “bom senso” depende diretamente da análise que cada individuo faz da ação do outro, neste caso é utilizado em argumentações associadas às noções de sabedoria e de razoabilidade, definindo por consequência, a capacidade que uma pessoa possui/ou deveria possuir, de adequar regras e costumes à determinadas realidades, com isso fazendo bons julgamentos.
Em projetos de TI, é comum ouvirmos dizer que fulano não levou em conta o bom senso, sobretudo quando o resultado final é agravado por uma decisão que tenha dado errado, quando a questão é polêmica então essa afirmação já surge antes mesmo de se aguardar o resultado da mesma.
Um exemplo típico desta situação: quando um consultor, analista sistemas ou técnico informa e justifica para o seu gerente que uma determinada atividade planejada não poderá ser cumprida e que será preciso dar uma nova rota ao plano de trabalho. E então, o gerente mesmo considerando as argumentações de seu colaborador, insiste no planejamento acordado, por uma série de motivos. Se o planejamento mantido não absorver qualquer atraso, certamente alguns dirão que faltou bom senso.
Esta situação é muito comum em projetos de TI, faz-se necessário que se estabeleça diálogo entre toda equipe, a fim de se negociar a partir das condições objetivas do projeto qual a melhor alternativa, se a solução for construída coletivamente, com a participação de todos, a chance de acerto será maior, caso contrário, provavelmente poucos dirão que faltou bom senso, já que o mesmo foi validado e compartilhado com todos, afinal nem sempre ter bom senso é garantia de sucesso, não é mesmo?
O que o gerente pode fazer nestas situações é deixar claro que todos são importantes e que serão sempre “ouvidos”, por meio de uma escuta sempre atenta e respeitosa. Uma das responsabilidades vitais de um líder é proporcionar um ambiente de diálogo, o mais saudável possível, onde não se evita o conflito, ao contrário, onde ele é bem vindo, pois por meio dele negociamos novas saídas e encontramos boas alternativas de superação de um problema, o maior equívoco é evitar conflito porque logo se acredita que ele é sinônimo de brigas e desentendimentos, o que não é verdade. Podemos ter um ótimo ambiente de trabalho entre pessoas que divergem em suas opiniões e sugerem soluções por vezes opostas, é assim que se avança sempre.
Qualquer pessoa em um projeto no qual se sinta respeitado e parte integrante de um time, não medirá esforços para trabalhar em sentido do sucesso de um projeto, desde que se sinta parte de um grupo que respeita as diferenças, afinal o que temos de igual é o fato de sermos diferentes. As pessoas tendem a confiar em quem confia nelas, o gerenciamento de projetos se baseia na “confiança” mutua e na certeza de que ninguém consegue nada sozinho e por isso ter bom senso é ter acolhida e estar disponível para ouvir a todos sempre.