Gestão de Conhecimento

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Pensamentos e Informações! Como lidar com isso nessa era digital?

publicado por Edson Palomares

Sempre foi um desafio decidir o que fazer com os pensamentos e informações, e sem dúvida para alguns é muito mais difícil que para outros. E isso, sabemos muito bem, afinal a antiga frase: “Falou mais do que devia”, já é famosa há bastante tempo. Mas hoje em dia é bem mais complicado, pois temos em mãos ferramentas que multiplicam a exposição de pensamentos, dados, imagens, impressões, comentários, documentos, etc, com uma velocidade muito grande e muitas vezes sem ter como desfazer o que foi feito, tenha sido feito com boa ou má intenção, ou até sem intenção nenhuma.

E nós que temos posições de liderança e fazemos gestão de pessoas temos uma responsabilidade maior na condução desse assunto tão atual.

Muitos de nós já ouvimos de algum chefe ou de algum amigo que precisamos ter bom senso para saber o que dizer aos outros, ou para não nos expormos para pessoas erradas. Que temos que estar atentos a nossa imagem, como profissional. Mas o que dizer de todas essas experiências que estamos vivendo nas mídias sociais, na internet, nos meios de comunicação, nas quais parece que esquecemos, da tão sábia orientação: “É preciso ter bom senso”.

Viver em rede é muito desafiador e multiplica a possibilidade de crescermos com as experiências e opiniões dos outros, mas viver em rede não pode ser apenas copiar as maneiras de agir, ou repassar informações sem refletir, sem se posicionar, sem contribuir. Podemos parar para pensar no que estamos fazendo e ver pontos que podemos melhorar, ou seja, refletir para tomarmos decisões mais conscientes em relação à interação com as mídias sociais, internet e outros meios de comunicação que estão à nossa disposição.

Não vamos fazer uma conversa filosófica ou psicológica, mas a palavra comunicar, de forma bem simplista, significa passar informações, imagens, pensamentos para outro interlocutor, o qual entende e dá feedback. No entanto estamos entrando em um momento onde as pessoas expõem pensamentos e informações e não sabem nem bem para quem estão expondo, não sabem o que as outras pessoas pensaram e disseram a respeito do seu pensamento ou informação que foi passada e muitas vezes se surpreendem com o efeito negativo da exposição, achando injusto e até maldoso.

Quem não ficou preocupado com a resposta que deu em algum e-mail recente, no qual tinha muita gente na cópia? E alguns até que você nem conhecia!

Vou citar alguns exemplos recentes para servir de contexto para refletirmos, sem falsa moral e sem entrar no mérito da liberdade de escolha de cada um, das regras do mundo corporativo, da autonomia dos meios de comunicação, que é necessária é claro, e sem tocar em valores pessoais, mas precisamos refletir se o que estamos fazendo está sendo de forma consciente, seja no mundo corporativo, seja no ambiente pessoal.

Vimos recentemente pela internet: A grega Voula Paraskevi Papachristou. atleta do salto triplo, fez um comentário ofensivo aos africanos no Twitter e foi retirada do elenco grego “por falta de espírito olímpico”, ou : “O Chefe da sucursal de Los Angeles do diário “The Independent”, um dos mais respeitados da Inglaterra, o jornalista Guy Adams teve sua conta no Twitter suspensa, acusado de violar as regras da rede social ao publicar o e-mail corporativo de um diretor da rede NBC”.

Ou mesmo: A situação difícil entre Galvão Bueno e Renato Maurício Padro em relação à informação ou brincadeira que poderia não ter ido para o ar, ou a reportagem na revista Carta Capital sobre as possíveis relações entre Carlinhos Cachoeira e o repórter da revista Veja, etc, etc, etc. Sem contar fotos e informações de artistas, políticos e pessoas comuns, conhecidas nossas ou não, que estiveram envolvidas com publicações ou exposições, que geraram polêmica e muitas vezes causaram estragos difíceis de serem corrigidos. É só parar para pensar 2 minutos para lembrar pelo uns 10 casos muito recentes. Alguns até muito próximos.

Por isso podemos agir com bom senso e só divulgar, publicar o que avaliamos ser adequado, copiar somente os envolvidos diretamente no e-mail, podemos rever nossa rede de contatos nas redes sociais e ao invés de fazer uma competição pessoal de popularidade, com a quantidade de pessoas que fazem parte da nossa rede, selecionar melhor quem são nossos amigos, saber separar uma informação profissional de uma informação pessoal, ou até mesmo de uma informação que é confiável para ser repassada, seja através de um e-mail, da publicação de uma foto na rede, de um texto que divulgamos em um blog, etc.

Várias pessoas que eu conheço usam uma regra, que eu também aderi há muito tempo, que acho bem simples e bem interessante. Se vamos registrar e repassar uma informação, ou publicar uma imagem, registrar o nosso “curtir”, compartilhar, blogar, twittar, podemos pensar se aquilo fosse publicado para qualquer pessoa em praça pública, nós ficaríamos tranquilos conosco mesmo? Se sim, vamos em frente. Se não, melhor refletir se é o caso de comunicar daquela forma. Veja bem para quem deve comunicar e como deve comunicar. É muito simples mas ajuda muito nas regras de convivência nessa sociedade em rede.

Além disso, veja como o seu perfil está cadastrado nas redes sociais, se as informações estão visíveis só para os seus verdadeiros amigos, ou para qualquer um. Reflita sobre as diferenças de uma rede social pessoal e uma rede social profissional e o que uma pode influenciar a outra. Pense o que deve publicar em um mural e o que deve ser enviado através de uma mensagem exclusiva para a outra pessoa, avalie quem ficará sabendo sobre o vídeo que você assistiu, ou o que o aplicativo que você usa publica dos usos que você faz. Evite navegar por onde você não conhece ou não tem referência, converse com as pessoas, troque ideias, pois precisamos refletir a relação dessas ações sob o ponto de vista de segurança, privacidade, exposição, individualidade, autonomia, etc.

E mais! Lembre que nossa postura e nossos exemplos e atitudes são muito observadas pelos nossos liderados.

Depois dessa reflexão, não deixe de pensar nos resultados, no “business”, na otimização, na automatização, na revisão dos processos da sua empresa, mas também navegue, registre o que você curtiu, compartilhe, poste, mande e-mails, publique, mas pense antes. Use bom senso e aproveite bem todas essas ferramentas que temos nas mãos e oriente quem pode aprender com seu exemplo. Isso faz a diferença.

Edson José Palomares

Autor

Especialista em Gestão Estratégica e Arquitetura Corporativa - Atualmente é Sócio Diretor da Foco Consultoria em TI, tendo como responsabilidade a gestão técnica e estratégica da operação; site : www.focoemti.com.br - Atuação por 5 anos como Gerente Sr. de Tecnologia da Informação, exercendo a função de CIO da CPM Braxis Capgemini, direcionando estrategicamente soluções de infraestrutura e sistemas; - Experiência de 15 anos na gestão das áreas de Sistemas, Infraestrutura, Gestão de Projetos, Service e Operation Center, Segurança da Informação, Compliance, Governança de TI, Arquitetura, Administração de Dados, Banco de Dados, Administração de Componentes e Metodologia, em grandes Empresas como CPM Braxis, Capgemini, Unibanco e ITAU BBA; - Atuação no início da carreira como Analista de Sistemas, Administrador de Dados, Arquiteto de Soluções e Gerente de Projeto, adquirindo significativo conhecimento técnico; - Graduado em Engenharia Civil pela Unesp, com Pós-graduação em Ciências da Computação na USP, em Análise de Sistemas na PUC, e com especialização em Gestão Estratégica na ESPM.

Edson Palomares

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