Por melhor que seja o seu desempenho e por mais que a direção reconheça o seu trabalho e o tranquilize, a ansiedade com a chegada de um novo chefe é sempre grande.
Quando alguém já conhecido é alçado da estrutura da companhia para a nova função pode ser menos difícil, principalmente se for uma pessoa com quem já tenha afinidades; a preocupação é quando ele é novo na empresa e, nesse caso, os cuidados devem ser redobrados.
O primeiro dia não é muito diferente, apresentações formais, sorrisos e conversas amenas com o objetivo de criar a boa vizinhança, pois sair falando muito ou perguntando demais não é a melhor alternativa para nenhum dos lados.
Para lidar bem com o novo chefe uma boa estratégia é saber como ele chegou até ali, se veio indicado por alguém da empresa com “patente” mais alta – sinal de que tem suporte político e poderá, dependendo da personalidade, provocar estragos – se passou por um longo processo de seleção e foi escolhido com base apenas na competência, hipótese na qual, por mais experiente que seja, se sentirá como um “peixe fora d’água” e, nesse caso é uma boa oportunidade ajudá-lo a se ambientar, mas, claro, sem exageros, já que o puxa saco dificilmente é bem visto.
Independente do perfil, origem ou conhecimento que seu novo chefe tenha, adotar uma postura reativa e prepotente de conhecedor de tudo e de todos definitivamente não é a melhor opção, criará entre você e ele uma barreira intransponível que em pouco tempo irá ser muito prejudicial a você, por mais que você acredite ser indispensável para a empresa.
O melhor caminho é o da conciliação e facilitação, sem exagerar na abordagem. Mas, também, não fique quieto demais com uma postura reativa, se coloque à disposição para explicar suas atividades, responsabilidades e habilidades, com cuidado para não cair na armadilha de se vender demais, destacando seus feitos e os reconhecimentos obtidos na empresa. Porque isso não é endomarketing e sim suicídio.
Deixe que ele se encarregue de saber quem é você e sua importância para a corporação.
Se, eventualmente, seu novo chefe preferir as adulações ao invés de competência e resultados, aprenda a ser hábil, pois não será nem o primeiro nem o último chefe com esse perfil que você terá na vida.
Saiba que qualquer posição extrema gera resultados desagradáveis e, posicionando-se distante das adulações você se tornará uma pessoa não grata e será pouco lembrada. Adular demais também não é o melhor caminho; acredite, nada é eterno e quando ele for promovido ou sair da empresa você ficará marcado para o bem e para o mal como alguém ligado a ele.
O profissional que deseja trilhar uma carreira de sucesso precisa aprender desde cedo que o mais importante é ser lembrado pelos seus feitos e não pelos seus defeitos, e com certeza o puxa-saquismo é um defeito que o mercado não costuma valorizar.
[Crédito da Imagem: Novo Chefe – ShutterStock]