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O cara da informática: contornando custos

publicado por Eduardo Marques

Se você leu o artigo anterior da série o “cara da informática“, que explica como aprovar projetos de TI, fez seu projeto direitinho e chegando na “hora H”, mesmo assim viu seu projeto negado, o que fazer?

Como você entende, PMEs nem sempre têm a liquidez financeira para aprovar todos os projetos de TI, e especialmente no que concerne a software existem sérias resistências para a sua aquisição.

Muitos profissionais tendem a analisar primeiramente soluções pagas e de fornecedores mais conhecidos. Porquê? Porque software pago tem assistência técnica, pessoal preparado para a instalação e conexão aos sistemas existentes e pessoal para efetuar treinamento na ferramenta. Isto sem contar com os manuais completos e interfaces mais amigáveis e fáceis de usar.

No entanto, se você não consegue aprovar aquele software devido ao seu custo, o software livre pode ser a solução para o seu problema! Apesar de não conter manuais extensos, o interface gráfico não ser tão bonito e muitas vezes não dispor de suporte técnico (a não ser talvez uns fóruns de discussão), a grande vantagem é que você não terá que pagar nada por isso!

Você quer implementar um servidor web, servidor de arquivos, servidor DNS, serviços de diretório e não dispõe da verba necessária? Hoje você pode obter todo esse software gratuitamente e ainda usando um sistema operacional gratuito também! Utilize Linux nos seus servidores e poderá fazer isso tudo sem gastar um centavo.

Precisa de um software de gestão de projetos? Redmine. Talvez um programa de controle de incidentes? Que tal o Ocomon, que além do mais é brasileiro? Banco de dados? MySQL é utilizado por milhões de aplicativos no mundo inteiro! Chat empresarial? Openfire. Até programas completos ERP você pode encontrar se pesquisar na Internet, aqui só citei alguns exemplos.

O problema que muitos alegam ao usar software livre é que por vezes o programa não faz exatamente aquela função que você gostaria que fizesse ou “o pessoal não vai gostar de usar”.

Eu diria o seguinte: a maioria dos softwares livres são Open Source (código aberto), então você mesmo poderá estudar um pouco e implementar essa determinada função que você quer. Em relação ao outro ponto, muitas vezes os usuários (e até os informáticos) estão habituados a usar determinada ferramenta paga e não querem sequer tentar usar uma outra. Isso sempre acontece, faz parte de nós como seres humanos querermos a nossa “zona de conforto”. Quando você muda o sistema ERP de uma empresa todo o mundo reclama e fica perdido no começo, mas todos sabem que isso é necessário e se conformam; quando você tenta mudar um outro software (por exemplo o Office) todos reclamam e ninguém quer sequer experimentar – nesses casos você terá que usar persuasão.

Vou-lhe dar um exemplo: uma empresa tem que regularizar as licenças Office full, mas precisa também adquirir novos computadores. Você poderá dar a escolha ao funcionário: você quer manter o Office e usar o computador velho, ou ficar com um computador novinho e usar o Br Office? – a maioria irá preferir o computador novo, e você resolve dois problemas de uma vez só, gastando metade do dinheiro! Se todos optarem pelo computador novo, você resolveu um dos problemas a custo zero (e isso vai deixar seu chefe com um sorriso no rosto)!

Você só terá um impacto maior nos softwares que já estejam em uso pelos usuários (por exemplo caso você queira regularizar software ilegal), porque tudo o que for novidade será mais fácil sua aceitação.

Não se esqueça porém que a manutenção do software livre será sua responsabilidade. Quando for implementar qualquer solução faça sempre testes primeiro, verifique se tudo funciona corretamente antes de colocar em produção. Tenha cuidado também ao efetuar uma atualização no software, pode ser que alguma coisa tenha sido alterada e deixe de funcionar. Proceda às atualização com o mesmo rígor com que faria em uma implementação nova, ou seja, teste, teste, teste – antes de colocar em produção.

Ah, não se esqueça que apesar de ser software livre você deve apresentar para seu chefe igual, até porque seu trabalho tem um custo para a empresa, é preciso avaliar se a mão de obra nao sai mais caro que comprar o software.

Este é o terceiro artigo sobre o “cara da informática“, aquela pessoa que sozinha comanda a TI de uma pequena e média empresa, não perca o próximo artigo que explica como melhorar os serviços de TI e mensurar o serviço de suporte.

Outros Posts:

O cara da informática: o começo

O cara da informática: aprovando projetos

O cara da informática: contornando custos

O cara da informática: mensurar o helpdesk

O cara da informática: procedimentos operacionais

Autor

Eduardo Marques, 21 anos de experiência, é Consultor de T.I. atuando nas áreas de Gestão de TI, Projetos, Infraestrutura e Segurança. Possui formação em Tecnologia da Informação e em Administração, com especialização em segurança de sistemas da informação e administração de redes de computadores. Veja mais artigos do autor, aqui. LinkedIn: http://br.linkedin.com/in/eduardoluismarques Email: emarques@progere.com

Eduardo Marques

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  • Me vi nesse artigo, desde 2008 venho subistituindo e agregando serviços que antes rodavam em software pago por serviços e softwares livres. Tudo começou trocando o servidor de e-mail Exchange 2000 pelo Zimbra Opensource, depois vieram os servidores Web, Firewall e VPN e hoje tenho quase tuda a infra de rede baseado em Linux e software livre. Falta apenas trocar o servidor Windows 2008 que roda o active directory por uma solução open. Só não o fiz porque infelizmente não existe nada aberto com a qualidade do MS-AD. A economia com software e a estabilidade do software livre foram um divisor de águas em meu departamento.

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