O título deste artigo é sugestivo. Uma provocação aos workaholics.
Mas eu repito o que digo: trabalhe menos.
E vou explicar por quê.
A pressão por resultados tem nos levado a trabalhar cada vez mais. Estamos sempre correndo atrás e parece que nunca alcançamos o objetivo. Quando, por ventura, alcançamos, nem temos tempo de comemorar, pois já há outro objetivo passando correndo na nossa frente. E lá começa a correria novamente.
Dias atrás eu conversava com um engenheiro. Um cara bem pés no chão. E ele disse que a maioria dos engenheiros, quando saem da universidade, chegam no mercado de trabalho com um pensamento apenas: trabalho, trabalho e trabalho. Entram as 7h da manhã no escritório e saem as 21h. E para eles, esta é a vida como tem que ser.
Ele então questionou: o que esse cara faz para se capacitar? Como ele faz novos contatos? Como ele aprende sobre as novidades? Como ele se motiva e lida com a família se, diariamente, está seguindo a rotina infernal de trabalho, trabalho e trabalho?
Este é o ponto principal que eu queria chegar.
Quando eu digo “trabalhe menos”, estou falando que você precisa pensar em todas as outras atividades que existem e que podem ser consideradas como trabalho. Embora a grande maioria das pessoas não considere. E isso significa fazer cursos, ir a eventos, ler livros e revistas, assistir vídeos e, principalmente, descansar e ter um tempo para a família.
Isso tudo influencia no seu trabalho. E, pode ter certeza, vai ajudar bastante a você reduzir o tempo que precisa ficar no seu escritório. Que tal se ao invés de ficar 5 dias prospectando clientes desconhecidos, você fechar um negócio durante um evento? Ou então ao invés de passar meses “estruturando” uma mudança de processo, você não aprenda a realizá-lo durante um curso? Ou, melhor ainda, aquela solução que parecia impossível após você ficar 10 horas em cima, aparece logo quando você descansa o cérebro assistindo um filme junto com sua esposa/marido?
Trabalhar menos significa otimizar o seu tempo e o seu esforço. Não adianta você ficar 48 horas acordado trabalhando, pois na 12ª hora você estará rendendo absolutamente nada.
Trabalhar menos significa ter mais saúde, ter um tempo para você e sua família. Está provado que a sua vida pessoal e profissional precisam andar juntas. E sempre de bem uma com a outra.
Trabalhar menos significa … trabalhar com inteligência.
Espero que hoje, às 18h, você já esteja em casa aproveitando a sua vida.
Um abraço
[Crédito da Imagem: Workaholic – ShutterStock]
Flávio,
Parabéns pelo seu texto, concordo plenamente.
As pessoas tem que trabalhar para viver e não viver para trabalhar.
Qualidade na vida pessoal, com certeza refletirá um melhor desempenho profissional.
Abraço.
Sensacional o seu texto.
Confesso que as vezes passo do limite, porém, estou tentando me policiar sobre isso e concordo 100% com o seu texto. Depois que voltei a fazer esportes minha vida profissional melhorou muito.
E a frase do Carlos Margadona foi sensacional: “As pessoas tem que trabalhar para viver e não viver para trabalhar.”
Abraços Flávio e parabéns novamente pelo artigo.
Parabéns pelo texto Flávio. Muitos demoram para perceber que , o que vale realmente a pena é ter a “real qualidade de vida”, sem ela estamos fatidicamente condenados a passar a vida correndo atrás do inalcançável, do famoso “ouro de tolo” falado na musica de Raul Seixas.
Não é deixar de trabalhar, mas trabalhar em um lugar que possamos chegar e sair felizes com o dever cumprido e esse lugar existe não é miragem, basta procurar. Mas cada um tem o seu “time” para despertar, o meu foi há 10 anos atrás em cima de uma cama de hospital, fruto justamente deste ritmo desenfreado nada salutar (mas essa é outra historia).
Há um pensamento de Dalai Lama que sintetiza muito a sua ideia que diz o seguinte:
“Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer… e morrem como se nunca tivessem vivido.”