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Por que a TV Digital precisa da Certificação Digital

publicado por Regina Tupinambá

O sistema de televisão digital cria demandas de segurança, praticamente inexistentes no sistema analógico.

As primeiras transmissões do SBTVD – SISTEMA BRASILEIRO DE TELEVISÃO DIGITAL, foi no final de 2007 e os principais benefícios considerados da digitalização do sistema, naquele momento, foram: a alta definição de imagens e som, a mobilidade e a portabilidade.

Outras funcionalidades serão incorporadas: a multiprogramação, (mais de um programa no mesmo canal) e os programas de computador associados à programação que viabilizam a TV interativa.

E é a partir da TV interativa que será possível o oferecimento de novos serviços para a população.

A televisão digital poderá ser utilizada para entretenimento ou serviços, cada qual com necessidades específicas de segurança.

No campo do entretenimento considera-se, principalmente, o tráfego de conteúdo multimídia com alta qualidade, os requisitos de segurança para garantir a entrega e consumo dos conteúdos e questões de proteção de direitos autorais.

Já em relação a serviços, considera-se a possibilidade de efetuar transações bancárias, acessar serviços de governo, saúde e educação.

Na TV analógica, assistir TV é basicamente uma experiência passiva enquanto na TV Digital teremos novas perspectivas de serviços interativos.

Serviços quer poderão ser oferecidos:

1. TV aperfeiçoada: Consiste na disponibilização de informações adicionais à programação da televisão. Estes dados são enviados juntamente com o sinal de vídeo. Neste sistema, é possível ver a programação das emissoras, sinopses de filmes e novelas, ler notícias, ver a previsão do tempo, classificação de campeonatos, escalações de equipes esportivas, estatísticas de jogos, e propagandas interativas simples.

2. TV individualizada: permite uma experiência personalizada a quem assiste TV. Este termo engloba escolhas de ângulos de visão de um mesmo programa; visualização de reapresentação de cenas em jogos esportivos e corridas automobilísticas; assim como respostas a perguntas em programas de auditório de televisão, podendo a resposta ser enviada à emissora ou apenas ser comparada à resposta correta na própria unidade de recepção digital.

3. TV pessoal: O termo TV pessoal é utilizado especialmente para aplicações de Gravador Pessoal de Vídeo que permitem o armazenamento de programas para serem assistidos em momento posterior.

4. TV com Internet: Exemplos de aplicações de TV por Internet são serviços de Internet adaptados para a televisão. Exemplos: e-mail, chat, navegação na Internet.

5. TV sob demanda: aplicações de disponibilização de programação sob demanda, como filmes, programas, shows e noticiários. Este tipo de aplicação exige um grande investimento em infraestrutura de rede e de servidores de vídeo, além do pagamento dos direitos autorais do conteúdo disponibilizado.

6. TV para jogos: designa aplicativos de jogos na TV. Jogos multiusuários e monousuário fazem sucesso em computadores e consoles, sendo esperado que repitamos mesmo desempenho em TV Interativa.

7. Comércio eletrônico: são as aplicações bancárias e comércio eletrônico na televisão.

Os bancos no Brasil, inclusive, já permitem movimentações e a mairia oferece consulta a saldos e extrato via Internet, sendo esperado que todas as funcionalidades dos bancos sejam migradas também para a TV Digital.

As aplicações de comércio eletrônico pela TV, também chamadas de t-commerce, possibilitam desde uma simples requisição de catálogo até a compra efetiva do produto.

8. TV educativa: são aplicações voltadas para educação. Este serviço comporta aplicações de ensino a distância e de suporte ao ensino.

9. TV comunitária: são os serviços de interesse comunitário, como votações, veiculação de informações, da mesma forma que o suporte a comunidades virtuais, como as da Internet.

10. TV Global: TV Global significa acesso sob demanda à programação internacional com tradução automática de idioma. Vários serviços interativos se encaixam nesta classificação, como os portais de serviços das operadoras de TV por assinatura, mosaico de canais, propagandas interativas e aplicações de comércio eletrônico.

Sendo assim, a televisão digital brasileira precisará de mecanismos para garantir a proteção de direitos autorais, a autenticação de aplicativos e serviços de interatividade.

Para o uso em serviços de interatividade da TV Digital será necessário requisitos de segurança mais complexos, relacionados: sigilo, privacidade, autenticidade (integridade dos dados e identidade das entidades em interação) e não repúdio. Todos no âmbito da ICP Brasil.

Na primeira fase do SBTVD foram levantados os seguintes requisitos de segurança para terminais de acesso:

– Identificação e autenticação do terminal de acesso,
– Soquete de comunicação segura,
– Segurança na atualização de software/firmware,
– Identificação e autenticação de usuários locais,
– Identificação e autenticação de usuários de serviços,
– Restrição de programação, proteção de conteúdo,
– Sincronização de relógio e
– Armazenamento seguro de certificados digitais raiz.

Vários recursos tecnológicos da Certificação Digital serão utilizados na TV Digital: certificados digitais, certificados digitais para aplicações, certificados SSL, certificados de atributos, carimbo do tempo etc.

Neste momento um grupo composto por diversas instituições representativas está se reunindo para definir entre outros itens a questão da segurança do SBTVD – SISTEMA BRASILEIRO DE TELEVISÃO DIGITAL e a necessidades de uso de requisitos de segurança em cada aplicação com o objetivo de tornar a TV Digital segura com a preocupação de proporcionar interface mais amigável possível para seus usuários quanto a questão da autenticação.

Autor

Regina Tupinambá Diretora comercial da primeira certificadora digital brasileira e a terceira do mundo onde participou do start up da Certificação Digital no Brasil em 1995. Desde então, desenvolveu o mercado de SSL ( certificados de servidor para sites seguros), montou o primeiro programa de treinamentos de Certificação Digital do Brasill e trabalhou no credenciamento de outras importantes Autoridades Certificadoras e de Registro no âmbito da ICP Brasil. Seu foco é o relacionamento institucional com ênfase na confiabilidade atuando através do planejamento estratégico, marketing, mídia e àrea comercial. Formada em Publicidade e Propaganda na Puc Rio, professora na UERJ do curso Pós Graduação do IME - Tecnologia de Informação , trabalhou em grandes agências de publicidade, atendeu os principais anunciantes brasileiros e trabalhou em duas emissoras de televisão: TV Globo e Band. E-mail: rtupinamba@gmail.com.br Blog: http://rtupinamba.blogspot.com/

Regina Tupinambá

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