Quando o Gerente de Projetos assume um desafio para gerenciar um projeto na empresa, ele assume a responsabilidade, entre tantas outras, de elaborar um controle de desenvolvimento eficaz e um cronograma detalhado. Todos sabemos que nada adiantaria termos os melhores softwares de planejamento, controle e de desenvolvimento se não tivermos uma equipe eficaz, motivada e engajada no projeto. Por vezes nos deparamos com diversas barreiras à comunicação, dentre elas um clima hostil e pouco propício à troca de informações.
Em outros momentos o desafio passa a ser a conquista da equipe, especialmente quando estamos diante de uma equipe desconhecida, ciente apenas dos seus conhecimentos técnicos e experiência profissional. Afinal nossa natureza essencialmente gregária e nossa vida dependem, a todo instante e em toda instância, da equipe de projeto que nos cerca. Mas, como chegar até o outro? A vontade, por si só, não basta para tal empreendimento, pois são vários as barreiras, as sutilezas e os códigos implícitos que permeiam as relações humanas. Também não existe uma fórmula eficaz e específica para esse objetivo, que é por definição subjetivo. De uma coisa podemos estar certos: muitas pessoas conseguem se relacionar bem e não possuem, para tanto, talentos especiais. Qual o segredo? O elemento principal para este entendimento é a EMPATIA.
A empatia começa com sensibilidade, bom senso e uma boa dose de imaginação – aquela que é capaz de compreender as contradições de comportamento na qual as pessoas podem ser, ao mesmo tempo, semelhantes e diferentes; fáceis de serem abordadas e receosas da própria existência. Para isso, é muito importante também ouvirmos com atenção o que o outro está dizendo, saber o necessário sobre o assunto e julgar até que ponto se está ouvindo uma versão parcial ou deformada da situação. Quando estamos diante de um abismo de comunicação entre o colaborador e Gerente de Projetos, o esforço de imaginação necessário para transpor esta barreira pode ser demasiado, mesmo para aqueles que já desenvolveram largamente sua capacidade de comunicação. Não podemos confundir a empatia – que é processo de conhecimento mútuo, com simpatia – que é uma impressão favorável e não necessariamente recíproca. A empatia repousa em aspectos de confiança, honestidade e lealdade, que são fatores essenciais. O Gerente de Projetos tem que ser tolerante com os defeitos de cada membro, desde de que não prejudique o desenvolvimento dos demais da equipe, pois nem todas as características pessoais são totalmente aderentes aos outros. O Gerente de Projetos tem que trabalhar muito com a benevolência e com a generosidade, que são características muito freqüentes no estabelecimento da empatia.
O Gerente de Projetos tem que planejar e construir na sua equipe um procedimento de altruísmo, oferecendo ajuda desinteressada, pois este procedimento encontra-se estreitamente ligado ao contato emocional da empatia. Conforme psicanalista norte-americano Theodor Reik, ele sugere em seu livro Listening With the Third Ear (Ouvindo com o Terceiro Ouvido) quatro estágios para a instauração do relacionamento com os funcionários, são eles: Identificação, Incorporação, Reverberação e imparcialidade. Identificação – Identificar os funcionários e conhecer o seu pontecial técnico e pessoal; Incorporação – Estabelecer e compreender o seu ponto de vista; Reverberação – tornar reflexo (espelho) e Imparcialidade – ser justo. A empatia passa a ser eficaz no processo de desenvolvimento (da equipe ou do projeto?), estabelece uma compreensão de cada membro do time e o projeto ganha alto desempenho na sua trajetória.
Referência Bibliográfica:
(1)Theodor Reik (Listening With the Third Ear)
(2) Guia do Comportamento Humano – Abril Cultura