O conceito de Cloud Computing, que teremos oportunidade de explorar em outros artigos, trouxe aos dispositivos móveis uma forte demanda por soluções de negócios.
Não estou me referindo aos já consagrados aplicativos de e-mail, GPS, SMS e nem às antigas soluções off-line de captação de pedidos. A demanda agora é por soluções de negócios inseridas em processos de negócios essenciais da corporação e em tempo real.
A popularidade e o ganho de escala de dispositivos móveis baseados em Windows Mobile, iOS , RIM e Android dão a esse seguimento um caminho sem volta pois os chamados smartphones viraram poderosos computadores nas mãos dos profissionais que agora querem usá-los além do e-mail.
A entrada no mundo da mobilidade corporativa traz grandes desafios que merecem estudo, planejamento e escolha adequada das tecnologias e arquiteturas a serem utilizadas.
Ao construir e implantar uma aplicação móvel corporativa, é importante lembrar que em muitos aspectos, os desafios são idênticos àqueles que já existem para as empresas e vendedores de software que buscam oferecer soluções em Cloud Computing (Computação na Nuvem).
As duas opções de desenvolvimento são:
- Soluções baseadas em Mobile-Browser (WEB-Estática) ou
- Soluções Rich Internet Applications (RIA).
Do ponto de vista do usuário
A opção Mobile-Browser traz como desvantagem a limitação de recursos, a baixa funcionalidade na interface o que fatalmente gerará um maior esforço do usuário para completar suas operações.
A opção RIA (Rich Internet Application), por sua vez é sem dúvida a escolha do usuário, pois traz maior conforto e produtividade, pois como o próprio nome diz traz uma interface rica através da internet, diferente da solução WEB Estática, baseadas em telas de browser com formulários e botões de “Submit”.
Do ponto de vista do desenvolvedor
A opção Mobile-Browser traz uma grande vantagem para o desenvolvedor que é a compatibilidade entre os Sistemas Operacionais (SOs) lideres citados anteriormente. Um único desenvolvimento com pequenos ajustes podem ser suficientes para estar apto em todos os principais SOs. Portanto é uma opção natural dos desenvolvedores, que buscam agregar menores custos ao desenvolvimento.
Para uma solução RIA, a preferida dos usuários, temos uma série de novos desafios nascidos do fato de que dispositivos móveis demandam aplicações de software compactas que operam com baixo tamanho de banda. Isto coloca mais demandas aos desenvolvedores para produzir aplicações que sejam simples, leves e ainda funcionais o suficiente para os trabalhadores completarem suas tarefas essenciais de negócios sem ter que recorrer ao seu desktop ou notebook.
O Escopo da Solução
As aplicações móveis corporativas não devem ter o escopo de substituir totalmente os pesados sistemas atuais (back-office). Aplicações corporativas de back-office custam milhões para se desenvolver, são de longe mais poderosas e as empresas gastam muito para treinar a equipe para usar estas aplicações. Se uma tarefa não é crítica no tempo, não é escopo de uma solução móvel.
Aplicações móveis deveriam, portanto, ser consideradas como ferramentas para habilitar as equipes a completar tarefas, eliminar retrabalhos e dar agilidade aos processos. E a escolha das etapas a serem transferidas para o dispositivo móvel deve ser criteriosamente avaliada e varia de empresa para empresa.
Isso aumenta, em muito, o desafio de softwares houses e produtores de ERP que precisam pensar em soluções genéricas. Entendo que o primeiro movimento será de soluções especificas. Produtores de ERPs devem pensar em disponibilizar um kit de desenvolvimento/customização para sua rede de canais e/ou para seus clientes. Atacar esse seguimento com soluções genéricas podem ser estratégia frustada, do ponto de vista comercial e da baixxa satisfação do cliente, devido a baixa a aderência.
Aderência no mundo desktop já é um grande problema, para soluções móveis esse problema se amplia e muito.
Além disso, as aplicações móveis precisam ser tão simples quanto possível. Usuários corporativos em movimento não terão a paciência ou a concentração para trabalhar através de diversas telas e comandos para conseguir fazer um trabalho. Eles irão simplesmente deixá-lo até que estejam em casa ou voltem para o escritório.
Uma maior produtividade nos negócios só é obtida com uma estratégia móvel inteligente que leva em conta a psicologia e as práticas do trabalho móvel.
Simplifique o Desenvolvimento
Aplicações Móveis funcionando através de Mobile-Browser ou a tecnologia Rich Internet Application (RIA) envolvem duas camadas claras – uma camada Client (cuidando da apresentação, lógica de interação e algumas lógicas de negócios), e uma camada Server (cuidando da maior parte das regras de negócios, dados e integração backend). Adicionalmente, há também uma camada Session (a camada de integração entre o Client e o Server que requer habilidades de programação do sistema).
O esforço de desenvolvimento de uma aplicação móvel típica requer a junção e o gerenciamento de um número de diferentes equipes para trabalhar nos diferentes lados da aplicação. Quando o desenvolvimento envolve a junção e coordenação de equipes separadas de programadores e linguagens de programação separadas, há simplesmente uma menor chance do resultado final ser entregue de forma rentável e rápida – sem mencionar o fato de que se torna mais desafiante entregar uma aplicação que atenda totalmente os padrões e as expectativas da empresa.
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