Se você estiver dirigindo em outra cidade passando por um lugar estranho, qual dessas duas frases você prefere escutar ?
– Perdeu!! Passa carteira e celular.
ou
– Sugiro evitar essa via. Propensão aumentada à ocorrência de assaltos nesse horário.
O mundo dos negócios também passa por muitas esquinas escuras e investe cada vez mais em evitar riscos. Investe em prever e se antecipar a cenários. A crise de 2008 deixou algumas lições.
Não é de hoje que seguradoras e bancos trabalham com modelos preditivos para evitar fraudes, modelos de análise de risco para seguros ou modelos atuariais para fundos previdenciários. A novidade é que esses modelos preditivos agora podem ser desenvolvidos e aplicados em diversas áreas do negócio e aí o Big Data emerge como uma ferramenta importante.
Outra fronteira onde brilha o Big Data é no engajamento e antecipação dos desejos do consumidor. Ajuda a compreendê-lo melhor e a ser pertinente, oportuno e preciso na comunicação e no momento de ofertar um produto ou serviço . Permite abordá-lo corretamente no email, na rede social, no website e até na mídia tradicional. Em segmentos de mercado mais competitivos, e quase certo que alguém esteja empenhado na busca da personalização da relação com o consumidor como um diferencial competitivo.
Toda a sociedade deixa rastros digitais públicos como nas redes sociais ou privados nas relações entre pessoas e empresas. Estima-se que sejam gerados 2,5 quintilhões de bytes todos os dias na Internet. A mágica do Big Data é poder olhar para todos esses rastros e produzir visões de oportunidades ou a enxergar antecipadamente os riscos.
Nas duas eleições do presidente Obama nos EUA, e em particular na última, o Big Data e a análise de dados esteve por trás da maior parte das decisões de campanha.
Nos últimos anos, os esforços de analisar dados e produzir visões que apoiem a tomada de decisão nas corporações, têm sido feitos olhando para os dados que estão “dentro” das empresas e que são consolidados pelo Business Intelligence ou BI. O Big Data abre um novo leque e permite que essas informações sejam cruzadas com os outros rastros digitais que não necessariamente estejam “dentro de casa”, mas no mundo lá fora.
O BI lida com o que já passou, lida com fatos e números precisos, já o Big Data trabalha com tendências e números aproximados. A primeira frase lá no início do texto seria o tipo de informação tipicamente provida pelo BI que começa com um verbo no passado, nesse caso “perdeu”, nossa segunda frase provavelmente seria dita pelo Big Data sugerindo uma mudança de rumo em função da tendência aumentada de risco. O Big Data não substitui o BI, mas em grande medida o complementa.
Mais do que a tecnologia, o que é essencial em um projeto de Big Data são as pessoas que fazem as analises, criam os modelos e algoritmos. Em suma fazem a ciência de dados. É importante para esses profissionais além do conhecimento tecnológico, a visão de negócio, uma grande bagagem em estatística e métodos quantitativos e acima de tudo criatividade.
O Big Data está em seu grande momento no mundo todo, as startups de produtos baseados na tecnologia estão atraindo grandes volumes de investimento de empresas de venture capital, angels e fundos de pensão. Elas praticamente substituíram a tendência anterior que era o investimento em aplicações para dispositivos móveis e redes sociais segmentadas.
Segundo um estudo da Frost & Sullivan, apesar do mercado brasileiro estar ainda em processo de assimilação do Big Data, os investimentos na tecnologia em 2013 já chegaram a US$ 243 milhões e podem ir a casa dos US$ 965 milhões até 2018. Os CIO’s e as áreas de TI estão sob fogo cerrado das áreas de negócio e especialmente as áreas de marketing para que hajam implementações inovadoras baseadas em Big Data.
[Crédito da Imagem: Big Data – ShutterStock]