Gerência de Projetos

Ξ 1 comentário

Arquitetura Corporativa – Parte 5: Como o PMBOK pode ajudar na implantação do time?

publicado por Alexandre Eduardo Oliveira

O PMBOK pode ajudar a estruturar um programa de implantação de um departamento de EA através das disciplinas de gerenciamento de projetos e alguns processos envolvidos que ajudam a atacar diretamente alguns dos fatores de insucesso mencionados no artigo anterior.

O PMBOK divide o projeto nas fases de Iniciação, Planejamento, Execução, Monitoração e Controle, e Encerramento. 

As disciplinas (até a versão 4 do PMBOK) são: Gerenciamento da Integração, Gerenciamento de Escopo, Gerenciamento de Tempo, Gerenciamento de Custos, Gerenciamento de Qualidade, Gerenciamento de Recursos Humanos, Gerenciamento das Comunicações, Gerenciamento dos Riscos e Gerenciamento das Aquisições.

Todas as disciplinas têm algo a contribuir para um projeto como esse, e todas irão gerar artefatos para o projeto. Contudo, iremos nos focar em alguns pontos que de fato contribuem para mitigar os problemas que já conhecemos.

Gerenciamento de Integrações 

Na fase de iniciação, é elaborado nessa disciplina o termo de abertura do projeto (TAP, ou no inglês Project Charter). Esse documento, que dentre outras informações contém a descrição dos objetivos do projeto, tem como finalidade formalizar a existência do projeto para um determinado Sponsor (não necessariamente quem banca o projeto financeiramente, mas quem está de fato apoiando a execução do mesmo e tem poder/influência suficiente para impulsionar o projeto). 

Outro item importante dessa disciplina é a identificação dos stakeholders (partes interessadas). Nesse processo identifica-se quem são aqueles direta ou indiretamente afetados pelo projeto ou seus resultados, e qual seu grau de interesse e influência no projeto. É importantíssimo ter esse artefato em mãos para tratar de perto aqueles stakeholders mais influentes e que se opõe ao projeto.

No caso de EA, o sponsor deveria ser o CIO, e o TAP deveria deixar claros os propósitos e valores do time de EA, e garantir que CIO e board estejam alinhados e fornecendo o apoio necessário.

Gerenciamento de RH

Nessa disciplina é gerada, entre outros artefatos, a matriz de responsabilidades. Este é um elemento importante na implantação de um projeto que visa a criação do time, pois gera uma visão clara de quem é responsável por qual entrega nesse processo. 

Além disso, o plano de gerenciamento de recursos humanos visa demonstrar como serão as politicas com relação a novos recursos, a treinamentos, alocação financeira para o gerenciamento de RH, entre outros. Apesar de, em geral, esses dados serem relativos ao time de execução do projeto, é possível usar o mesmo conceito para a fase de implantação física do projeto (algo que se representa em gestão de projetos como operação assistida), garantindo que cada fase de implantação tenha seus perfis mapeados e as politicas necessárias para a contratação das pessoas certas para a operação do projeto (nesse caso, os próprios membros do time de EA).

Com essa documentação a questão da contratação dos perfis equivocados pode ser, ao menos, minimizada ou melhor trabalhada.

Gerenciamento de Tempo

Trata-se basicamente de cronogramas, recursos e atividades, fornecendo importantes insumos para o acompanhamento da evolução do projeto.

No caso de EA, supre a falta de um roadmap e um plano de projeto. Lembre-se que o corpo executivo é bastante visual, e ter um roadmap na forma de um cronograma de marcos, por exemplo, é fundamental para que se tenha a visão da extensão e grandeza do projeto.

Gerenciamento das Comunicações

É consenso nas literaturas sobre gerenciamento de projetos que a maior causa no fracasso de um projeto está em falhas de comunicação.

Essa disciplina visa criar, com base, por exemplo, no levantamento das partes interessadas, um plano de comunicações que indique quando e como essas comunicações devem acontecer para assegurar que tais stakeholders tiveram o devido acesso e compreensão das informações relativas ao projeto. Para cada público-alvo é preciso identificar o canal de comunicação adequado, a forma de escrita, a frequência, e outros fatores críticos para que a comunicação seja bem sucedida e que não haja interpretações equivocadas que venham de encontro aos interesses e influência dos interessados.

Agradecimento

Bem, com isso, chegamos ao fim desta série de artigos. Espero, humildemente, que meus artigos tenham expressado um pouco de minha experiência e de alguma forma contribuído para os leitores. Muito obrigado a todos que acompanharam a série, e nos vemos em breve em outros artigos.

Autor

Trabalha em TI desde 1998, passando por algumas empresas que agregaram muito a sua carreira, como JBS (Friboi) e BM&FBovespa, onde atualmente é coordenador da área de arquitetura corporativa. Ao longo desse tempo, atuou em projetos imensos, nacionais e internacionais, e teve contato com empresas e profissionais surpreendentes e inovadores. Com boa parte da sua carreira voltada a tecnologia, TI é sua vocação e paixão. Nos últimos anos descobriu um enorme prazer pela gestão de pessoas e de projetos de TI, e vem direcionando sua carreira nesse sentido. Email: ale.edu.oliveira@gmail.com

Alexandre Eduardo Oliveira

Comentários

You must be logged in to post a comment.

Busca

Patrocínio

Publicidade



Siga-nos!

Newsletter: Inscreva-se

Para se inscrever em nossa newsletter preencha o formulário.

Artigos Recentes