Já ouviu falar de Krav-Magá? Em hebraico, significa literalmente “combate próximo/de contato”. Se você algum dia já assistiu a algum campeonato de MMA, provavelmente notou que esse sistema de combate não é utilizado por nenhum lutador, por um motivo muito simples: ele foi criado para resolver um problema, não para campeonatos.
Um pouco de história: este sistema de combate foi criado nos anos 1940 por um judeu húngaro chamado Emrich “Imi” Lichtenfeld, com o intuito de defender a comunidade judaica em Bratislava, Eslováquia, contra a milícia nazista. Essencialmente, combina elementos de briga de rua, técnicas de chão de ju-jutsu e striking do boxe, mas não descarta nada que seja efetivo em luta. Após aprimoramento, este sistema foi instituído como treinamento básico para o Mossad, as Forças Especiais do Exército Israelense. Acima de tudo, ele busca só um objetivo: encerrar uma luta rapidamente, seja fugindo ou incapacitando o adversário.
Seus golpes são baseados em explosão muscular, buscando causar o maior dano possível em áreas sensíveis. Golpes contra os olhos e a virilha do oponente são comuns e estimulados; justamente por causa disso este sistema de combate não tem campeonatos: não é para brincar ou se exibir – ele resolve o problema.
Mas o que isso tem a ver com nosso trabalho? Quem leu algum de meus artigos sabe o horror que tenho a advogados de regras (o sopa de letrinhas proverbial), com suas metodologias quadradinhas, seus documentos esteticamente maravilhosos e cheios de tecnicismos, suas desculpas elegantes, e essencialmente suas habilidades em defletir todo tipo de problemas que chegam em sua direção, utilizando como desculpa que “a metodologia não prevê isso” ou que “estou esperando Fulano responder”.