O atual cenário de crise econômica que o país enfrenta demandou uma reestruturação dos orçamentos de TI. Reduzir custos é a prioridade número um das empresas, que precisam tomar decisões difíceis para reduzir despesas operacionais e de capital. No entanto, neste processo, é fundamental que os gerentes de TI não se esqueçam de que uma infraestrutura de rede saudável está diretamente ligada à produtividade, eficiência e expansão de serviços.
Uma opção tentadora para reduzir as despesas de TI pode ser adiar a manutenção. Embora nenhuma organização prorrogue uma manutenção realmente crítica, existem tarefas que podem ser adiadas, pois estão em uma zona cinzenta que pode ser considerada “opcional”. Trafegar nessas decisões não é fácil, mas seria um grave erro suspender os testes da fundação de cada rede: seu cabeamento de cobre e fibra.
O teste mais completo para o cabeamento de rede é a certificação. A certificação prova que um sistema de cabos adere a rigorosos padrões de desempenho e de execução da instalação, por isso, este procedimento requer técnicos treinados e equipamentos de teste especializados. Este é um esforço caro que pode ser adiado, certo? Errado.
O cabeamento é responsável por metade de todas as falhas na rede. Ao certificá-lo, as falhas são significativamente reduzidas. Em tempos financeiramente desafiadores, este é um benefício crucial que pode ser potencializado de seis maneiras:
- Certificar é mais barato que reparar
A certificação de cabeamento de cobre e fibra previne problemas. Sem ela os reparos devem ser feitos em uma rede ativa ou pior, em uma rede que está sofrendo uma interrupção.O tempo de inatividade da rede resulta em perda de receita e produtividade, redução de serviço ao cliente e desvantagem competitiva. Um estudo do Gartner estimou que uma hora de inatividade de uma rede corporativa custa, em média US$ 42.000, dependendo da indústria.Se uma empresa é desafiada a melhorar seu tempo de atividade anual de 99,9% para 99,99%, ela precisa reduzir o tempo de inatividade por oito horas. Usando a estimativa do Gartner sobre o custo de inatividade, isso gera uma economia para a empresa de US$ 336.000 por ano. Mas como se chega lá?
Há muitas causas de inatividade. Um estudo do Gartner/Dataquest apontou que o erro humano e de aplicação são responsáveis por 80% das falhas. Mas se a rede representa apenas 20% da causa, ela responde por US$ 67.000 da exposição.
Compare isso com o custo da certificação. Uma rede com 600 linhas de cobre Categoria 6 passa por testes de certificação. Uma suposição realista é que 5% dos links falham no teste inicial e devem ser reparados e testados novamente. Usando um certificador de cabo moderno todo o processo levaria aproximadamente 11 horas. A uma taxa comercial de R$50 por hora, a despesa será de R$600. R$600 de despesa para economizar US$67.000. O caso de sucesso da certificação é auto evidente.
- As garantias do produto estão limitadas
Em tempos difíceis um proprietário de rede pode ser tentado a usar a garantia de um fabricante por segurança. Isso é compreensível uma vez que a maioria dos fabricantes de cabos e conectores oferecem boas garantias e estão por trás de seus produtos. Entretanto, esses fabricantes não podem garantir a instalação final.A qualidade de uma instalação de cabos está em grande parte nas mãos dos instaladores. Se a habilidade do profissional é fraca, mesmo produtos excelentes falham. As falhas e problemas associadas à rede estão fora do escopo de uma garantia de hardware, de modo que o proprietário da rede e o instalador devem negociar a correção.A única maneira de assegurar que a obra do instalador atenda aos padrões e que as melhores práticas sejam seguidas é através dos testes de certificação. A certificação dá a proteção necessária contra custos imprevistos ao proprietário da rede e, quando os ventos da economia estão desfavoráveis, essa proteção é sempre bem-vinda.
- Certificação e Recertificação serão a prova de futuro da infraestrutura
Você pode acreditar que um cabo, após instalado e certificado, nunca mais precisará de atenção. Isso pode ser imprudente. Uma planta de cabeamento recertificada pode provar ser compatível com o tráfego de alta velocidade que é implantado anos após o cabo ser instalado pela primeira vez. Quão importante é o suporte para velocidades mais altas? De acordo com um levantamento de datacenters pela empresa de pesquisa BSRIA, a tecnologia multigigabit é comum agora:
Quais são as implicações disto? O cabo de cobre da categoria 6 foi projetado para suportar uma taxa de dados de 1 Gigabit por segundo. Os recentes testes de certificação em campo indicam que boa parte do cabo Cat 6 usado nos datacenters está em conformidade com o padrão 10GBASE-T e pode suportar o serviço de 10 Gigabit em distâncias curtas a moderadas. Se você recertificar o cabo Cat 6 em seu datacenter pode encontrar um caminho eficiente para uma taxa de transferência de 10X, evitando alguns ou todos os custos de substituição de cabeamento. Além disso, quando a demanda por serviços de TI repercutir, a planta de cabos recertificados estará pronta para suportar novos equipamentos e expandir os serviços. - Cabeamento não certificado = Capital Subutilizado
É um fato: Recessões agitam o mercado, especialmente o imobiliário. Quando um novo inquilino entra em um edifício o estado de seu cabeamento apresenta uma série de questões. Quantos anos têm? Funciona? Para que foi usado? Quando? O novo inquilino pode ver a essa quantidade de cabos de cobre e/ou fibra como um mistério e não como algo bom.Certificar 200 links de cabos custará menos de R$ 1000. A instalação de 200 novas linhas do novo cabo Cat 6 custará de R$ 5.000 a R$ 10.000. A escolha para o locatário é fácil.A certificação é sinônimo de capital poupado para os proprietários de edifícios e inquilinos. A falta de certificação transforma o cabeamento legado em capital subutilizado: dinheiro gasto que não pode ser recuperado.
- Reduzir resíduos é uma boa política
O argumento econômico para estender a vida dos cabos foi descrito no item 4, mas pode não ser o pior caso. O Código Elétrico Nacional (NEC 2002) requer a remoção de cabos abandonados que não sejam identificados para uso futuro. Sem certificação, o custo do cabo legado pode incluir a despesa com a remoção e reciclagem dos cabos e/ou o impacto ambiental da eliminação.Maximizar o uso de cabos de cobre e fibra existentes é uma política de negócios consistente. Quando devidamente conservado tem uma longa vida útil. Com orçamentos limitados exigindo maior eficiência, faz sentido usar a certificação para implementar os três pilares da gestão ambiental: Reduzir, Reutilizar e Reciclar. - Comprador Cauteloso
Uma tendência inquietante na indústria de cabos refere-se a produtos das categorias 5, 6 e 6A. Estes cabos são muitas vezes fabricados fora do país e é mais barato se comparado ao de grandes fabricantes. Infelizmente, muito destes cabos baratos são produzidos com materiais inferiores e em processos de fabricação questionáveis.Em 2008, a Communications Cable & Connectivity Association testou nove marcas de cabos sem nome em comercialização no mercado.. Nenhuma delas atingiu porém os requisitos físicos definidos no TIA 568-B.2; apenas cinco atenderam aos padrões de teste elétrico determinados no TIA 568-B.2; e somente uma atende aos pré-requisitos de segurança definidos pelas normas UL 1666 e NFPA 262. Mas como esse cabo tão fraco chega ao mercado? Isso acontece porque as agências de segurança realizam testes aleatórios na fábrica e não no campo. O abismo no processo de qualidade deixa os usuários finais expostos a riscos de segurança e desempenho totalmente evitáveis.Para assegurar que não haja prejuízo ou riscos ocultos com cabos Cat 5, 6 e 6A de baixo custo, as empresas e instaladores devem se certificar de que o cabeamento esteja de acordo com os padrões da indústria.
Em suma, o cabeamento certificado tem muito mais valor. E pode variar dependendo da aplicação e da empresa. Considere as armadilhas dos cabos não certificados. Considere o trade-off entre os testes e “espere o melhor”. A esperança é raramente uma boa estratégia e, em uma economia desafiadora, é ainda mais perigosa.