Outro dia recebi pelo LinkedIN um daqueles avisos para parabenizar alguém pelo novo emprego e era de um gestor de TI (na realidade TIC) com quem trabalhei pouco, mas que admiro muito pela competência e dinamismo. Ele estava sendo promovido a CIO e CFO. Achei isto interessante pois durante o ano de 2002, trabalhando como consultor dando treinamentos para a certificação CPIM da APICS, eu tinha um número pequeno, mais representativo de gestores de TI nas minhas turmas. Como eu havia vindo de uma área que não era TI, fiquei curioso e perguntei a um deles, que trabalhava em uma grande empresa de chocolates, o que fazia um gestor de TI em um curso sobre gestão da cadeia de suprimentos, produção e estoques em uma época em que a TI estava experimentando tantas novas tecnologias, e com certeza demandando cursos especialistas destes profissionais. Ele me respondeu dizendo que, na visão dele, e dos demais da área de TI ali presentes, era fundamental conhecer as necessidades tanto do cliente interno dele, que iria demandar por tecnologias para poder desempenhar seu papel na empresa, quanto da empresa atuando em um mercado competitivo e volátil, onde ele seria chamado a buscar soluções que permitissem a mesma prosperar. Muito boa a colocação.
Pouco tempo depois fui trabalhar em uma grande empresa de software e passei a acompanhar centenas de projetos de implementação de ERP´s em várias partes do Brasil, onde tive a oportunidade de me deparar com alguns gestores de TI com perfis similares, algo que talvez seja até comum hoje em dia, mas que há mais de 10 anos atrás, e na minha vivência, não era tão comum. E, mais interessante ainda e agora até mais óbvio, estes profissionais tem subido a cargos cada vez mais elevados, como é o caso de meu conhecido, cargos estes antes reservados a gerentes comerciais, administradores ou engenheiros.
O fato é, hoje um bom gestor de TI tem tudo para fazer a diferença, pois além de estar continuamente no meio do ambiente de tecnologia, que tem esta pressão do evoluir rápida e constantemente, o que o força estar sempre se atualizando, também tem como premissa entender as necessidades de seus pares e da empresa e dar-lhes vazão, sempre lembrando de que é ele muitas vezes que trabalha nos bastidores, ou mesmo no “front”, para resolver a fatídica equação do ROI, algo até meio “esotérico” quando se fala de tecnologias onde o fator humano ainda é tão influente no resultado final da aplicação, e onde estas tecnologias podem ser tão novas que não se sabe ao certo se irão se manter. Com certeza não é uma “vida fácil”, mas sem dúvida não dá para se queixar de tédio. E, para completar, além dos pré-requisitos acima apontados, ainda se deve acrescentar mais um, este indispensável nesta época de “QE´s” e “Coaches”, a complexa habilidade da comunicação, pois sem ela tudo pode ser perdido ao não conseguirmos o “fazer acontecer”, e, como comentei acima, no fim, na maior parte das vezes são pessoas que fazem com que a tecnologia se “materialize”, logo o trato com as mesmas é fundamental, e com certeza, quando executado com maestria, pode levar o gestor de TI as alturas.
Boa viagem.
[Crédito da Imagem: Gestor de TI – ShutterStock]