Desenvolvimento

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Método de desenvolvimento GHP

publicado por Thiago Neves

Go-Horse-ProcessVamos falar de uma metodologia antiga e ainda muito utilizada, algo que não se ensina na faculdade, na graduação ou no mestrado, muito menos no curso técnico. É uma coisa que já nasce no instinto do programador em suas primeiras linhas de código e é aprimorada na maioria das empresas atualmente (infelizmente, através dos gestores de TI) . Estou falando da Metodologia de Desenvolvimento GHP (Go Horse Process), também chamada, em sua versão extrema, de eXtreme Go Horse Process (XGH).

Se você não sabe o que é uma metodologia de desenvolvimento, não se preocupe: as dicas abaixo deixarão você totalmente preparado para agilizar e “disciplinar” sua empresa. Vamos esquecer que já ouvimos falar em PMBOK ou PMI e vamos falar sobre gerenciar de forma clara e objetiva, simples e direta. Conheça os 22 mandamentos do XGH!

 1- Pensou, não é XGH.

XGH não pensa, faz a primeira coisa que vem à mente. Não existe segunda opção, a única opção é a mais rápida.

2- Existem 3 formas de se resolver um problema: a correta, a errada e a XGH – que é igual à errada, só que mais rápida.

XGH é mais rápido que qualquer metodologia de desenvolvimento de software que você conhece (vide mandamento 14).

3- Quanto mais XGH você faz, mais precisará fazer.

Para cada problema resolvido usando XGH, mais uns 7 são criados. Mas todos eles serão resolvidos da forma XGH. XGH tende ao infinito.

4- XGH é totalmente reativo.

Os erros só existem quando aparecem.

5- XGH vale tudo, só não vale dar o toba.

Resolveu o problema? Compilou? Commit e era isso!

6- Commit sempre antes de update.

Se der merda, a sua parte estará sempre correta… e seus colegas que se fodam.

7- XGH não tem prazo.

Os prazos passados pelo seu cliente são meros detalhes. Você SEMPRE conseguirá implementar TUDO no tempo necessário (nem que isso implique em acessar o BD por um script maluco).

8- Esteja preparado para pular fora quando o barco começar a afundar… ou coloque a culpa em alguém ou algo.

Pra quem usa XGH, um dia o barco afunda. Quanto mais o tempo passa, mais o sistema vira um monstro. O dia que a casa cair, é melhor seu curriculum estar cadastrado na APInfo, ou ter algo pra colocar a culpa.

9- Seja autêntico: o XGH não respeita padrões.

Escreva o código como você bem entender: se resolver o problema, commit e era isso.

10- Não existe refactoring, apenas rework.

Se der merda, refaça um XGH rápido que solucione o problema. O dia que o rework implicar em reescrever a aplicação toda, pule fora: o barco irá afundar! (vide mandamento 8).

11- XGH é totalmente anárquico.

A figura de um gerente de projeto é totalmente descartável. Não tem dono, cada um faz o que quiser na hora que os problemas e requisitos vão surgindo (vide mandamento 4).

12- Se iluda sempre com promessas de melhorias.

Colocar “To do” no código como uma promessa de melhoria ajuda o desenvolvedor XGH a não sentir remorso ou culpa pela cagada que fez. É claro que o refactoring nunca será feito (vide mandamento 10).

13- XGH é absoluto, não se prende a coisas relativas.

Prazo e custo são absolutos, qualidade é totalmente relativa. Jamais pense na qualidade e sim no menor tempo que a solução será implementada, aliás… não pense, faça!

14- XGH é atemporal.

Scrum, XP… tudo isso é modinha. O XGH não se prende às modinhas do momento, isso é coisa de veado. XGH sempre foi e sempre será usado por aqueles que desprezam a qualidade.

15- XGH nem sempre é POG.

Muitas POG’s exigem um raciocínio muito elevado, XGH não raciocina (vide mandamento 1).

16- Não tente remar contra a maré.

Caso seus colegas de trabalho usem XGH para programar e você seja um coxinha que gosta de fazer as coisas certinhas, esqueça! Para cada Design Pattern que você usa corretamente, seus colegas gerarão 10 vezes mais código podre usando XGH.

17- O XGH não é perigoso até surgir um pouco de ordem.

Este mandamento é muito complexo, mas sugere que o projeto utilizando XGH está em meio ao caos. Não tente botar ordem no XGH (vide mandamento 16), é inútil e você pode jogar um tempo precioso no lixo. Isto fará com que o projeto afunde mais rápido ainda (vide mandamento 8). Não tente gerenciar o XGH, ele é autossuficiente (vide mandamento 11), assim como o caos.

18- O XGH é seu brother, mas é vingativo.

Enquanto você quiser, o XGH sempre estará do seu lado. Mas cuidado, não o abandone. Se começar um sistema utilizando XGH e abandoná-lo para utilizar uma metodologia da moda, você estará fodido. O XGH não permite refactoring (vide mandamento 10), e seu novo sistema cheio de frescurites entrará em colapso. E, nessa hora, somente o XGH poderá salvá-lo.

19- Se tiver funcionando, não rela a mão.

Nunca altere, e muito menos questione, um código funcionando. Isso é perda de tempo, mesmo porque refactoring não existe (vide mandamento 10). Tempo é a engrenagem que move o XGH e qualidade é um detalhe desprezível.

20- Teste é para os fracos.

Se você meteu a mão num sistema XGH, é melhor saber o que está fazendo. E, se você sabe o que está fazendo, vai testar pra quê? Testes são desperdício de tempo, se o código compilar, é o suficiente.

21- Acostume-se ao sentimento de fracasso iminente.

O fracasso e o sucesso andam sempre de mãos dadas, e no XGH não é diferente. As pessoas costumam achar que as chances do projeto fracassar utilizando XGH são sempre maiores do que ele ser bem-sucedido. Mas sucesso e fracasso são uma questão de ponto de vista. O projeto foi por água abaixo, mas você aprendeu algo? Então pra você foi um sucesso!

22- O problema só é seu quando seu nome está no doc da classe.

Nunca ponha a mão numa classe cujo autor não é você. Caso um membro da equipe morra ou fique doente por muito tempo, o barco irá afundar! Nesse caso, utilize o mandamento 8.

Se você estiver com dúvidas e não sabe se seu chefe (ou você) é um praticante desta metodologia, saiba que ela é confundida com a metodologia ágil quando surge a seguinte pergunta: “E aí, esta pronto?”

Essa foi apenas uma introdução a essa “Metodologia de Desenvolvimento”. Não fui o criador, mas indico a leitura da documentação completa, acesse este site.

[via Bevinet e GoHorseProcess]

Autor

Desde 1999 eu trabalho com projetos de mídia interativa. Com experiência em comunicação integrada e desenvolvimento de produtos digitais, planejamento estratégico, marketing digital, gerenciamento e desenvolvimento front-end, e-commerce e sistemas nas mais diversas tecnologias e integração de sistemas e tecnologia mobile.

Thiago Neves

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