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Internet para todos no Brasil? Um Grande desafio para o Novo Governo

publicado por Richard Tinoco

Como podemos entender este novo desafio do Governo Brasileiro? Devemos olhar para este como um novo momento na infra-estrutura do País? Encarar este serviço como básico, da mesma forma como água, luz, esgoto? Para encararmos assim temos que nos perguntar com todo nosso senso crítico, “se todos terão estas facilidades”? Quantos por cento dos Brasileiros têm acesso a estes serviços básicos? Estamos olhando somente para as grandes Capitais? E o Interior do Brasil fica descoberto?

Para responder a todas estas questões temos que olhar para todo movimento politico existente, a retomada da extinta Telebrás e todos aqueles que querem o poder da informação, seja ela em seu conteúdo, forma e popularidade convertida em voto.

Neste cenário devemos dar uma volta em torno de nós mesmos e olharmos nossa atual situação, vendemos e tratamos a tecnologia da informação como uma mercadoria de ponta, onde temos as cabeças mais brilhantes de todos os tempos e equipamentos maravilhosos e muitos se julgam os “Reis da Internet”, sem saber o que realmente é, qual o seu impacto na vida das pessoas, e quanto de infra-estrutura é necessário para que acessem em casa vídeos com alguém que se acha o “hit do momento”.

Temos que encarar o fato de que somos carentes em todos estes aspectos, não há acesso para todos e aos meus olhos nunca haverá.

Ao observarmos o Brasil e sua imensidão, temos uma idéia que para atingir 100% da população com acesso a internet não passa de uma mera história eleitoreira. Não sou contra aos que pensam que isso é possível, mas sou contra aos que falam sem saber da verdadeira história do País.

No Interior do Brasil, eu falo aqui dos casos que conheço, os acessos são feitos por empresas de rádio frequência que em alguns casos se quer tem homologação, registro, ou técnicos capazes em suas frentes de desenvolvimento. O que vemos é uma legião de pessoas que identificaram uma falha na abordagem das empresas de telecomunicações, detentoras das áreas de cobertura, e utilizam esta brecha para proliferar acessos de baixos custos e baixa qualidade. Quem já não viu pelo interior do Brasil, uma série de antenas, modelo “churrasqueira”, com rádios que não tem sequer o registro do órgão que as fiscaliza. Bom estas empresas prestam serviço a sua comunidade, podem não prover o melhor serviço, mas fazem o que podem para que isso aconteça. Não sou contra isso, já tive a minha empresa de rádio para internet no interior do Brasil, como muitos outros, mas defendo a idéia que estas empresas sejam qualificadas para tal serviço e sigam critérios técnicos de qualidade para levar o melhor à mais pessoas. Identifico estas empresas como as verdadeiras desbravadoras do País e é por elas que o plano pode ser realizado.

O Governo federal não tem como fazer o que prometeu, por uma simples questão. Não há verdadeira vontade para que isso aconteça, mesmo que sejam oferecidas áreas de concessão as empresas existentes e as novas que virão a ser criadas para tapar este buraco, nunca conseguirão exercer suas verdadeiras funções, pois isso nos leva ao inicio do texto. Temos água encanada em 100% das casas no Brasil? Temos LUZ? Temos Esgoto? Não, não temos e é por isso que o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL é uma política pública instituída pelo Decreto 7.175 de 12 de maio de 2010) sairá do papel de forma lenta e somente a contanto daqueles que enxerga como pano de fundo Político para as próximas eleições.

Não podemos imaginar o PNBL, sem pensar na infra-estrutura do País. Como cruzar este Brasil imenso? Quem o fará? O monopólio das Grandes operadoras, que são lentas e olham para a rede de dados como um problema, pois o seu foco é voz, que é sua maior fonte de renda? Ou os pequenos provedores que se quer tem condições técnicas para isso.

Novamente vamos cair no plano político do ressurgimento da TELEBRÁS e seus “tentáculos ópticos” subsidiados por votos e promessas.

Estas são as premissas do PNBL:

I – massificar o acesso a serviços de conexão à Internet em banda larga;
II – acelerar o desenvolvimento econômico e social;
III – promover a inclusão digital;
IV – reduzir as desigualdades social e regional;
V – promover a geração de emprego e renda;
VI – ampliar os serviços de Governo Eletrônico e facilitar aos cidadãos o uso dos serviços do Estado;
VII – promover a capacitação da população para o uso das tecnologias de informação; e
VIII – aumentar a autonomia tecnológica e a competitividade brasileiras.

Qual delas podemos dizer que é verdadeira? Qual se cumprirá?

Espero um dia ver o meu País realmente conectado.
Richard Tinoco

Autor

Analista de Sistemas Gerente de Projetos e Pré-vendas

Richard Tinoco

Comentários

5 Comments

  • É triste mas é real. Quem pensa que o governo quer realmente massificar a utilização da internet está redondamente enganado. E isso por um simples motivo: AS GRANDES TELECONS NÃO QUEREM! Politicagem meus caros, politicagem. Olha a conversa com um bam-bam-bam de uma grande telecom que não vou citar: “Se eu quiser quebrar esses provedores de internet via rádio, eu quebro amanhã. Coloco meu [nome_do_produto] por R$19,90 e pronto, quero ver quem fica de pé!”. Quando questionado do porquê não faz isso, a resposta foi: “Porque eu estou rachando de ganhar dinheiro”.
    Isso sem citar a falta de qualificação técnica, falta de qualidade nos cursos de TI, falta de regulamentação … falta de tudo!

  • Conforme dito pelo Fábio, POLITICAGEM!

    Infelizmente a falta de estudo, cultura e informação que predomina nosso país (triste realidade), esta a favor dos “Porque eu estou rachando de ganhar dinheiro” assim como “Meu povo e minha pova” como para “Minhas amigas e meus amigos de todo Brasil”

    Parabéns pela ótima matéria Richard.

  • Excelente artigo, a mais pura verdade, que poucos têm a sensatez de enxergar. Parabéns!!!

  • Richard,
    Excelente matéria….esta vai ser um excelente tema para a pauta.
    Abs

  • Ri,
    Como sempre, surpreende rsrsrs…
    Não sou “expert” no assunto, mas arrisco em dizer que o dia que a tremenda desigualdade do nosso país for realmente combatida e não mascarada, aí sim, acredito que o povo brasileiro em geral terá acesso a este tipo de serviço.
    PARABÉNS pela matéria!
    Carina

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