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Gerenciamento de recursos: VPN lá e tablet cá?

publicado por Davambe

“Todos serão beneficiados, estarão conectados, juntos como o pulso e o relógio”, dizia o Elefante Cinzano para justificar a introdução tecnológica na Machamba de Moamba da Mangabeirada.

O Cágado desconfiado como sempre, recolhia a cabeça para dentro do casco, sem nada dizer, andava a desconfiar das boas intenções, com promessas de benefícios para todos.

“Agora é VPN para cá e para lá…”, tentava dizer o camaleão.

“Ih, não vai dar em nada”, concluiu o crocodilo mergulhando na profundeza do lago Victória, mas os presentes continuaram os seus discursos incertos sobre um futuro descalço, ninguém podia avaliar a força motriz do assobio da tecnologia, tão desejada pelo Elefante.

Afinal, quem disse que não haveria benefício coletivo? Alguém já tentou algo de bom para a comunidade? Toda a intenção boa é manifesto amoroso?

Durante a exploração colonial, em alguma época o açúcar eliminou o índio. Hoje poderíamos dizer que o gado expulsou o posseiro; a soja, o sitiante; a cana, o morador, Freyre(in BOSI,2000).

O Elefante tendo a seu favor tecnologia, que deixava a comunidade conectada para colaboração, não hesitou em ordenar que fossem distribuídos tablets e todo o mais, que era necessário para labuta bem longe de sua floresta. Praticamente houve expulsão coletiva. Não demitiu, mas ordenou que trabalhassem não ao alcance de seus olhos. Assim, reduziria o custo de produção. Em menos de um mês o local estava deserto, o Leão que era chefe ficou a labutar junto com o Elefante e andava rugindo em salas vazias quase se assustando com a sua própria sombra. Abria constantemente a boca para pronunciar sem dizer palavrão, como era de costume. Ele tinha hábitos esquisitos, constantemente comia a gazela e com as novas deliberações estava impedido. Acabou ficando no radar do Elefante. Assofria com ausência de seus subordinados. Muito rapidamente, de forma assustadora, emagreceu. Mas não estava tão assozinhado. O Tigre que ocupava a sala vizinha, curiosamente começou a tomar as dores do colega.

“Gajo, o que está acontecendo, você não para?”

“Ouh, Ouh!”.

“O que há contigo, está com medo do sossego, o silêncio te incomoda?”

“Ooh, Ouh!”.

Foi então que o Tigre preocupado queixou-se ao Elefante. “Maldito silêncio! Quem salvará o Leão?”. O Elefante não mais suportando as inquietações do Tigre, confidenciou os hábitos indesejáveis do Leão. “Ele comia as gazelas!”

“Comia as gazelas!”, repetiu o Tigre.

O Leão não resistiu gerenciar à distância, desapareceu a buscar aproximação dos seus subordinados.

O Elefante buscou novo gerente. Não foi difícil achar um, mas quando o novo gerente encontrou o curral vazio, perguntou:

“Onde estão os meus subordinados?”, perguntou novamente, “Serei gerente do nada?”

Autor

Consultor de TI, com mais de 25 anos de experiência, Escritor. Autor de "O Segredo da Felismina", "Tanto Lá Quanto Cá" e "A Sereia de Tupa". Email: geraldo.nhalungo@davambe.com.br www.davambe.com.br

Davambe

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