A inovação é cada vez mais relevante nos mercados e, especialmente, nas áreas voltadas para o marketing. A velocidade na implantação das novidades, mudanças ou melhorias, também. Acredito que muito além da criatividade e propostas “fora da caixa”, é preciso ter insights tecnologicamente viáveis, úteis, escaláveis e que gerem valor.
Ser rápido para criar não significa necessariamente que o processo de inovação seja fácil de concretizar. E isso ficou muito claro em várias palestras que vi durante o South by Southwest (SXSW) neste ano, em Austin, no Texas (EUA).
Em sua sempre esperada e concorrida apresentação, Rohit Bhargava, escritor e especialista em inovação e marketing, discorreu sobre as 10 megatendências não óbvias para o futuro. Segundo Bhargava, nosso mundo está muito rápido, mas a concretude da inovação não é tão veloz. E não tem problema. Para comprovar a asserção, ele citou o escritor e professor americano Isaac Asimov: “Eu não sou um leitor veloz; eu sou um rápido entendedor”.
Embora a velocidade para a implantação das inovações não seja tão acelerada, é preciso acompanhar de perto todas essas trends e hypes. Uma das tendências apontadas por Rohit Bhargava, o Flux Commerce, que se refere ao mix de oportunidades comerciais entre diferentes empresas e setores, já é uma realidade. Trata-se da expansão de uma marca ou companhia para outra área em que não costumava atuar. Isso acontece porque as linhas entre as indústrias estão tão tênues que há uma interrupção contínua de modelo de negócio, uma disruptura.
Nessa “fluidez de comércio”, a Crayola, famosa por fabricar giz de cera e vinculada basicamente às artes, passou a criar também uma linha de maquiagem, a Crayola Beauty. Já a cadeia de fast-food Taco Bell fez uma parceria para um hotel pop-up na Califórnia (EUA), com atrações e quartos customizados para os fãs da marca.
Aqui no Brasil, o Mídia Banco24Horas é um exemplo de flux commerce em ação no mercado de mídia Out Of Home (OOH). A plataforma exibe campanhas em telas full HD posicionadas sobre os caixas eletrônicos do Banco24Horas. Ou seja, é a concretização de um veículo de publicidade que surgiu dentro de uma empresa de tecnologia focada no mercado financeiro. Com o diferencial que o Banco24Horas apresenta, especialmente pela sua presença nacional, alta capilaridade de 1.000 cidades e valor na rotina dos brasileiros com mais de 150 milhões de clientes, a empresa viu em seu ativo principal — os caixas eletrônicos do Banco24Horas — uma oportunidade de conversar com as pessoas que circulam ao redor dos mais de 24 mil caixas. Ao levarmos as telas 100% digitais OOH para locais de grande circulação e dos mais distintos públicos, proporcionamos que as marcas falem com os seus potenciais clientes ao longo da sua jornada de consumo, com o dinheiro na mão, e atenção para mídia e informações.
Como inovar? Interrompendo suposições, como “isso não pode” ou “não vai dar certo”, estabelecendo percentuais de investimentos em projetos-pilotos, ouvindo a dor do mercado ou do time, criando esforços e olhares dedicados ao processo de inovação. Os modelos de negócios, os canais de distribuição e a expectativa do consumidor estão o tempo todo se remodelando justamente por essa fluidez de comércio.
A forma como compramos e vendemos produtos, o quanto estamos dispostos a pagar por eles, nossa preferência por comprá-los ou alugá-los, tudo isso está mudando drasticamente — e de forma acelerada! E, segundo Rohit Bhargava, à medida que as linhas outrora traçadas entre os setores praticamente desaparecem, que os modelos de negócios passam a vender produtos como serviços, e que os métodos de distribuição são transformados para eliminar intermediários, os líderes dessa nova economia serão aqueles que acolherem esse “fluxo” e se moverem com ele.
Thaís Passarella, Head do Mídia Banco24Horas e Superintendente de Marketing, Marca e Comunicação na TecBan.