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A crise de hoje não está matando apenas as árvores, ela está destruindo as sementes do amanhã!

publicado por Alberto Parada

Figura - A crise de hoje não está matando apenas as árvores, ela está destruindo as sementes do amanhã!Muitos falam que na crise se cresce, o que pode até ser verdade. Nós crescemos quando aprendemos alguma coisa. E o Brasil, por todas as crises pelas quais passou, já deveria ter aprendido, mas, pelos sinais que a rua vem mostrando, não aprendeu nada.

Falar mal do governo por si é fácil. Não quero ser a mais a fazer isso, prefiro focar um pouco mais longe e ver um país daqui a duas ou três décadas, quando o governo atual e todas as suas falcatruas façam parte dos livros de história.

Daqui há duas décadas, a garotada que hoje frequenta as escolas de péssima qualidade estará entrando nas faculdades, semelhante ao que acontece agora, com a primeira geração do ensino continuado, aquele que não reprovava ninguém. E o que estamos vendo nas salas de aula? Um bando de analfabetos funcionais! E como se isso já não bastasse, as antigas instituições de ensino ganharam status de indústria; hoje geram, em massa, certificados de conclusão e colocam anualmente nas ruas um exército de analfabetos diplomados.

Temos o dom de sempre copiar o pior dos melhores. É certo que nos EUA todas as instituições de Ensino Superior são privadas, porém é certo também que elas buscam lucro e qualidade, afinal a parceria que a maioria tem com as maiores empresas do mundo – que, pasmem, são americanas – só é mantida porque elas produzem um material chamado “aluno de primeira qualidade”, diferentemente das nossas instituições, que não produzem profissionais de primeira qualidade, e sim “os melhores eleitores do mundo”.

Os mais otimistas dirão que temos algumas escolas de primeira linha e que estão formando cabeças maravilhosas. É verdade! Prova disso é a concorrida disputa pelas vagas de trainee nas principais multinacionais, que chegam a 23 candidatos por vaga. Alguém já perguntou para essas poucas cabeças brilhantes qual é o grande sonho da vida delas?

“Morar e fazer carreira fora do Brasil” certamente será a resposta. E alguém duvida de que os países de primeiro mundo – aqueles dos quais as pessoas adoram falar mal, mas que, na primeira oportunidade de férias, pagam um carnê em muitas vezes para conhecer – estarão de braços abertos esperando os poucos e raros jovens brasileiros bem preparados? Obviamente que estarão!

Resta para a maioria dos jovens ficar perambulando entre um curso ruim e outro pior, buscar um subemprego de contínuo em um banco ou se sujeitar a ser vendedor de sapatos em uma loja de shopping. Nada contra esses profissionais, mas quem estamos preparando para assumir as lideranças do amanhã? Um novo metalúrgico?

Na verdade, a carreira de metalúrgico nem existirá mais, pois a automação vem tomando conta fortemente das indústrias e, em poucos anos, o espaço para os trabalhadores braçais quase não existirá.

Parece triste a crise pela qual passamos, mas ela é muito pior do que podemos ver. Em outras crises, como no golpe de 1964, tínhamos as faculdades pulsando ideologias, umas a favor e outras contra o regime vigente, mas havia pensamentos e discussões sobre o que estava acontecendo.

E o que temos hoje nas faculdades? Alunos querendo entrar mais tarde e sair mais cedo e, de preferência, sem aprender nada. E o que acontece com o professor que ainda, por amor à arte, exige dos educandos comprometimento e disciplina? É demitido, porque os alunos não gostam de pressão, abandonam o curso e levam o dinheiro deles para outras escolas.

Será que vai nos restar apenas o aeroporto como saída? E quem não tem cidadania estrangeira, vai engrossar o número de refugiados na Europa?

Pode parecer exagero, mas nunca estivemos tão perto de uma situação de ruptura. Nas últimas eleições, já colocaram o Norte contra o Sul, transformaram propina em perseguição política, a oposição morreu, a inflação voltou, o povo perdeu emprego como nunca e as “bolsas-caridade” não vão suportar muito tempo. Será que teremos os renegados contra os coxinhas?

Não estamos distantes do surgimento de um doido radical de esquerda ou de direita, no estilo de Hitler, que seja contra tudo o que está aí, encontrando um povo acuado, com medo, desempregado, inflamado e, pior de tudo, sem cultura esperando o estouro da manada.

As gerações passadas ainda discutem ideologias mortas: há os que se juntaram com a velha guarda da política, piorando o nível de roubalheira, e os que acreditam que o comunismo é o melhor sistema do mundo, embora nunca tenham passado um dia como cidadão cubano, em Havana, para sentir na pele esse regime.

Infelizmente, os próximos anos reservam situações piores, com um povo ainda mais mal preparado do que o que há hoje. E qual a saída? Francamente, não sei! Com a mortandade das sementes em alta, fica difícil imaginar um pomar cheio de frutas de boa qualidade.

Talvez, o primeiro passo seja olhar para dentro de casa. Talvez, a grande mudança que todos esperam deva começar dentro da casa de cada um de nós. Como diziam nossos avôs, “educação vem do berço”. Não é proibir, é educar. Ensinar desde pequeno o que é certo e o que é errado. Mostrar que respeito ao próximo é mais importante que a quantidade de dinheiro que se carrega no bolso e que um homem tem seu valor medido pelo seu caráter, não pela sua conta-corrente. E que ter dinheiro é bom, mas saber usá-lo é ainda melhor!

A pergunta que fica sobre este momento pelo qual passamos é: como fazer o povo acreditar que a solução para o nosso país não está nas mãos dos outros, e sim dentro das nossas casas?

[Crédito da Imagem: Crise – ShutterStock]

Autor

Fundador do : descomplicandocarreiras.com.br

Alberto Parada

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