Sejam campos marítimos em meio ao Atlântico ou usinas de biodiesel no interior do Brasil, todo setor de energia enfrenta os mesmos desafios de segurança como roubos, quebras de equipamento e depredações. A boa notícia é que, nos últimos anos, o Brasil passou a contar com empresas que construíram amplo know-how sobre a proteção desses ambientes, enquanto o desenvolvimento tecnológico tornou possível que o videomonitoramento em rede permita integrar segurança a controle de produção a partir de um único sistema.
Se antes as câmeras serviam apenas para vigilância, hoje elas podem auxiliar no controle de acesso em toda a propriedade, eliminando, por exemplo, reações desnecessárias a falsos alarmes de invasão via verificação visual. Podem ainda ajudar a monitorar os processos da planta de produção. E, por serem conectadas à rede, podem ser gerenciadas tanto em uma sala de controle local ou remota.
O que muitos integradores de sistemas têm feito ao serem contratados para proteger infraestruturas críticas é pensar em proteção como uma série de círculos concêntricos: primeiro o perímetro, depois os prédios e por fim a produção de energia em si. Esses projetos, que contam sempre com a colaboração de um consultor especializado, focam em três vulnerabilidades: o perímetro (extensos e muitas vezes mal iluminados); entradas e saídas dos prédios (sob o constante risco de facilitar o acesso de pessoas não autorizadas ou em horários não previstos); e áreas com maior potencial de perigo (o que depende muito de cada planta). São esses os principais pontos com possibilidade de perda de receita por causar interrupção de produção e reparos dispendiosos.
Há uma série de tecnologias de proteção ao perímetro como sensores e radares. No caso das câmeras térmicas, qualquer presença não autorizada é detectada e elas são inteligentes o suficiente para desconsiderar ocorrências climáticas e para distinguir animais. Se integradas a câmeras com qualidade de imagem de alta definição e recursos para se adaptar a condições desfavoráveis de iluminação, chega-se a outro nível de análise do incidente que acionou os alarmes e melhor precisão para definir a reação necessária. É uma combinação eficiente para monitorar áreas vulneráveis como dutos em áreas remotas e despovoadas. Câmeras com transmissão wireless também fazem a diferença, ainda que se utilize cada vez mais a fibra óptica para grandes distâncias, já que seu custo caiu significativamente nos últimos anos.
Na área dos prédios, o importante é controlar os acessos e o fluxo nas áreas críticas. Para dar um exemplo crítico, durante uma evacuação de emergência, o sistema de vigilância auxilia a equipe de resgate a se assegurar de que não há mais ninguém no prédio por meio de contagem de pessoas e geração de imagens de alta precisão mesmo que haja apenas as luzes de emergência acesas. Se equipadas com áudio bidirecional, podem funcionar como interfones e detectar eventos de áudio fora do campo de visão da câmera. E, se térmicas, são outro auxílio na detecção de pessoas em meio a fumaça.
Proteger a propriedade e as pessoas é essencial, mas também é importante monitorar os processos de produção, garantindo que as regras de segurança estão sendo cumpridas e equipamentos manipulados de forma adequada. Câmeras inteligentes podem melhorar a supervisão em áreas sensíveis, proporcionando um mecanismo de inspeções visuais de vários locais ao mesmo tempo sem a presença física no local.
Além disso, a adesão a uma plataforma de padrões abertos garante a integração dos recursos de vídeo com componentes de produção, equipamentos e softwares. É uma estratégia que traz retornos significativos. Por exemplo, quando você integra os sistemas SCADA com vídeo em rede, os gerentes da fábrica podem obter informações sobre temperatura, pressão e medidores de velocidade em tempo real. Com a confirmação visual, os operadores podem detectar instantaneamente alterações em sensores de produção e tomar ações corretivas antes do problema escalar, forçando um desligamento temporário de produção.
Em quaisquer das esferas acima mencionadas, todas as imagens podem ser acessadas remotamente – da sede da empresa em outra cidade aos celulares dos encarregados – e compartilhadas com socorristas, polícia e agências governamentais. Em essência, um sistema em rede permite que todos possam estar virtualmente presentes em qualquer lugar de uma instalação e trabalhar em conjunto para fornecer a melhor proteção possível.
[Crédito da Imagem: Monitoramento da Produção Energética – ShutterStock]