TI Corporativa

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A Gestão de Ativos de Software (SAM – Software Asset Management) veio para ficar?

publicado por André Rangel

Já há alguns anos o mundo corporativo passou a lidar com empresas fabricantes de software exercendo suas respectivas cláusulas de auditoria dos contratos de licenciamento como forma de avaliar se os licenciados estão cumprindo os respectivos contratos e mensurar eventuais níveis de evasão de receitas.

Muitas empresas ainda avaliam que esta questão é um “problema” da área de Tecnologia da Informação, na esfera de atuação do CIO e negligenciam os riscos envolvidos ao ignorar e postergar uma ação para tratar do tema.

Em um estudo[1] realizado no ano de 2011 e publicado em Janeiro de 2012,  a consultoria Gartner chegou à algumas conclusões interessantes:

  • As auditorias de software continuam a aumentar, de acordo com os resultados da pesquisa, de 228 participantes do encontro, 148 disseram que tinham sido objeto de pelo menos uma auditoria nos últimos 12 meses;
  • IBM foi apontada como o fornecedor com o maior número de auditorias. Adobe foi o segundo, Microsoft foi o terceiro e a Oracle o quarto colocado. Os resultados da mesma pesquisa nos últimos três anos mostram que esses fornecedores têm sido citados consistentemente como os que realizam o maior número de auditorias;
  • O número de auditorias SAP aumentou, o que corresponde ao aumento do número de consultas recebidas pelo Gartner sobre auditorias SAP nos últimos seis meses;
  • Muitas auditorias terminam arrastadas para disputas judiciais entre o fornecedor e o cliente, por causa de definições vagas nos termos de direitos de uso e métricas de licenciamento.

O estudo comenta que empresas que na época da publicação – janeiro de 2012 – ainda não haviam estruturado uma frente de gestão de ativos de software já estariam, digamos, atrasadas.

A pesquisa destaca ainda  o movimento no mercado mundial[2] no ano de 2012 com relação à intensificação das auditorias de software por todos os fabricantes mas em especial, por parte da Microsoft – que ganhou o primeiro lugar com 51% dos entrevistados indicando-a como a empresa que mais realizou ações de compliance de licenciamento – tanto para os contratos corporativos por volume de licenças quanto para os prestadores de serviços (Service Providers License Agreements) – empresas que prestam serviços na nuvem com tecnologia Microsoft.

De acordo com o estudo, 48% dos fabricantes de software (um aumento de 8% em relação ao ano anterior) indicaram que não possuem tecnologia em operação para saber que qual versão de seus produtos os clientes estão utilizando atualmente – 13% afirmam desconhecer totalmente. Os pequenos produtores de software (aqueles com menos de US$ 5 milhões de receita) são os que possuem menor probabilidade de ter esta tecnologia em operação para saber quais produtos, versões e plataformas seus clientes estão atualmente utilizando.

Tais sinais no mercado mundial nos levam a questionar se realmente as empresas no Brasil devem considerar este assunto de forma mais atenta ou acreditam que seria apenas mais um movimento passageiro, que se perderá com o tempo.

Alguns fatos apontam que a Gestão de Ativos de Software realmente veio para ficar e deve ser cada vez mais considerada como uma questão estratégica dentro das empresas:

  • SAM é uma disciplina independente, suportada por processo de negócio padronizado (ISO 19770-1:2012) e em evolução – atualmente existe um grupo de estudo na ISO para avaliar o alinhamento da ISO 19770-1:2012 com a ISO 20000-1;
  • O software evoluiu e se tornou um ativo estratégico no atual contexto corporativo e se tornou um integrante essencial do funcionamento das empresas de praticamente todos os segmentos;
  • Na maioria das empresas, o software responde por até mais de 20% do orçamento de TI;
  • A economia ainda está lenta, sem grandes perspectivas de crescimento em médio ou curto prazo, fazendo com que os fabricantes de software  realizem mais auditorias nos seus clientes e que os seus clientes comecem a monitorar de perto os gastos relacionados;
  • Especialistas indicam que o mercado de Gestão de Ciclo de Vida de Software – SLM (Software License Lifecycle Management) está crescendo e a expectativa é de que cresça ainda mais; e
  • As organizações que já iniciaram a implementação de SAM já estão colhendo os benefícios desta iniciativa atualmente.

Sem dúvida, este é um assunto que ainda vai dominar muitas reuniões estratégicas de TI, circular em reuniões emergenciais das empresas ao receberem uma carta de notificação de auditoria por parte de algum fabricante e ainda será avaliado seriamente nos orçamentos de TI para os próximos anos.

As maiores consultorias globais de tecnologia da informação apontam um fato comum: o aumento das auditorias de compliance de licenciamento de software. Se a sua empresa ainda não enfrentou esta situação, com certeza considere-a como uma questão de “quando” isso vai acontecer e não de “se”. É uma mera questão de tempo. E como em tudo na vida, largar na frente para se preparar para este desafio sempre lhe dará uma boa vantagem.

[1] The Software Vendors That Are Auditing Now and What to Do About It – Published: 27 January 2012

[2] 2012 – Key Trends in Software Pricing and Licensing Survey, Flexera Software & IDC – Published: 12 December 2012

Autor

André Rangel é sócio da HSCE. Sua experiência ajuda os clientes a implantar um processo de gestão eficaz, controle e proteção de ativos de software, otimizando o retorno sobre o investimento e geririndo os riscos associados ao não cumprimento dos contratos e acordos de licença e violação de propriedade intelectual. Formado pela EBAPE-FGV – Escola de Administração Pública e Privada da Fundação Getúlio Vargas. André pode ser contatado por e-mail em alr@hsce.com.br, no Twitter em @andrelrangel, no LinkedIn, em: http://www.linkedin.com/in/andrerangel ou no nosso site http://www.hsce.com.br

André Rangel

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