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Facebook x Youtube: A batalha do streaming social

publicado por Thiago Neves

Essa luta começou há muito tempo, mas agora começou a ficar mais difícil apontar o vencedor.

Quem me conhece sabe que sou um Google maníaco. Fui um dos primeiros no Gmail, uso quase todos os seus serviços, assisto vídeos no YouTube desde a época que o player era em Flash, briguei com amigos dizendo que o Google Plus seria um enorme sucesso e me tornei viúva do Orkut.

Mas sou obrigado a dizer que as escolhas do Facebook em sua plataforma de vídeo são ousadas e revolucionárias. Acho que o YouTube encontrou um desafiante forte.

Pegue a pipoca, o óculos 3D, se acomode bem e vamos de pancadaria. A luta começou!

No canto esquerdo, de calção vermelho, a maior plataforma de streaming do mundo, o pai dos vídeos online.  Com recorde de vídeos cadastrados e mais de 1 bilhão de usuários consumido somente vídeos. Ele, o YOUTUBE!!!!!!

No canto direito, ele, que é a maior rede social do mundo, com 2,13 bilhões de usuário ativos no mundo e 127 milhões no Brasil. Usando calção azul: FACEBOOK !!!!!!!!!

Round 1: YouTube avança em direção ao Facebook

A plataforma de vídeos do Google se tornou oficialmente uma rede social em 2016, quando lançou a novidade chamada “Comunidades”, que permite usuários postem conteúdos em forma de texto ou imagens (de forma similar a um blog) e recebam comentários sem precisar criar outros clipes de vídeo.

A expectativa do recurso é fazer com que a interação entre os donos de canais e seu público possa ocorrer no site, sem o uso de concorrentes, como o próprio Facebook ou o Twitter.

Essa foi o primeiro ataque do Google ao adversário, principalmente depois de ter problemas sérios com o Google Plus por problemas com vazamento de dados, o que causou a aposentadoria precoce de tanto tomar pancadas na cabeça.

Round 2: Facebook  faz a esquiva e contra ataca o YouTube

O Facebook compreendeu bem o que estava acontecendo no mercado e nasceu pouco antes do falecimento do Orkut, sempre observando onde o defunto errou para fazer ao contrário.

Hoje é a maior rede social do mundo, com 2.13 bilhões de usuário ativos no mundo e 127 milhões no Brasil.

Um dos formatos mais consumidos no Facebook é o vídeo. Segundo a plataforma, os vídeos são os conteúdos de maior audiência. E para mexer com o psicológico do adversário, os vídeos vindos de outras plataformas começaram a aparecer em um formato menos amigável para o usuário. Consequentemente os vídeos publicados diretamente no Facebook têm índices de engajamento muito melhores do que aqueles que foram hospedados em outros sites.

Round 3: Problemas no córner do YouTube

A expectativa era que o YouTube se tornasse a rede social mais acessada do mundo, mas parece que não contavam com a ideia de nascerem tantos Youtubers.

Como era, teoricamente, fácil e rentável ser um youtuber, a plataforma cresceu de repente. Com o aumento de produtores de conteúdo, ficou mais difícil averiguar se todo canal monetizado estava cumprindo as regras da plataforma.

Com menos verba de publicidade no AdSense, os YouTubers passaram a ganhar menos. Sem dinheiro vindo de publicidade na plataforma, ficaria complicado para a plataforma manter o valor de pagamento para os produtores de conteúdo.

Daí em diante, o raciocínio é lógico. Menos conteúdo de Youtubers. Menos consumidores desse conteúdo. Menos exposição de marca de anunciante. Menos investidores em audiência na plataforma.

Round 4: Facebook montou uma equipe de respeito

O Facebook já havia melhorado sua experiência ao valorizar vídeos longos e criar monetização. Além disso, resolver se cercar de outros fortes lutadores para melhorar sua equipe.

O que ninguém imaginava é que a sua equipe também poderia se tornar competidora.

Ao perceber que os vídeos seriam o futuro do consumo, o Instagram recebeu novidades no seu feed. Vamos ver a evolução:

  • Só podíamos assistir vídeo com duração de 15 segundos;
  • Os vídeos passaram a ser de 1 minuto;
  • Apareceram os vídeos no stories;
  • Foi criada a IGTV;
  • Agora o IGTV também aparece no feed.

Isso transformou o Instagram em um lutador a parte para essa categoria. E como é companheiro de academia, provavelmente a batalha entre ele e o lutador principal da “família” nunca aconteça.

Mas sem demonstrar cansaço, o Facebook veio de Watch Party, que utiliza somente vídeos do Facebook Watch (serviço de vídeos on demand) e outras mídias publicadas na plataforma.

Na versão do Facebook para assistir aos vídeos em real time com amigos, é possível fazer isso em grupos e, no futuro, em páginas, usando o computador ou celular. Uma nova forma para as pessoas assistirem juntos os vídeos, ao vivo ou gravados.

Round 5: Tudo pode acontecer

O YouTube já havia feito um movimento usado ao disponibilizar o aluguel de filmes. Infelizmente para a plataforma Googliana, a Netflix, lutador que nem esta disputando o cinturão, esta atrapalhando seus planos ousados.

Ele ainda encontra muita força no mobile, já que o Google é dono do Android, sistema mobile mais usado no mundo. O YT ainda tem forças. Nada está perdido.

Já o Facebook deu um passo importante ao firmar o contrato de transmissão de jogos de futebol da Copa Libertadores. Os clubes também poderão se aproveitar disso usando o crosspost para exibir em suas timelines os jogos de seus times. E nós, usuários, ganhamos muito.

Até o momento os juízes não estão decididos e a luta ainda esta aberta. Pode ser nocaute, empate técnico ou desistência. Importante é que esta sendo uma baita luta! Estratégica, estudada e franca.

Só nos resta aguardar o confronto final.

Autor

Desde 1999 eu trabalho com projetos de mídia interativa. Com experiência em comunicação integrada e desenvolvimento de produtos digitais, planejamento estratégico, marketing digital, gerenciamento e desenvolvimento front-end, e-commerce e sistemas nas mais diversas tecnologias e integração de sistemas e tecnologia mobile.

Thiago Neves

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