Desenvolvimento

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Outsourcing, bom para quem compra e bom para quem vende

publicado por Alberto Parada

Será?

Na semana passada, falamos dos modelos de outsourcing mais comuns, aqueles que focam apenas na economia, mas como ficam as empresas depois que o outsourcing é implantado?

Vamos lembrar que o principal argumento, que motiva as empresas a optar por terceirizar sua área de TI, é a economia. Claro, que neste momento, o sonho de pagar menos e ter uma melhoria nos níveis de serviços ainda existe.

Sabemos que milagres não existem, pagar menos e melhorar o nível de serviço, não vai fechar a conta.

Para que a conta feche, as empresas fazem concessões que parecem inofensivas, mas logo se transformam em monstros difíceis de administrar.

Quando temos de um lado empresas “mandraques” contratando outsourcing, aparecem por outro, empresas prestadoras de serviços dispostas a vender até a “Mãe” para ganhar o contrato. Alguém acredita que empresa de outsourcing séria entraria neste tipo de arapuca?

Convites encaminhados para as empresas convidadas a participarem do processo. Próximo passo: Esclarecimento de dúvidas com perguntas e respostas.

Além de trágico é bastante cômico, aparece cada “pérola” de pergunta! Coisas como:

Posso mudar o modelo de contratação? Se você concordar eu consigo te propor um preço melhor.

Podemos juntar a área de rede com o de telefonia?

Depois de algumas discussões internas sobre o mar de perguntas recebidas, a empresa contratante acaba aceitando as propostas mirabolantes das candidatas, claro, desde que o objetivo de ficar mais barato prevaleça.

Para se proteger de possíveis problemas criados com as propostas mirabolantes, a empresa coloca uma cláusula ali e outra acolá no contrato e acredita que estará protegida. Como se as cláusulas no contrato fossem resolver os problemas quando os sistemas param de funcionar.

Depois de alguns meses de negociação é dado o veredito e a empresa prestadora é escolhida e começa a fase de migração.

Começam os problemas. O primeiro deles é fazer com que os profissionais aceitem um modelo de contratação diferente, para não perder o emprego eles acabam aceitando.

No processo de migração aparecem coisas interessantes, como os profissionais protegidos e as áreas vitais, nunca vi tanta área virar vital de uma hora para a outra!

Vale lembrar que as empresas habitualmente terceirizam os times de TI, mas mantém os gestores, segundo elas, para fazer a interface entre a prestadora de serviços e as áreas de negócio.

O gestor da área vital vem dizendo: tenho um analista “super mega blaster” que faz o mundo girar e que não pode ganhar menos de jeito nenhum.

Como a empresa prestadora não quer ter muitos problemas até o final da migração, resolve abrir algumas concessões e contrata todos os profissionais protegidos das áreas vitais com valores maiores que os planejados. Lá se vai a lucratividade!

Pronto, migramos. Ufa tudo resolvido!

O pessoal do financeiro comemora a redução de despesas, os executivos acreditam que fizeram o melhor negócio do mundo, todo mundo feliz, mas esta felicidade vai durar pouco tempo.

A perda de profissionais começa acontecer, seus principais motivos são: a falta de visão do que irá acontecer, o medo de um corte em curto prazo e a incerteza de crescimento profissional.

Estes motivos levam os profissionais a buscar uma recolocação que lhe traga a tranquilidade perdida com o processo de terceirização. O resultado disso é que o conhecimento adquirido durante anos vai pelo ralo.

Aproveitando desta situação, a empresa prestadora, com o objetivo de recuperar a lucratividade, substitui os profissionais perdidos por outros com um nível menor de conhecimento.

A chiadeira começa, até porque os gestores das áreas de TI, que perderam poder com a contratação do outsourcing, começam uma queda de braço querendo reconquistar o status perdido.

É comum o profissional, que foi terceirizado e que pede demissão, venha a colocar no “pau” as empresas.  Isso porque ele continuou a fazer as mesmas coisas que fazia, com as mesmas senhas de acesso e muitas vezes reportando para os mesmos gestores da empresa contratante, a única coisa que mudou é que ele passou a receber menos.

No meio deste tumulto, aparece um monstro que começa a assombrar a área onde ninguém gostaria que ele assombrasse, a área de negócios.

O interessante é que todas as cláusulas do contrato são atendidas, mas a área esta insatisfeita com o atendimento, o que acontece?

Simples!

Antes da terceirização, determinadas áreas eram atendidas prioritariamente porque o gestor era amigo do gestor da área de TI e acabava recebendo regalias, porém, durante a elaboração da solicitação de proposta de outsourcing, esqueceram estes detalhes ou a área não queria  pagar a conta das regalias.

Quem nunca passou pela situação de ouvir o telefone do chefe tocar?  Ele sair aos berros dizendo:

– Pára tudo e manda alguém resolver o problema da área de negócio.

O “parar tudo” agora acarreta multas contratuais e muitas vezes o chefe não topa aboná-las.

Pronto, os monstros começam a tomar conta do contrato de outsourcing.

Olhando pelo lado de quem presta serviço, a vida também não é nada fácil. Começa com aquela oportunidade maravilhosa que irá impulsionar o faturamento da empresa e bater a meta do ano.

Quando aparece aquele e-mail com o convite de solicitação de proposta de outsourcing , sai todo mundo correndo, chamam o pessoal da pré-venda, vendas, RH, financeiro, faxineira, até a mulher da copa é chamada; mas os infelizes, que vão operar o outsourcing, só são lembrados depois da proposta ganha.

Começa o show de horrores, corta daqui, junta de lá. Onde era necessário cinco analistas sêniores coloca-se três Júniores, infelizmente o papel aceita tudo, está montada a proposta Frankenstein.

Sabe o final desta história?

Prejuízo para todo mundo, a empresa contratante terá sérios problemas com as áreas de negócio, que não foram envolvidas no processo de contratação do outsourcing e começam a perder negócio em função da redução da prioridade no atendimento e a empresa contratada começa a ter prejuízo porque terá que mudar os profissionais, inicialmente planejados em detrimento das multas contratuais.

O que fazer?

Semana que vem eu conto!

Autor

Fundador do : descomplicandocarreiras.com.br

Alberto Parada

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