Carreira

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Academia Engessada

publicado por M.C.Sisi

O que mais se fala na academia é a importância do professor autor. Aquele capaz de produzir informação e conhecimento. Diferentemente dos que apenas os transmitem, replicando os alheios.

No entanto ela mantém-se engessada em si própria. Em suas próprias regras rígidas e ultrapassadas. Caducas.

No momento de avanço tecnológico atual, inegavelmente demonstrado em pesquisas, números e gráficos gerados pelos computadores e disseminados pela internet, é inconcebível mantermos os padrões.

Este é um momento de quebra de regras, desconstrução de paradigmas. E apesar do Mec anunciar alguns destes novos valores, utilizar-se das TIC para teoricamente distribuí-los e investir fortemente nesta tentativa de revolução teórica, a prática depende de pessoas. Nas questões da educação, de bilhões de pessoas.

Entre posturas de:

  • pais ausentes, trabalhadores frenéticos para proporcionar uma vida digna a suas famílias;
  • gestores temerosos e despreparados, alocados por indicação política;
  • professores confusos, mal gerenciados, desmotivados financeiramente, desautorizados legalmente e despreparados tecnicamente para o atual cenário e
  • alunos desrespeitados, questionavelmente defendidos, inegavelmente ignorados e profundamente mal conduzidos

o que nos restaria?

Pessoas comuns, cidadãos, jovens ou não, revolucionários ou nem tanto, conscientes ou apenas tentando adequar-se. Pessoas sujeitas obrigatoriamente as mudanças.

Porque nos telefones quem fazem as perguntas e respondem são secretárias eletrônicas. Nos bancos quem nos recepciona para entrega ou recolhimento de dinheiro são os caixas eletrônicos. Nas urnas, os tecladinhos dão conta do serviço. Nos concursos e relacionamento social moderno a internet passou a ser fundamental e o celular indispensável.

Nosotros passamos da opção para a necessidade básica.

Neste contexto pipocam os autodidatas, os defensores da legalização da educação domiciliar – Home schooling , os AEL – arranjos educativos locais e por ai vão crescendo as novas competências necessárias a sobrevivência.

Com ou sem a academia. Com ou sem a escola formal. Com os sem os diplomas oficiais. E o mercado de trabalho, gostando ou não, tem se rendido a necessidade de contratar a experiência prática em detrimento da carimbada em papéis.

Autor

Especialista em Educação e Tecnologias da Informação e Comunicação :::Summary Atuo em TI desde 1991 com capacitação de equipes, consultoria e palestras em instituições de ensino públicas e particulares e empresas em todos os níveis hierárquicos. :::Specialties TIC - Tecnologias da Informação e Comunicação. EAD - Educação a Distância. Analista de Sistemas Web. :::Education Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano - campus Senhor do Bonfim - Licenciatura Plena em Tecnologias da Informação e Comunicação, 2010 - 2014 Universidade Cidade de São Paulo - Especialista, Tecnologias e Educação a Distância, 2010 - 2011 Fundação Armando Alvares Penteado - Licenciada, Artes Plásticas, 1989 - 1991 :::Interests Sementes todas... as que se espalham, que germinam, as que morrem sem germinar... ... não importa muito onde vão parar, são sementes... contém em si, infinitas possibilidades.........

M.C.Sisi

Comentários

4 Comments

  • Gostei muito! Em profissões não regulamentadas (como Publicidade e Marketing por exemplo) essas questões ficam ainda mais evidentes – a técnica em detrimento do diploma.
    abs,

  • Ufa!
    Mais que comentários, talvez, desabafos fundamentados em vivências, hein? Porém, há muito o que analisar diante do escrito. O que, por questões circunstanciais, não farei agora.
    Mas, acredito que é necessário repensar alguns elemtos, como, por exemplo, o próprio conceito de tecnologia (de tekné), de contemporaneidade, de espaços de educacão, da própria educação, das autoridades que sobre ela se debruçam; pensar sobre o poder. Mudar nomenclaturas, regras, propostas curriculares, não implica, necessariamente, em mudar substancialmente uma realidade “caduca” (usando os termos da autora) e ainda moderna – acho que mais moderna do que nunca no sentido epistemológicao… Heidegger, que mui sabiamente vem refletir sobre aspectos como este, designa o termo “funcionário da técnica” para, aqui me aproprio de seu pensamento, denominar estes e estas que estão envolvidos nestas atitudes verticalizadas e pretensamente transformadoras.
    Acredito que é necessário repensar as raízes, as bases, os fundamentos, mais que propor projetos de ponta ou de transofmrações heróicas e gigantescas. Afinal, “grandes revoluções acontecem lentamente, silenciosamente…” Precisamos continuar discutindo…

    Prof. Marcos Cajaíba….

    • Verdade, concordo plenamente, “…mais moderna que nunca…”, era só o que faltava: retrocedermos.
      Obrigada por sua colaboração professor!

      Pretender a transformação é característica nata do ser humano, ainda que nossa atual sociedade venha se esforçando para “sufocar” isso, principalmente nos ambientes escolares.
      Nenhuma verdadeira transformação conseguiu ser reconhecida como “heróica ou gigantesca” em seu próprio tempo. Feliz ou infelizmente apenas muitos anos depois, até séculos foram precisos para a sociedade ser capaz de assimilar, reconhecer e apoiar tais iniciativas.
      Mas isto mudou um pouco não?
      A internet veio para mudar isso e vem provando sua presença imponente no mundo todo. Doa a quem doer.

      A exemplo dos dinossauros, ou nos adaptamos ou seremos extintos!
      Alguém ainda duvida disso?

      abraços

  • sem comentários adicionais… vejam isso:

    Professor demitido de funções da DREC por contestar avaliação
    Lusa / EDUCARE | 2011-03-09

    Partilhar: http://www.educare.pt/educare/Atualidade.Noticia.aspx?contentid=90393CF4F1FA521CE0400A0AB8001D4F&opsel=1&channelid=0

    “… Um professor foi demitido do cargo de coordenador da Equipa de Apoio às Escolas por ter contestado a avaliação dos docentes, um assunto que o ministério considera ser da exclusiva responsabilidade da DREC. FENPROF acusa DREC de preferir “boys” a pessoas competentes […] “O que é anormal e estranho é que, tendo este professor funções técnicas, seja demitido por razões políticas”, criticou, acrescentando que isso “mostra bem que na Direção Regional de Educação do Centro, qualquer incompetente, desde que leal à senhora diretora regional, tem ali lugar”…”

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