Toda organização espera que seu CIO tenha como uma de suas metas orientar a organização através de transformações tecnológicas para minimizar os riscos e reconhecer oportunidades.
A última transformação enfrentada pelas organizações de todos os tamanhos foi o advento dos sistemas integrados de gestão que influenciaram fortemente as mudanças de processos de negócios nas organizações. Dentre os principais sistemas de gestão que focaram essa transformação temos o ERP (Enterprise Resource Planning), o CRM (Customer Relationship Management) e o BI (Business Intelligence).
Muito se fala nos últimos anos sobre governança de TI, este assunto esta nas pautas de reuniões de vários gestores e ate mesmo de conselhos administrativos de grandes empresas. Gostaria de falar um pouco aqui sobre o que é governança e como o COBIT pode nos ajudar a implementa-la.
Definição de governança “um processo que toma decisões para definir espectativas, conceder poderes, ou verificar desempenho (ITGI, 2010)”.
Nesse nosso dia-a-dia do mercado de TI, estamos sempre às voltas com tipos de empresas, profissionais e negócios muito diferentes. Na minha trajetória profissional, tive o privilégio de assistir e interagir em diversas situações, tanto no Brasil como no exterior. Aproveito este espaço para partilhar essas experiências e , neste primeiro artigo, gostaria de apresentar uma inquietação pessoal…
O CIO morreu?
Eu acho que sim. Pelo menos, no termo puro da palavra. Em um passado recente, víamos os CIO´s envolvidos no dia-a-dia da operação, querendo receber alertas de paradas nos sistemas e discutindo o bits & bytes das soluções.
Pessoalmente, valorizo muito quando conheço um diretor de TI que já na primeira reunião dá um “banho” de conhecimento do negócio, das metas estratégicas da empresa e onde a TI se insere OBJETIVAMENTE para atingir isso e onde ele deve EFETIVAMENTE concentrar seus esforços.
Parece óbvio, mas não é… Não é todo gerente de TI que virá CIO e consegue fazer essa transição. E, do lado dos fornecedores, percebemos algumas características que um profissional pode reunir para fazer essa passagem com melhores resultados:
– Formar uma boa equipe: normalmente, um profissional de TI quer estar sempre atualizado com os lançamentos tecnológicos, usar um smartphone “mais velhinho” pega mal….Mas pergunte sobre relações humanas e políticas, se leu algo a respeito ao longo de sua carreira, que não seja auto-ajuda de gestão de pessoas…
– Aprender a delegar: em algumas ocasiões passo dias discutindo um projeto em um cliente e começo a perceber que o time da operação está desalinhado com o gestor ; o projeto vai tomando um rumo que não era o combinado inicialmente… Me lembro de ter lido em algum lugar: delegar não é abdicar. Monitorar o andamento é fundamental!
Não chegamos bem exatamente às Índias, mas de qualquer jeito, há índias. Os ventos trouxeram-nos aos mares do sul, a um lugar desconhecido da civilização até o momento.
Procura-se um expert em sistemas de informação bilíngue, preferível vivência internacional com ótima formação executiva, fera em finanças, ultra-comunicador com jogo de cintura, ótimo gestor de contratos e projetos, grande estrategista, inovador, especialista em sustentabilidade que seja capaz de implementar o planejamento estratégico da empresa além de ser moreno alto com bom nível social.
Esse novo “job-description” de CIO ( ou Hero-CIO ) coincide com os estudos sobre o genoma do ornitorrinco, aquele estranho animal com pele, pêlos, bico de pato, rabo de castor e patas com membranas, que segundo a revista Nature ( Ornithorhynchus anatinus) é ao mesmo tempo, um réptil, um pássaro e um mamífero.
A transformação do antigo Encarregado do CPD (ou Chefe de CPD) em CIO-Ornitorrinco ( Chief Infomation,Imagination & Inovation Officer ) aconteceu simultaneamente ao crescimento das necessidades para soluções de problemas que sequer existiam a algumas décadas atrás.
O que antes era apenas complicado passa a ser cada vez mais complexo. Para entender essa leve diferença, vamos recorrer a uma definição da Prof. Rita McGrath da Columbia University;
1. Complicado é algo que com a mesma ação produz resultados extremamente previsíveis como por exemplo pilotar um avião ou certificar um profissional dentro das melhores práticas de governança (ITIL).
2. Complexo é algo que pode operar de forma padronizada, mas cuja interação está constantemente mudando.
Há poucos dias terminei de ler um relatório do Gartner, “CEO Survey 2012: The Year of Living Hesitantly”, onde cerca de 300 CEOs do mundo todo foram questionados sobre diversos assuntos relativos ao cenário de negócios e ao uso de TI. Pensei muito sobre as conclusões do relatório e tive alguns insights que gostaria de compartilhar aqui.
É muito comum encontrar nas organizações executivos de TI que não são vindos da área de tecnologia. Há muitos casos em que o CIO é proveniente da área mas, em sua maioria, não responde diretamente ao CEO ou ao menos tem participação ativa do board executivo.
Conhecemos muito bem nossa capacidade e nossas limitações para encararmos uma caminhada. A segurança que sentimos quando andamos, está diretamente relacionada ao volume de informações que temos sobre nós mesmos, e que é bastante grande.
Já é sabido que os CFOs estão cada vez mais participando das decisões que envolvem TI. Muitos deles, a exemplo dos cientistas da indústria farmaceutica que foram aprender marketing para redigir bulas de medicamentos.
No passado o administrador de uma transportadora era, na grande maioria dos casos, ex-caminhoneiro. Isso acontecia também com outros segmentos do mercado.