CarreiraResponda em poucas palavras: Por que deveríamos contratá-lo?

Responda em poucas palavras: Por que deveríamos contratá-lo?

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Figura - Responda em poucas palavras: Por que deveríamos contratá-lo?Por que deveríamos contratá-lo? Você já deve ter ouvido essa “pérola” dos selecionadores ao final de uma entrevista profissional. Geralmente é aquela última perguntinha capciosa antes de finalizar. Conversei com alguns amigos que já passaram por isso e todos partilham da mesma opinião, é perturbador.

Não que existam dúvidas sobre a nossa capacidade profissional, mas naquele momento temos a sensação de que precisamos falar algo brilhante, bastante convincente, que supere as respostas dos candidatos concorrentes. É uma situação delicada! Se você tentar mostrar mais do que realmente é, pode ficar feio. Acaba sendo perceptível quando a pessoa está querendo “aparecer”. Fala bonito, utiliza termos e expressões complexas pra deixar mais pomposo, porém não há firmeza no que se diz.


Então o que fazer?

Não sou psicólogo nem analista de recursos humanos. Contudo, acredito que, quando o entrevistador faz uso dessa pergunta sua intenção não seja coletar informações para compará-lo com outros candidatos, e sim, avaliar se você sabe o que pode oferecer ao contratante e o seu diferencial em relação aos concorrentes. As informações que ele precisava para compará-lo estavam no currículo que leu antes de fazer o convite para o processo seletivo.

Você precisa conhecer seus pontos fortes e fracos, suas virtudes, habilidades, realizações e conquistas profissionais. Não somente conhecer, como valorizar aquilo que o diferencia das outras pessoas.

Pode parecer besteira, mas uma grande quantidade de pessoas não sabem dizer quais são suas principais características que as diferem dos demais. Nessas horas nos apoiamos apenas nas experiências vividas e nos cursos feitos. Eu trabalhei na empresa tal, lá eu fiz isso e aquilo, tenho curso disso e daquilo e é isso!

Sim, tudo isso compõe nossa formação profissional e deve ser levado em consideração, mas estou chamando sua atenção para algo mais importante, algo que realmente o torna especial.

Se eu te perguntasse quanto você vale no mercado em que atua, saberia me responder imediatamente?

Veja bem, não estou falando da média salarial da categoria divulgada anualmente pelos institutos de pesquisa e empresas de recursos humanos, e sim do SEU verdadeiro valor.

Entenda! Um quilograma de ouro bruto tem um valor de mercado fixado que pode variar para mais ou para menos, entretanto, uma peça de ouro trabalhada, raríssima, feita do mesmo ouro bruto que se compra por aí, certamente terá um valor diferenciado.

Compreende o que quero dizer? Que tipo de ouro você é no mercado de trabalho? Bruto? Trabalhado? Um ouro de média qualidade? Um anel comum, igual aos que vemos nas lojas por aí? Ou será uma moeda de ouro valiosíssima do tempo do Brasil Império, colônia de Portugal, que não se acha mais tão facilmente por aí?

Tive a felicidade de ver um vídeo (clique aqui para assistir) onde o consultor de empresas Waldez Ludwig explicava que os profissionais são remunerados por sua raridade, e não por sua importância. Foi um divisor de águas! Naquele dia recebi um choque de 220v e acordei.

Durante muitos anos caminhei e me preparei profissionalmente para fazer simplesmente e apenas o que todo mundo fazia. É verdade! Quero ser bom nisso, nisso e nisso, exatamente como fulano, beltrano e ciclano são. Por favor, novamente entenda. Não estou dizendo que desejar ser bom como alguém é seja um problema, alias, eu acredito que esse foi um bom começo pra mim, mas quando entendi que ser apenas mais um bom profissional no mercado não iria garantir minha vaga de emprego, tão pouco uma boa remuneração, uma vez que as empresas estão em busca de pessoas que tenham um diferencial, tirei uma conclusão: Preciso descobrir o meu diferencial e aprender como usá-lo para agregar valor ao meu trabalho.

Desde então uma inquietação tomou conta de mim. Sondei minhas habilidades e descobri algumas específicas que poderiam me projetar profissionalmente. É bem verdade que determinadas coisas ainda precisam ser trabalhadas, amadurecidas. Ainda não cheguei onde desejo. Me vejo com um luminoso informando o status – “em processo de transformação” – mas já estou caminhando para os objetivos que tracei.

Palavras-chave como criatividade, resiliência, eloqüência, visão, determinação, inteligência emocional, empreendedorismo, estão entre as principais características dos jovens profissionais que se destacam em suas áreas de atuação.

Conheço algumas pessoas nos âmbitos acadêmico e profissional que vivem se queixando da vida. Uns reclamam do salário que ganham, outros de nunca serem chamados para entrevistas das quais se candidatam, mas a verdade é que todos eles têm alguns comportamentos em comum que não os ajudam na valorização de sua contratação. Veja:

  • Não gostam de se atualizar, acham perda de tempo buscar aperfeiçoamento;
  • Não demonstram criativade e interesse para propor melhorias por achar que  ganham pouco;
  • Estão sempre mal-humorados e reclamando de tudo;
  • Sempre que se desligam de uma empresa, saem falando mal;
  • Não zelam por sua aparência, roupas, barba, cabelos, enfim…
  • Não conseguem manter o equilíbrio emocional diante de uma situação adversa;
  • São os “senhores” da verdade, sua forma de ver as coisas está acima de tudo;
  • Não sabem dizer “eu não conheço esse assunto”, “poderia me explicar para eu tentar”, falta humildade;
  • Acham que são sempre mais do que realmente são, e estão ganhando pouco;
  • Não controlam os palavrões e gírias no ambiente profissional;
  • São negativos e pessimistas. Sempre que aparece um novo desafio dizem: “não é querer falar, mas minha experiência diz que isso não vai dar certo!
  • Não têm prazer em ajudar, compartilhar conhecimentos;

Se você conseguiu enxergar alguma dessas atitudes em você, entenda que minha intenção não foi definir um estereótipo. Apenas relatei algumas características que percebo nas pessoas que não se movem para fazer um futuro diferente, melhor para si mesmas. Nenhum de nós está livre de cometer, em parte ou na totalidade, os mesmos erros em algum momento ou fase ruim de nossas vidas.

O importante é reconhecer onde temos falhado para conseguir evoluir. Por fim, como o grande livro da sabedoria, a bíblia, nos ensina em 1 Tessalonicenses 5:21, “Examinai todas as coisas; retenha o que é bom”.

Descubra o que diferencia você das outras pessoas e invista nisso. Seja seu maior e melhor produto, cartão de visitas e funcionário. Não seja simplesmente mais um no imenso oceano de profissionais em busca de uma oportunidade.

Já se perguntou por quais motivos existem tantas vagas de emprego em aberto e tantos profissionais ainda desempregados? Um paradoxo não?

Foque naquilo que acredita. Prossiga, seja persistente, faça sua networking com pessoas da área, busque o conselho dos melhores, atualize-se constantemente, ignore os comentários dos fracassados e pessimistas que aparecerem no seu caminho, seja sensível ao mercado e as oportunidades da sua área de atuação, suba degrau por degrau, não queime etapas, seja humilde para reconhecer quando não souber alguma coisa e determinado para aprende-la.

Depois de tudo isso, se te fizerem a danada daquela pergunta novamente (Por que deveríamos contratá-lo?), certamente você saberá como apresentar o seu diferencial mostrando o valor que tem.

Sucesso para todos!

Leonardo Corrêahttp://br.linkedin.com/in/leonardocsantos
Analista de Processos de Negócio e Consultor em Análise e Reformulação de Currículos, graduado em Gestão da Tecnologia da Informação com extensão em Formação de Consultores Organizacionais pela FGV. Pós-Graduando em Gestão de Processos de Negócio (BPM) integrado à Engenharia de Software, certificado ITIL Foundation, CobIT 4.1 Foundation.

11 COMMENTS

  1. Tenho um amigo que tem dificuldade em programação.. mas ele é programador..Um dia perguntei”Fulano por que vc não faz curso aos sabados?”.
    R.”Por que é complicado.. não gosto de estudar no fim de semana”.
    Como esse meu amigo disse, existem vários com essa visão..e olha que não falei de curso..ia emprestar um livro para ele ler..Um dos requisitos na área de tecnologia é ter força de vontade.

  2. Tava indo bem até citar a bíblia. :-/

    Outra coisa: “agregar valor” é um eufemismo para “colocar dinheiro no bolso”. Um profissional só “agrega valor” para a empresa se ele for uma engrenagem importante na máquina de imprimir papel moeda. Simples assim.

    Depois que eu entendi isso, a minha percepção do que é “agregar valor” para a empresa também mudou.

    Um abraço!

  3. Leonardo,
    Parabéns, pelo artigo, pois é um RAIO-X do que vemos nas empresas, profissionais acomodados e querendo crescer profissionalmente, porém, sem qualquer investimento na carreira, hoje a internet está aí pra todos.
    Para os que tem um bom networking, conheço grandes profissionais nos quais cederam materias de anos de estudos e investimentos para pessoas que tinham interesse em aprender e buscar novos desafios.

    Parabéns e obrigado pelo alerta!!

  4. Bom artigo Leonardo. Essa pergunta parece que tem substituído a outra clássica das entrevistas: “Cite dois pontos positivos e dois pontos negativos seus”.
    Acredito também que o esperado como resposta não seja uma “defesa de tese” para uma oportunidade, mas verificar se você tem conhecimento sobre si mesmo, seu perfil, suas características profissionais.
    De qualquer forma, é bom ir “prevedido” para esse tido de pergunta em uma entrevista.

  5. Lendo este artigo vejo o reflexo da graduação e os meses posteriores após a formação.
    Recém-formados exigindo todo tipo de salário pelo ‘longo tempo’ de estudo e dedicação mas que nada fizeram para se destacar.

  6. Gostei do artigo, levei mais como um desabafo ou experiência passada. O importante é reconhecer o problema, depois traçar ações para alcançarmos um degrau maior profissionalmente e também na vida pessoal.

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