Gerência de Projetos

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Planejar é preciso

publicado por Ramiro Rodrigues

Seguindo a série onde serão detalhadas as principais orientações para gerenciamento de projetos de segurança. Neste artigo falaremos sobre a segunda fase: o Planejamento.

Figura - Planejar é Preciso

A fase de Planejamento é de extrema importância e, ao mesmo tempo, de imenso risco para o sucesso de um projeto. Importância pela lógica simples de que todo o esforço a ser feito – se devidamente estudado e avaliado com antecedência, tem maiores chances de boa realização. Risco por sua natureza de antevisão aos fatos que ainda irão ocorrer em momentos futuros. E, mesmo que se considerem fatores como experiência do time, técnicas de análise e simulação, é fato que não se deve ignorar que, em essência, está se tentando prever o futuro. E não há tecnologia eficaz ainda para isto.

Assim, um planejamento de projeto seguro não pode ser dar ao luxo de permitir a negligência. É um momento crucial onde os resultados de todos os investimentos que são empreendidos pela organização patrocinadora estão em jogo.

Cientes disto, podemos ressaltar alguns destaques a serem considerados pela liderança de um projeto nesta fase:

  1. Determinar como será a condução do projeto
    A fase de planejamento inicia pela definição do modelo de gestão do projeto a ser seguido. Assim, invista o devido tempo para modelar como, quem, quando (e outras perguntas afins) deverá acontecer a gestão deste projeto. Este investimento, se firmemente controlado, trará mais retornos (e menos transtornos) do que você imagina.
  2. Fomentar o engajamento das partes interessadasUm dos maiores desafios de uma mudança é movimentar e motivar os envolvidos. Primeiro, porque nem sempre é simples identificar os corretos atores de projeto. Segundo porque, mesmo quando identificados, é preciso vencer ruídos de comunicação, dúvidas e resistências.
  3. Avaliar os riscos aplicáveis para a execução do projeto
    Um bom mapeamento dos riscos é a chave da segurança de investimento. Como estamos tratando de ações futuras, não se pode ser econômico nos esforços de identificação, análises (quantitativa e qualitativa) e estudo das alterativas de tratamento aos riscos, pois disto sairá toda a estratégia, prevenção e, por consequência, capacidade de reação quando as situações (e sinistros) ocorrerem.
  4. Planejar as comunicações que serão necessárias e seu grau de confidencialidade
    O planejamento de comunicação é outro fator crítico de sucesso de um projeto. Mesmo um projeto de alta tecnologia, em essência, é feito por pessoas. E se tem algo que, paradoxalmente estamos fazendo aparentemente cada vez pior, é nos comunicar mesmo com todos os recursos que o universo corporativo atual dispõe. Assim, invista o devido esforço em planejar como os envolvidos no seu empreendimento querem, podem e devem ser informados do andamento do projeto. No jargão corporativo moderno, este é um grande “desafio” pois, muitas vezes não se consegue identificar tudo isto com clareza. Mas um esforço contínuo na busca destes objetivos será provavelmente recompensado.
  5. Viabilizar a estrutura de armazenamento e uso da documentação a ser gerada
    De pouco adianta atender ao padrão de documentação que a sua metodologia impõe se este não estiver acessível quando precisar ser resgatado. Assim, investigue previamente junto às áreas responsáveis e competentes quais os recursos disponíveis e como se poderá garantir os níveis corretos de acesso para que as devidas pessoas trabalhem com os documentos que lhe são de direito.
  6. Montar a equipe de acordo com os conhecimentos exigidos considerando eventuais gaps de conhecimento
    Diz-se que se é necessário saber qual a ferramenta certa para cada tipo de necessidade. De igual forma, o sucesso para os empreendimentos de mudança reside também em saber (e conseguir) compor o time certo para as exigências que virão no decorrer da condução do projeto. E se você ainda não dispõe de todos os recursos que precisa, seu planejamento ainda não acabou.
  7. Estruturar o custeio do projeto e riscos decorrentes de sua execução
    Salvo as organizações sem fins lucrativos, todas as demais que empreendem esforços em projetos têm um único objetivo: trazer algum grau de retorno financeiro. Estes retornos nem sempre são diretos ou imediatos, mas não se iluda; todo o investimento só se justifica ao enxergar que haverá ou diminuição de custos ou aumento de lucros. Ou ambos. O papel da liderança de um projeto seguro é estar alinhado com estes objetivos e buscar viabilizá-los através de um planejamento de custos relacionados aos esforços que estarão por ocorrer no decorrer das entregas.

Tenha em mente que, mesmo para profissionais experientes e competentes, o desafio imposto pela natureza do planejar é sempre real. Por isto, lute para que o haja tempo e condições para dedicar os esforços necessários para um bom planejamento. A displicência com esta realidade poderá ser a causa-raiz de todas as prováveis dores de execução que virão como ondas, uma após a outra.

No próximo artigo, serão discutidos alguns dos aspectos relevantes para a fase de Execução de um projeto seguro.

Autor

Ramiro Rodrigues Ramiro Rodrigues é Gerente de Serviços da Arcon, empresa de segurança de TI especializada em Serviços Gerenciados de Segurança da Informação. É mestre em Administração com ênfase em Sistemas de Informação e MBA em E-business. Dentre suas diversas certificações, destacam-se o IPMA - level B, Project Management Professional pelo PMI e Prince2 Fundation. Especialista em gerenciamento de programas e projetos em consultorias de gestão e serviços de integração de infraestrutura, atuou em empresas como a Modulo Security, Heweltt-Packard e no escritório de projetos da TI da Petrobras. Além disso, é professor-titular do IBMEC/RJ, palestrante, pesquisador técnico da área e referência no desenvolvimento de trabalhos de pesquisa acadêmica em gestão de projetos. Sobre a Arcon Atuando no mercado nacional desde 1995, a Arcon é especializada em cibersegurança com foco em serviços gerenciados de segurança (MSS – Managed Security Services). Com um completo portfólio e sólidas parcerias com os principais fabricantes do mundo, a empresa monitora e gerencia ambientes, mitiga os riscos e previne incidentes em empresas de grande porte. A partir de seus SOCs, a Arcon processa 2+ bilhões de eventos por dia, protege mais de 600.000 ativos e possui inteligência de segurança única na América Latina. É a única empresa de serviços gerenciados de segurança no ranking Exame PME 2015 das empresas que mais crescem no Brasil. Nos últimos anos, firmou-se como líder no mercado brasileiro de MSS, tendo conquistado, o primeiro lugar em MSS no ranking Anuário Outsourcing por 4 anos consecutivos. Em 2016 passou a integrar o grupo NEC, um dos maiores provedores globais de soluções integradas de TI e Comunicação.

Ramiro Rodrigues

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