Imagine que tudo o que você estiver fazendo esteja sendo monitorado, registrado e avaliado. Pode parecer ficção, mas em tempos de Big Data esta é uma realidade cada vez mais próxima de nós.
Uma infinidade de informações sobre você são transformadas em modelos e probabilidades matemáticas que podem ser usadas para manipular o seu comportamento e para saber mais a seu respeito. E o pior: podem ser usadas contra você. E o melhor: podem ser usadas para te ajudar.
Uma elite da ciência da computação e da matemática, focada em analisar todos os nossos passos em busca de padrões de comportamento que possam prever o que queremos comprar, em quem vamos votar, por quem vamos nos apaixonar, quais doenças teremos, entre outras informações conforme os rastros que deixamos. Estes são os chamados Numerati, citados por Stephen Baker, ex-jornalista da Business Week e autor do livro homônimo (Numerati, Ed. Arx) lançado em 2009, quando ainda não estávamos falando sobre o Big Data. (Leia aqui uma resenha do livrohttp://bit.ly/1fdNy9H).
Mas qual é a relação com o RH?
O uso da tecnologia e estratégias de marketing de recrutamento é cada vez frequentes por parte das empresas como ferramentas estratégicas para atrair e reter os melhores profissionais, analisar desempenho, melhorar a produtividade e direcionar melhor os seus investimentos em gestão de pessoas.
Já não é novidade que as empresas consultam perfis de candidatos nas redes sociais e analisam sua imagem e comportamento.
Tudo que você posta na rede, como se apresenta e se comporta, o que curte, compartilha e comenta, suas conexões e todo tipo de interações, são “matéria-prima” para que os gestores analisem melhor o seu perfil para futuras contratações, promoções ou até demissões.
A revista Você S/A de fevereiro de 2014 aborda na matéria “O Futuro do RH está no Big Data” o uso do Big Data como ferramenta estratégica das empresas. Google, Xerox, Coca-Cola e GM são algumas das empresas citadas na reportagem que utilizam ferramentas de gerenciamento de informações para melhorar o processo de gestão de pessoas.
Uma das empresas, por exemplo, descobriu que funcionários que fazem parte de uma ou mais redes sociais têm menos chances de deixar o emprego, o que representa um bom indicador quanto ao turnover e direciona melhor os investimentos em treinamento, por exemplo.
É claro que, analisar perfis no Facebook ou no LinkedIn não é suficiente para contratar um funcionário. A avalição de perfis no Facebook, por exemplo, não tem muita relação com o desempenho do profissional no trabalho ou indicação de que esse pretende deixar a empresa, é o que revela uma pesquisa feita pela Florida State University, dos Estados Unidos (leia a matéria do Valor Econômico: “Análise de perfil do Facebook não prevê desempenho, diz estudo” http://bit.ly/1dN43I6).
Diante do grande volume de informações geradas diariamente pelos profissionais e candidatos, as empresas começam a procurar por soluções mais sofisticadas, utilizando softwares específicos para gestão do Big Data e de toda a área de RH.
Talvez um novo campo de trabalho esteja se abrindo para profissionais da área de Matemática e Estatística atuarem como os Numerati do RH.
Uma coisa é certa, os gestores de RH já sabem que podem e precisam saber mais sobre você e o caminho eles já escolheram: os seus rastros.
[Crédito da Imagem: Big Data – ShutterStock]