Ha vinte anos, quando entrávamos em uma grande empresa ou em um grande banco era impensado encontrar alguém que não estivesse “bem vestido”.
Calma! É apenas uma expressão do meio corporativo: o GP apenas perdeu o emprego. Mas nem sempre foi assim. No Egito antigo, foram registrados os primeiros trabalhos dos gerentes de projetos e, possivelmente, foi o nascedouro da prática de cortar a cabeça. Era comum a cabeça do gerente de projetos ser decepada (literalmente) a pedido do Faraó, frustrado com alguma inconformidade no andamento da construção de sua Pirâmide.
Foco nos resultados, necessidade de bater as metas, estratégias agressivas para conquistar o mercado a qualquer preço. Esses mantras são repetidos constantemente para doutrinar você a acreditar que só assim irá garantir sua sobrevivência na empresa e no mercado.
Acredita-se que o menor caminho acadêmico entre os dois pontos é acumular no currículo uma enorme quantidade de cursos, MBA e certificações que o qualifique a concorrer à posição sonhada.
Quando o jovem profissional resolve procurar um curso de extensão universitária com o objetivo de manter-se atualizado ou para subir no organograma, antes de decidir qual o curso fará, ele geralmente faz uma pesquisa de opinião.
Das profissões que entram e saem de moda a de gerente de projetos é uma que entrou há alguns anos e continua fortemente entre as mais desejadas do mercado.
Seria o êxtase de todos os gerentes de projetos verem o CFO à frente de um projeto e, em nome da boa relação com o cliente e da conclusão do projeto, vê-lo negociar concessões que, na maioria das vezes, afetam as margens do projeto. Porém estas concessões garantirão a satisfação do cliente o que, na crendice popular, irá possibilitar novas vendas com a eterna promessa de recuperação das margens perdidas no mar de projetos que o cliente tem por contratar.
Depois de assistir a saga do pop star da tecnologia, o garoto olha para o pai e diz: “já sei o que eu vou ser quando crescer”. O pai todo feliz, faz a clássica pergunta (o quê?), que vem seguida da resposta: “vou trabalhar com tecnologia. Assim não vou precisar usar terno e gravata, monto a minha empresa na garagem de casa. Não terei chefe e, o melhor de tudo, vou ficar rico!”.
A consolidação da organização hierárquica tão difundida pelo exército (e com sucesso) há tantos anos, e imitado por quase a totalidade das corporações mundo afora, levou para as empresas não apenas a forma de se organizar, mas principalmente o estado constante de guerra.
A quantidade exagerada de pós-graduações e especializações somadas à massificação de oportunidades que o mercado vem oferecendo (ou dizendo que oferece), vem gerando uma nova modalidade de profissionais.
Eles estão, em sua maioria, entre os 20 e 40 anos e, em 100% dos casos, não conseguem ter visão do momento de vida profissional em que se encontram, nem dos passos que terão que trilhar para assumir a posição que desejam. Isso porque estão trocando algo que conhecem há muito tempo por uma nova carreira que acham que gostam.