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Team Growing: você tem um time ou um grupo de pessoas?

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Team Growing: você tem um time ou um grupo de pessoas?No último ano tive oportunidade de acompanhar um número razoável de times ágeis. Acompanhei de perto o trabalho de alguns Agile Team Leaders. Acho até que este é um termo “da moda”, por que todo mundo se auto denomina Líder Ágil. Convido o leitor a fazer uma reflexão junto comigo. Não sobre aderência às práticas ágeis. Mas será que você tem nas mãos um time de verdade ou apenas um grupo de pessoas que (por acaso) trabalham juntas? E o que você tem feito para formar o espírito de equipe?

Por definição, um time é um grupo de pessoas com talentos complementares, engajados num propósito em comum, pelo qual se mantêm responsáveis mutuamente. Para que isso aconteça, todos devem ver sentido nas atividades e nos processos utilizados para completá-las.

Você pode fazer três perguntas simples e diagnosticar se você tem um time:

  1. Qual é o objetivo deste grupo?
  2. Quais são os papéis desempenhados por cada um dos membros do grupo?
  3. Existe algum processo usado pelo grupo que não faz sentido?

Se você fizer estas perguntas individualmente e tiver respostas divergentes ou conflitantes, você tem um problema nas mãos. Seu grupo não sabe muito bem o que está fazendo, não liga muito para o que está fazendo ou a comunicação dos objetivos e processos não está clara. Cabe ao líder avaliar onde está a oportunidade de melhoria do grupo, para que todos estejam alinhados e comprometidos com o objetivo comum.

Existe outra pergunta matadora que pode ser feita individualmente que identifica onde está o foco das pessoas neste trabalho:

“De ontem pra hoje, quais os passos dados em direção ao objetivo final?”

Se te responderem com uma série de “eu’s”, você tem um problema maior ainda. É a velha história: uma andorinha só não faz verão e um membro não consegue carregar o time inteiro nas costas. Se o cara tentar te convencer do contrário, ou alguém está querendo ganhar pontos com a gestão (nesse caso, geralmente são apontados milhões de “culpados”) ou o resto do time está mesmo em busca de um herói que o salve.

Tive oportunidade de formar um time onde seus membros reclamavam das Daily Meetings. Era tempo perdido, não fazia sentido, pois todos sentavam perto e estavam alinhados. Mas, mesmo assim, o trabalho estava atrasado “por culpa do cliente”.

Então, resolvi fazer algo diferente com o time. Entendi individualmente as atividades de cada um e, na Daily Meeting, pedi para que um dissesse o que o outro havia feito no dia anterior. Primeiro houve o silêncio; depois houve uma tentativa desajeitada de explicar o que o outro fez.

Depois de alguns momentos constrangedores, eu pedia para que a outra pessoa falasse o que ela havia efetivamente feito. E, principalmente, se estava com algum tipo de impedimento ou dificuldade. No caso, eu sabia que havia pessoas com problemas técnicos. Então, perguntava ao primeiro como ele poderia ter ajudado o outro membro, se soubesse o que o outro estava fazendo.

Mais uma vez, ouvi o silêncio. Só que, desta vez, um silêncio prazeroso, onde você pode “ouvir” as pessoas pensando.

Colaboração, esta é a chave! Mostrei ao time que estavam preocupados em resolver sozinhos seus problemas e não estavam usando os tais talentos complementares que falei no começo do texto e que estavam à disposição. Este time carecia de colaboração e seus membros tinham um pudor excessivo em reconhecer seus pontos fracos e pedir ajuda.

A partir deste dia, em que expus a fraqueza do grupo de uma forma que os incomodou, observei pessoas conversando mais, sentando um do lado do outro, propondo soluções; observei pessoas engajadas com o objetivo da iteração; observei que um time de verdade estava se formando. Claro que outras melhorias tiveram de ser implantadas durante o projeto, mas este foi um grande passo.

Construir times não é fácil e não acontece do dia pra noite. Um grupo de pessoas não “acorda time” só por que foi numa palestra bacana. Este é um trabalho diário, de formiguinha. O líder da equipe tem que ser o cara mais interessado neste processo e team growing. Cabe ao líder ser, nestes casos, o agente transformador e coach do seu time.

[Crédito da Imagem: Liderança Ágil – ShutterStock]

Marcelo Leite Barroshttp://agilemomentum.wordpress.com/
Sou um cara criativo, curioso e detalhista, que, cada dia mais se vê interessado em desvendar os mistérios desse “bicho gente”! Acredito que pessoas motivadas trabalham com maior produtividade e qualidade; que a chave para o comprometimento é fazer com que as pessoas se sintam parte do negócio; e que compartilhar o que se chamava de “poder” é algo mais poderoso do que qualquer metodologia. Trabalho como coach e mentor de práticas ágeis, dreamer, thinker e maker na Adaptworks. Sou criador do Agile Momentum (http://agilemomentum.wordpress.com/), onde falo sobre agilidade, com personalidade e um toque de criatividade.

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