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Ser ou fingir ser ágil?

publicado por Flávio Steffens

Ser ou fingir ser ágil?Está cada vez é mais frequente nos anúncios de vagas para profissionais de TI: “experiência ou vivência em métodos ágeis”. Também é possível verificar cada vez mais empresas fazendo o marketing de que fazem o Scrum / XP / Kanban ou simplesmente “metodologias ágeis”.

Vamos comemorar! Atingimos nosso objetivo!! O agile está cada vez mais presente no mercado brasileiro!!

… … ou será que há algo errado nisso tudo?

Sim. Há algo errado.

Você já deve ter lido por aí que cada vez mais cresce o número de empresas (que fingem ser) ágeis. E isso é o que existe de pior no mercado. É a queimação suprema de qualquer chance de mudar as práticas e a mentalidade do sistema.

Dias atrás conversei com um amigo. Trabalhamos juntos numa empresa. Esta empresa está divulgando que usa Scrum e métodos ágeis. Foi então que o meu amigo, que conhece e pratica os métodos ágeis, começou a descrever a “agilidade” da empresa:

– Começa com uma reunião de quinze minutos. Nela, o Gerente de Projetos indaga a cada um da equipe aquelas três perguntas. Então anota tudo em um relatório que mais tarde é enviado ao seu superior. Ah, a equipe precisa lançar esses 15 minutos no sistema de controle de horário também.

Parei por aí. Nem quis escutar mais o resto.

É impressionante como as pessoas tendem a “adaptar” os processos ao invés de compreender o espírito.

Fazer Scrum não é colar post-its no quadro. Não é fazer reuniões de 15 minutos e responder três perguntas. E também não é “incentivar” a programação em par. Isto tudo não passa de simples ferramentas de apoio.

O espírito ágil está em seguir, ou pelo menos se esforçar a seguir, os quatro valores do manifesto ágil:

Indivíduos e interações mais que
processos e ferramentas

Software em funcionamento
 mais que
documentação abrangente

Colaboração com o cliente 
mais que
negociação de contratos

Responder a mudanças
 mais que
seguir um plano

É de suma importante que as empresas e seus gestores compreendam isso. Pois é exatamente nestes valores que elas se perdem e falham.

Eu creio muito na mudança de atitude das pessoas. Empresas que trabalham com TI podem praticar os valores ágeis sem precisar reinventar toda sua cultura. Basta um pouco de esforço e boa vontade dos gestores. A equipe, ao perceber isso, se engajará (lógico, aqueles que ainda se encontram com um fio de motivação na empresa). E os resultados começam a aparecer cedo. Não é mágica. Simplesmente acontece.

Se não houver uma mudança na atual situação, o resultado será inevitável: vão começar a pipocar gestores falando no mercado que o Scrum / XP / Kanban /Método ágil não funciona. Que é modinha. Que é ilusão.

Mas enquanto estas empresas se mantem cegas, nos rankings brasileiros e internacionais das empresas mais rentáveis, as que mais crescem e lucram são exatamente aquelas que investem nas práticas que estão alinhadas com os métodos ágeis. Investem principalmente nas pessoas.

E isso é fato. Pegue as revistas e comprove.

Esqueça o Scrum. Esqueça o XP. Esqueça as demais ferramentas, por um instante. Pense em como valorizar e reter seus colaboradores. Em como melhorar a comunicação. Em como criar empatia com o cliente. Em como responder e se adaptar às mudanças. Em como entregar resultado de forma iterativa e incremental.

E a sua empresa? De que lado prefere ficar? Em qual século quer viver? Pense nisso.

Abraços!

[Crédito da Imagem: Sem agilidade – ShutterStock]

Autor

Flávio Steffens de Castro é empreendedor na Woompa (www.woompa.com.br), criador do crowdfunding Bicharia (www.bicharia.com.br) e gerente de projetos desde 2006. Trabalha com métodos ágeis de gerenciamento de projetos desde 2007, sendo CSM e autor do blog Agileway (www.agileway.com.br).

Flávio Steffens

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