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Qualidade de Software – Mito ou Realidade? – Parte 2

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No artigo anterior procurei descrever, de forma simples, o conceito de qualidade, procurei demonstrar alguns padrões para avaliação deste conceito no processo de desenvolvimento de software e finalizei dizendo que a diferença básica entre um produto e/ou serviço com qualidade em comparação ao que não possui, é que o 1º foca exatamente o cliente e não o produto.

Lógico, e seria ingenuidade minha não atribuir esta qualidade a diversos fatores, não somente a execução “perfeita” de tudo que foi descrito na fase de levantamento de requisitos e/ou escopo, mas também a interação do cliente neste processo de desenvolvimento.

É sabido, e espero que você concorde comigo leitor, que em qualquer lista que seja criada para definir os passos para um desenvolvimento de qualidade, o foco no cliente está e estará sempre em 1º lugar.

Mas vale, e acho importante ressaltar, que o papel do cliente é de extrema necessidade e de grande importância neste processo.

Não quero aqui esmiuçar todo o cenário para o processo de desenvolvimento de software com/de qualidade, como infra, hardware, framework etc., mas focar na interação do prestador com o cliente. Até porque, todo o sucesso e fracasso de um projeto estão dependentes desta relação.

O prestador de serviço tem por obrigação, seja contratual ou mesmo moral, de entregar o que o cliente espera e, como toda relação comercial, pagou por isso.

Mas também não podemos “crucificar o coitado” do “analista/desenvolvedor”, pois toda confirmação de qualquer documento e em qualquer fase do projeto é do cliente.

Então porque somente o prestador do serviço deverá ser cobrado desta qualidade? – Sozinho o analista/desenvolvedor não faz nada. E não deve ser pelo fato de que pagou pelo serviço que o cliente pode se ausentar desta responsabilidade.

Tente visualizar você leitor em casa com uma faxineira, Ok? Agora, você como patrão ORDENA (já que está pagando) que ela limpe o banheiro como um pequeno exemplo e sai para ir ao mercado. Este é o 1º serviço dela. Como você acha que ficará o serviço?

Tudo bem, não precisamos ser tão “negativos” ou mesmo “irreais” assim, mas queria apenas ressaltar da importância da orientação e do acompanhamento do serviço prestado. Neste cenário fictício, os dois erraram.

Voltando a nossa realidade, veja a imagem abaixo retirada do (Software Engineering Body of Knowledge), mas precisamente o capítulo 11 que trata deste assunto, e veja, mas veja bem, que existe uma “caixa” para o Gerenciamento do Processo de Qualidade do Software., e isso sem tirar a importância das outras “caixas”.

Acredito, e atuo desta forma, que o processo de desenvolvimento de software, ou mesmo um serviço, deverá ser feito em uma via de mão dupla, onde tanto o prestador de serviço quanto o cliente se “completem”. Como um “relacionamento”- mesmo que não seja tão eterno enquanto dure este “amor”.

Ações como Pró-atividade, Transparência, “Amizade” etc. são ações que deverão ser realizadas pelos dois lados. E infelizmente, não nos deparamos com muitos exemplos de ações deste tipo.

Sei que pode ser utopia demais em algumas organizações, mas falo de experiência própria, pois como já atuei nos dois cenários, tive um ganho absurdo de produtividade quando tínhamos o cliente e o prestador de serviço com o mesmo objetivo.

E não preciso nem mencionar fontes, pois é possível encontrar inúmeros artigos que citam como o trabalho é bem realizado em ambientes onde o ganho de um acarreta no ganho do outro.

Quando juntos não querem saber o culpado e sim em achar a solução, quando juntos querem entregar um produto na data acordada mesmo que isso tenha que ocasionar um sacrifício de ambos e não somente de uma equipe etc.

Situações não faltam para exemplificar o que estou “dizendo”.

Lembre-se que a responsabilidade é de todos em todas as fases do projeto.

Então caro leitor, sendo prestador ou cliente, saiba que a qualidade no processo do desenvolvimento de software ou serviço deverá contar com a sua participação e quando possível da sua decisão.

 É o que penso e acredito ser o caminho menos espinhoso para exercermos a nossa profissão (mesmo que não regulamentada…e isto já é um outro assunto)

 O mito vira realidade…novamente.

Espero que tenham gostado. Façam comentários, críticas etc.

Muito obrigado e até breve.

 

Marlon Tosi
Profissional com mais de 10 anos de experiência em gestão de Projetos e Processos em áreas Operacionais e de TI, atuando como Desenvolvedor, Analista, Líder e Coordenador de Projetos.Graduado em Análise de Sistemas pela Unicarioca. Pós-graduado com Especialização em Engenharia de Software pela Escola Politécnica da UFRJ, Pós-graduação com Especialização em Gerência de Projetos pela PUC Minas e Mestrando em Informática na UFRJ (DCC/IM).Profissional Certificado ITIL V3 e Cobit 4.1Mas acima de tudo, um carioca apaixonado pela família, pela leitura, por uma boa música e tudo que está atrelado a tecnologia.LinkedIn: http://br.linkedin.com/in/marlontosi

2 COMMENTS

  1. Mateo, obrigado pelo comentário. A idéia foi essa, de escrever de forma simples para que até os mais “leigos” pudessem entender. E, caso tivessem o interesse, poderiam buscar mais informações, como no link que você indicou, ou até mesmo no livro que faço referências no próprio artigo.
    Abs e até a próxima.

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