Se, no melhor estilo Super-homem, pudéssemos ver com raios X dentro da bolsa das mulheres ou nos bolsos dos homens, entre muitas coisas de uso cotidiano, hoje, sem dúvida, encontraríamos um smartphone ou outro dispositivo móvel.
Essa realidade corresponde às tendências que se refletem nos meios de comunicação com manchetes como: “Até o fim do ano, haverá mais celulares conectados que pessoas no mundo”, ou “O número de aparelhos móveis é maior que o de computadores de mesa”, para citar apenas alguns.
Como todos sabemos, esses dispositivos inteligentes são diferentes entre si, tanto em suas características – se têm câmera fotográfica, filmadora, GPS, serviços de nuvem integrados, etc. – como em suas marcas e nos sistemas com os quais operam.
Mas existem algumas verdades que podem não estar tão claras e que é muito importante levá-las em conta, especialmente os desenvolvedores que se dedicam a fazer appspara esses dispositivos:
- São artigos pessoais. Hoje, ninguém que eu conheço gosta de emprestar seu smartphone a alguém – ainda que seja a um amigo –, porque considera seu aparelho pessoal, que já está adaptado aos seus gostos e que tem suas informações.
- São objetos de admiração. Hoje todos desejam ter o último dispositivo lançado e uma mostra disso são as filas com centenas de pessoas que se formam nas lojas quando um novo dispositivo é lançado.
- Estão ligados noite e dia. Durante o dia, o dispositivo – especialmente os smartphones – vai com a gente a todos os lugares; à noite, descansa ao nosso lado no criado-mudo. Aliás, a primeira coisa que muita gente faz assim que desperta é conferir seu smartphone.
- São objetos de diversão. Não só pela grande variedade de jogos que existem para as plataformas móveis, mas também por outros apps – como os leitores de livros eletrônicos, por exemplo – que nos permitem aproveitá-lo em momentos de ócio ou de espera.
- São objetos de quase culto. Há um claro enfrentamento entre usuários de uma plataforma versus os de outra, cada qual alardeando as vantagens de seu dispositivo. Cada um deles mantém uma fidelidade a “sua” marca que só se compara ao que vemos com times de futebol.
As pessoas também utilizam seus dispositivos móveis em quase todos os lugares, inclusive enquanto assistem TV, e o usam para resolver qualquer problema que surja.
Esse é, em linhas gerais, o panorama dos dispositivos para o quais temos que desenvolver aplicativos.
Em muitos casos, porém, quando esse cenário não é bem compreendido, empresas e técnicos deixam passar essa grande onda ao reproduzirem seus aplicativos corporativos de ERP, CRM, HRM, etc., nos dispositivos móveis. Faz sentido esperar que um usuário use ERP enquanto dirige, espera o metrô ou caminha pela rua? Eu acho que não!
O planejamento, portanto, deve ser “pensar fora da caixa” no que diz respeito a essa nova realidade e às possibilidades que são oferecidas.
Vejamos um exemplo: um turista chega a uma cidade que não conhece e quer ir a um restaurante. Pode parar no centro da praça principal, procurar as alternativas que se encontram próximas ou usar seu smart device, entrar em um aplicativo de geolocalização e buscar mais e melhores opções. A vantagem é que com o app você não precisa se guiar apenas pela fachada, pode encontrar dados do restaurante e até ver os comentários de outros clientes para decidir se vale ou não a pena comer no lugar.
Outro exemplo é a empresa sul-coreana Tesco, que encheu as paredes do metrô de Seul com instalações que se pareciam com estantes de supermercado e que tinham os códigos QR dos produtos para que os que passassem por ali pudessem fazer suas compras do seu celular e receber o pedido em casa.
Só para se ter uma ideia dos dados, hoje são feitos downloads de 1,4 milhão de aplicativos diariamente em cada loja, o que fez com que este ano chegasse aos 25 bilhões dedownloads de apps para iOS e Android.
Quais são as possibilidades que um desenvolvedor tem para estar no mercado crescente?
Criar aplicativos gratuitos. São usados para difundir nossa marca e/ou prestar algum serviço, como onde podemos encontrar um caixa automático de banco. Esses aplicativos podem ganhar dinheiro com publicidade, dependendo de sua popularidade.
Criar aplicativos pagos. Podem oferecer serviços ou informação, mas são um pouco mais exclusivos, o que faz com que um usuário esteja disposto a pagar. Um guia em muitos idiomas da Cidade do México para turistas, por exemplo.
Criar aplicativos “Freemium”. São as que têm uma versão light gratuita e uma versão profissional paga.
Não podemos nos esquecer de que, fundamentalmente, a forma de marcar presença no mercado móvel é ser original, criar uma solução para um problema pontual, não nos limitarmos a apenas uma plataforma, manter a qualidade de nosso desenvolvimento e ter sempre em mente que nossos usuários são pessoas em movimento.
Com isso em mente: que aplicativo você vai desenvolver para a bolsa ou o bolso de seus usuários?