Tenho algumas experiências profissionais e pessoais, que me faz olhar para as nuvens e ver além das formas, algo um pouquinho diferente.
Posso dizer que foi em 2001, com a instalação da minha conexão ADSL de 256 Mbits se deu a minha efetiva participação na nuvem, digo, Internet, foi aí que passei a ter um lugar na Internet que podia chamar de meu, um IP fixo, 200.171.183….
Enquanto todos ficavam felizes por terem uma conexão estável e “rápida” para acessarem algum lugar na Internet eu ficava feliz por poder ter um lugar na Internet que pudesse ser acessado de qualquer ponto.
Quando tomei posse deste “sítio” na Internet, eu já tinha domínios registrados, sites em provedor, e-mail com domínio próprio, drive virtual na internet e quase tudo que era necessário para meu negócio de consultoria e treinamentos, mas, faltava ainda tudo isto estar no meu “sitio” para servir de exemplo quando fizesse apresentações do meu trabalho para clientes e prospects, na época trabalhava com consultorias sobre S.O. LINUX e implementação de serviços em tecnologias de padrão aberto.
Bem, apesar do local ser virtual na Internet (IP Fixo), era necessário materializar algumas coisas físicas no mundo real como:
Quanto as necessidades de Software inicialmente comecei com :
Desta forma, tinha um ponto na Internet, com pleno acesso, seguro e que aos poucos, conforme as demandas eu poderia ir configurando da forma mais adequada e criando minhas aplicações e exemplos.
E as demandas começaram logo, com a necessidade de acesso as informações que eu armazenava no Home Office:
Uma ótima oportunidade para um configurar, um espaço para armazenamento, pois, tinha necessidade de acessar estas informações de diversas maneiras, as vezes o cliente era console Linux outras vezes em browser no Windows, as vezes era eu mesmo que acessa e, outras eu enviava o link e alguém fazia o download ou enviava arquivos via upload, enfim os arquivos eram os mesmos, mas, tinham controle de acesso e várias formas de apresentação para atender aos variados acessos e usuários. Para tanto utilizei:
Na sequência, aproveitando da minha independência e mobilidade, as demandas de serviços começaram a ficar mais elaboradas e para atendê-las instalei um servidor de Banco de Dados, para armazenar as informações do parque de máquinas dos meus clientes, suas configurações e um sistema para acompanhamento das demandas. Na época, pesquisei e instalei um outro script em PHP chamado IRM (Information Resources Manager), aproveitando o Apache já instalado, da mesma forma, o serviço de banco de dados foi utilizado para suportar várias outras aplicações como:
Para que estes sites e aplicativos web pudessem funcionar adequadamente era necessário configurar alguns serviços. Foi necessário instalar vários serviços de infraestrutura, começando por um servidor de DNS, o servidor DNS Slave em um site de um amigo. E finalmente com esta infraestrutura disponível, consegui migrar meus domínios para meu Hosting Home, para suportar tudo isto contei com a seguinte plataforma de serviços:
Havia tal quantidade de serviços integrados e aplicações no servidor que quando eu fazia apresentações, os clientes queriam saber quanto era para hospedar lá, seus sites, e-mails, aplicações …..lá no meu Home DataCenter.
Diante da demanda pelos serviços de infraestrutura por parte de alguns clientes, acabei atendendo alguns de forma bem pontual.
Coloquei mais um HD e aumentei meu storage, isolei as partições com LVM, criei algumas rotinas de backup, gerenciamento de acesso, recompilei o kernel e implementei o UML (User Mode Linux) algo parecido com virtualização, em 2003 com algumas máquinas virtuais atendendo pequenas demandas.
Dez anos se passaram e houveram significativas mudanças na oferta, qualidade e quantidades envolvidas, bandas de Megabit para Gigabit, armazenamento de Megabyte para TeraByte, processamento de multi-processor para multicore, múltiplos tipos de acesso para múltiplos dispositivos de acesso, mobilidade e muito mais.
Mas, da mesma forma que as nuvens são formadas de água, H20, não importando seu formato, altura e cor, a unidade básica que dá vida a toda esta tecnologia é o bit, assumindo somente dois estados, 0 ou 1.
Isto, me leva a pensar, e até filosofar, sobre quais são realmente as novas estruturas foram e estão sendo criadas, que, fundamentalmente, em pequenos serviços e funções se encaixam, como peças de Lego® para formar um elementos maiores.
Não tenho dúvida que Cloud Computing é bem mais do que isto, e é uma novo paradigma, mas, também é muito bom saber que da mesma forma que as nuvens são feitas de h20 as Cloud Computing também é feita á partir de bits e bytes que agrupados em pequenas peças vão sendo utilizadas para montar todo esta inovação na Tecnologia Informação que é a Cloud Computing.
Bem, para finalizar a história, não tenho uma empresa de Cloud e desde 2009 todos os meus domínios, aplicações e dados estão ou no GoogleApps ou em EC2 da AWS, e em 2011, desativei meu servidor de Internet embaixo da mesa e virou Home MídiaServer, afinal com mais de duas dezenas de dispositivos de rede em casa, a Internet das Coisas, está começando a tomar espaço lá.
[Crédito de Imagem: Cloud Computing – ShutterStock]
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