Gerência de Projetos

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Quando um gestor de TI incompetente chega ao fim da linha

publicado por Uilson Souza

Saudações,

Na maior parte dos artigos que publiquei neste espaço busquei mostrar formas de agilizar processos, implementar projetos com qualidade e indicar os caminhos mais adequados a implementação de um sistema ou a operação em TI como um todo.

Nos últimos textos falei muito sobre o dia a dia das áreas de TI em que um gestores sem conhecimento e competência parecem estar se proliferando.

E hoje, não volto a falar sobre eles, mas, de uma forma diferente. Até eles podem ter um final não tão feliz como se imagina.

O fato é que, pra tudo nessa vida, se precisa de competência…até para ser incompetente.

Vamos, como de costume, ilustrar uma historinha:

Era uma vez um pseudo gestor de TI, que até a pouco tempo era do ramo de artes plásticas.

Esse pseudo gestor receberá a alcunha de “Senhor X”.

Um belo dia, um amigo muito próximo do Sr. X lhe chama pra trabalhar em uma grande empresa de TI (que hoje já nem é tão grande assim) num cargo em que não será mais que um assistente de luxo, mas que, com uma pitada de papo, faz o Sr. X pensar que irá mandar e desmandar.

Esse grande amigo iremos chamar de “Senhor Y”.

Nesta empresa, os Senhores X e Y são amigos pessoais de um diretor de TI muito influente.

Esse diretor (e também grande amigo), chamaremos de “Senhor Z”.

O Sr. X começa suas funções, mostrando não ter a menor condição de fazer aquilo a que foi contratado, mas, tem cobertura dos Senhores Y e Z.

O tempo passa, a fama de incompetente do Sr. X corre a empresa toda. Sua maior virtude é fazer o papel de “catraca”, verificando os horários de quem entra e quem sai, mas, aquilo a que foi contratado continua bem abaixo da média.

Lembrando que, sua incompetência, ainda que latente, é encoberta pelos Senhores Y e Z.

Um belo dia o diretor (Sr. Z) resolve mudar toda estrutura das equipes. Designa alguns nomes para o cargo de Supervisão de TI, estando entre eles, o Sr. X.

Muitos ficam indignados e chegam até a dizer que “o crime compensa”.

O Sr X assume o cargo e em pouco tempo forma uma legião de inimigos…dentro e fora de seu time.

A fama de incompetente aumenta a passos largos.

Começa então o turn over. O entra e sai de funcionários que parece não ter fim.

A alta direção não questiona porque nela estão os Senhores Y e Z…amigos do Sr X.

O Sr X se transforma! Trata as pessoas com altivez, assedia moralmente alguns que ele elegeu como alvos.

Dois funcionários estratégicos que estavam totalmente desgastados com a empresa e a gestão pedem demissão e o caos começa a tomar conta da equipe.

Nada que cause problemas ao Sr X. Ele tem uma cobertura eficaz e parece que vai ficar ali por muito tempo…ou o tempo em que os Senhores Y e Z estiverem ali.

Quando tudo parece acabar assim, vem a noticia que a grande empresa de TI (que hoje já não é mais tão grande assim) será vendida e absorvida por outra empresa em total decadência.

O processo é visto por todos como duas empresas decadentes se unindo para “morrerem abraçadas”.

No processo de integração novos diretores chegam, novos gestores também. As normas mudam, os processos também.

Cargos de alto escalão são extintos, funcionários que tinham uma “republica própria” estabelecida são demitidos.

Nesse período transitório os Senhores Y e Z são alocados em novos departamentos e vão seguir suas vidas em novas realidades.

O detalhe mais importante nisso tudo é que, a partir de agora, o Sr. X está por sua própria conta. Não tem mais a cobertura de seus grandes amigos.

Apesar de tudo, continua suas funções da mesma forma, tratando funcionários do mesmo jeito.

Um belo dia, um novo diretor aparece e o Sr. X fica sabendo que ele será seu novo chefe. Um mix de medo e dúvida tomam conta de seus pensamentos.

Como será a partir de agora?

No dia a dia que segue o novo diretor percebe que o Sr X está na área errada. Se pergunta como o individuo chegou até ali…afinal de contas “este ser é muito fraco”.

O desespero toma conta do Sr X. Ele separa duas horas de seu dia sentado na mesa do Sr Z e mais  40 minutos na sala do café se lamentando com o Sr Y.

Estes tentam orientar seu “pupilo” em como agir na nova realidade, mas, as tentativas são inúteis. É o mesmo que tentar fazer um gato latir ou um porco relinchar.

As “saias justas” que o Sr. X entra são inúmeras. Broncas diárias do novo chefe, falta de respeito e companheirismo de seus funcionários que, fazem apostas de quanto tempo o individuo aguenta a pressão.

O novo diretor fala com os funcionários, um por um. Vai pegando referências e vendo que o Sr. X não é a pessoa indicada ao cargo. Aliás, o Sr. X deveria voltar ao ramo de artes plásticas.

Quando bons funcionários começam a sair da empresa por causa do Sr. X, o novo diretor finalmente muda a estrutura de seu departamento, tirando os poderes que o Sr. X tinha e os delegando a outro funcionário, infinitamente melhor preparado.

O Sr. X agora atua em uma função a qual não prejudica mais ninguém, muito pelo contrário. Os problemas que a nova atribuição lhe trará não são mais que uma forma que o novo diretor encontrou de fazê-lo pedir demissão, afinal, seu muitos anos de casa trariam um alto custo no processo de desligamento.

Nosso personagem tenta suportar com firmeza, pois, não quer pedir demissão e aí uma hora ou outra, um dos lados irá ceder.

O nome desse novo diretor é “Senhor Progresso”. Quando ele chega na empresa, muitos pensam que o nome não lhe cai bem, mas, com o decorrer do tempo começam a entender seus métodos.

Esta história é muito comum não só nas áreas de TI, mas, também em todas as áreas em que as pessoas acoitam incompetentes pelo fato de serem amigos e não pensar nas consequências.

Reflitam na história que foi contada, porque ela é real e nos faz entender que mesmo sem méritos para galgar degraus em uma corporação, a pessoa precisa firmar suas bases e se cercar de cuidados.

O mundo dá voltas e nada mais é que uma via de mão dupla. Tudo que  fazemos, cedo ou tarde vai voltar a nós. E aí a forma como isso volta, depende da forma como foi.

Prometo que o próximo texto enfocará fatos de TI e minha labuta contra os gestores incompetentes acaba aqui.

Abraços

Uilson

Autor

Formado em Tecnologia em Processamento de Dados pela UNIBAN. Analista de Projetos de TI, atua no design, planejamento e implementação de projetos de tecnologias Microsoft, tais como ISA Server, Forefront TMG, servidores Windows, Windows Clustering e Hyper-V. Também trabalhou como IT Specialist na IBM e como Consultor de TI em empresas como Alcoa, Credicard, Bradesco Seguros, Unilever, Caterpillar e Banco Merril Lynch. Profissional certificado como MCTS em ISA Server, participa do grupo MTAC (Microsoft Technical Audience Contributor), publica artigos técnicos em seu blog no endereço http://uilson76.wordpress.com e também no portal TechNet Wiki (http://social.technet.microsoft.com/wiki) Linkedin: http://www.linkedin.com/in/uilsonsouza Twitter - http://twitter.com/usouzajr

Uilson Souza

Comentários

10 Comments

  • Me pareceu um desabafo um tanto quanto desnecessário.

    • Angelo, pra vc pode ser, mas, pra muitos não. Isso é mais comum do que se imagina. Não se trata de desabafo…se trata de relatar uma verdade.

  • Uilson!
    Ótimo texto! Sem dúvida temos muitos Srs. X por aí.
    Já vi muito disso.
    Acredito que isso sempre ocorrerá. Infelizmente.
    Abç!

    • Valeu Paulo! Com certeza ainda tem, mas, cedo ou tarde a própria vida trata esses individuos.

  • EU CONHECI MUITOS XYZ e algumas letrinhas mais.
    Amei o artigo.
    PARABÉNS

    • Oi Virginia! Obrigado pelo comentário. Realmente até o alfabeto pode ser nocivo quando usam da forma errada né? rs..rs..
      Obrigado mais uma vez!

  • Muito bom!!!
    Ja trabalhei com os 3!!! 😉

  • Excelente!
    Verdadeiramente estes seres existem mesmo.
    Tem aqueles X que se deslumbram com novos conceitos de administração na qual é totalmente divergente da área de TI. Aplicam estes conceitos a ferro-e-fogo sem medirem as consequencias e quando não dá certo, retornam como uma bomba-relogio pois matou o espirito de motivação e inovação da equipe. Aí se for for o Sr. Progresso, fica dificil restaurar o clima organizacional da empresa.

  • Parabéns pelo seu artigo.
    Eu conheço bem o contexto do seu artigo, pois participo dele diariamente. Gostaria de ressaltar também aquele tipo de gestor “X” que não conhece de TI, mas na sua própria visão, ele tem certeza que conhece de tudo e assim pode mandar e impor as suas idéias nos projetos usando-se da sua hierarquia, assim levando todo um time a desmotivação!
    A tartaruga em cima do poste!!! Essa é para que conhece da história.

  • Olá,

    Gostei do artigo, gostaria de complementar com um ponto importantíssimo nos dias de hoje, referente ao comportamento das empresas com relação aos maus gestores (sejam de TI ou não). Em grandes coorporações, onde normalmente os funcionários não são mais do que números, é comum as práticas de protecionismo citadas acima e também é comum que os maus gestores perdurem por anos a fio causando a saída de muitos funcionários e a insatizfação de outros tantos. O importante é ressaltar que muitas vezes esse é um comportamento conhecido pela empresa e de certa forma “incentivado”, visto que reduz gastos gerados com boas condições de trabalho, treinamentos, capacitação, etc… Sei que isso parece uma mentalidade mediocre, porém para empresas que enchergam somente o lucro isso é uma dura realidade, e o que os maus gestores precisam para conseguir se manter no topo muitas vezes é só apresentar um relatório de redução de custos eficaz, sem se importar com os problemas gerados por insatizfação de funcionários ou perda de qualidade, afinal de contas se estão insatizfeitos ou se trabalham mal é por culpa deles e não dos gestores!

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