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Kanban de Portfólio e novas formas de implantar a eficácia

publicado por Fabiano Paul

Em Julho/2018 escrevi o artigo “O Kanban de Portfólio aplicando o segredo do sucesso da eficácia” onde quis compartilhar o pensamento da eficácia de uma forma prática utilizando o Kanban de portfólio. Em minhas últimas linhas deixei um espaço para uma parte 2 (famoso Be Continued) que hoje gostaria de completar agregando sugestões práticas para quem deseja implementar esta poderosa ferramenta. Durante o conteúdo a seguir utilizarei a palavra “demanda” de forma abrangente me referindo a iniciativas, projetos ou produtos dependendo da perspectiva de portfólio que queiras abordar. Here we Go!

Limitar WIP

Um dos pilares do método Kanban aborda a importância de limitar o Work In Progress – WIP (para saber mais clique aqui). Ao trazer esta variável para o Kanban de Portfólio conseguimos não só a famosa “acabativa mais do que iniciativa”, mas uma gestão sustentável do esforço necessário para a evolução das demandas (sejam iniciativas na visão mais estratégica ou projetos e produtos). Utilizar limite WIP irá forçar os tomadores de decisão a pensar melhor antes de iniciar novas demandas ou se comprometer com novos clientes pois ficará mais do que visível o impacto causado com esta decisão (outro benefício proporcionado pela transparência).

Classes de Serviço

Apoiado neste recurso poderoso (para saber mais sobre Classes de Serviço clique aqui) podemos observar em nosso portfólio qual a frequência que iniciamos demandas Urgentes que acabam por impactar todas as outras. Esta observação e análise é essencial para termos a percepção se isso realmente é proposital e coerente com a estratégia da empresa ou se estamos apenas refém de dizer “Sim” sem perceber que muitas vezes devemos praticar o “não” em busca de um objetivo maior. Este é apenas um dos diversos benefícios ao se separar em classes de serviço as demandas de portfólio 😉

Três Horizontes

Esta perspectiva, que tive conhecimento através deste artigo, aborda a adaptação de Geoffrey Moore dos 3 Horizontes proporcionando uma consciência estratégica e vital para sobrevivência de uma organização.

Aplicando ao portfólio podemos dividir as demandas em 3 grupos:

  • Horizonte 1: Voltado aos negócios atuais. É sobre a construção, focado em ganhar dinheiro nos tempos atuais com a constante evolução dos produtos existentes mantendo sua aderência ao mercado.
  • Horizonte 2: Atua onde o dinheiro virá de um a três anos, gerando crescimento futuro. O objetivo é permitir o crescimento futuro. Para encontrar novos problemas para novos clientes e gerar receita futura, precisamos preencher uma lacuna entre o que é e o que será, desta forma temos que convencer as pessoas do valor de nossas novas soluções e transformá-las em futuros clientes.
  • Horizonte 3: Trabalho em visões para crescer além desse tempo objetivando capturar opções para o crescimento futuro. Está preocupado principalmente com o desenvolvimento de tendências futuras e tenta antecipar o que teremos que fazer para obter sucesso nestes mercados.
    Esta visualização permitirá de forma muito simples analisar o montante que a organização está investindo em cada horizonte, resultando em tomadas de decisão mais conscientes não somente para os dias atuais para sua sobrevivência futura.

Ao combinarmos este conceito à limitação do WIP dita anteriormente, podemos colocar um limite mínimo para os horizonte dois e três, desta forma sabemos que a organização sempre terá alguma iniciativa visando a inovação e sua evolução apoiando os mercados futuros.

Análise do propósito da demanda

Motivado pelas análises das demandas ao entrar em nosso quadro podemos ainda observar se esta demanda é coerente com nossos objetivos estratégicos. Como todos sabemos..

“Para quem não sabe onde se quer chegar qualquer caminho serve”

Neste caso podemos fazer aquela adaptação clássica dizendo “para quem não sabe onde quer chegar qualquer DEMANDA serve”. Eu sei que não foi nada original mas acredito que ajudará a chegar no ponto de observação que vos convido.

Com esta análise podemos relacionar as demandas com o propósito da organização ou ainda com os propósitos que fazem nossos clientes pagarem por nossos serviços/produtos (Fit For Purpose). Para quem implementa OKR também pode-se vincular os itens entrantes no quadro Kanban ao respectivo objetivo estratégico para trazer uma noção mais exata sobre o que queremos com esta demanda. Registro aqui que para mim esta análise periódica das demandas e seus propósitos são o maior ganho da implantação de um Kanban de Portfólio.

E por fim… Políticas Explícitas

Uma das práticas trazidas pelo Kanban aponta para tornar as políticas de processo explícitas e que aqui nos convida a compartilhar com todos da organização as políticas adotadas que norteiam as tomadas de decisão de portfólio. Quer forma melhor de gerar um sentimento de pertencimento em todos os times? 😉

Chego ao final deste conteúdo reforçando que meu objetivo maior com estes dois artigos nada mais é que trazer a visibilidade para discussões estratégicas de tomada de decisão. Se esta decisão será certa ou errada somente o tempo dirá, mas com certeza será com maior consciência dos possíveis impactos. Para quem deseja uma maior eficácia em seus passos o Kanban de Portfólio pode ser um aliado simples e prático no dia a dia destes caminhos. Espero ter ajudado e até a próxima 🙂

Autor

Scrum Master / Gestor de Desenvolvimento e TI / Gerente de Projetos Graduado em Sistemas de Informação e Pós-graduado em Gestão de TI com certificação CSM. Mais de 15 anos de experiência em desenvolvimento de software com atuação em empresa multinacional e outras nacionais de diversos segmentos. Entusiasta da colaboração e métodos ágeis acreditando na troca de conhecimentos para evoluirmos a cada dia.

Fabiano Paul

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