Um gestor sempre enfrenta desafios diversos em sua carreira e talvez o mais temido seja este: Gerenciar conflitos dentro de uma equipe. Que os conflitos irão acontecer, é certeza absoluta, ainda mais em se tratando de TI, onde quase que 24 horas estamos sobre pressão absoluta. Muitas vezes nem em casa, se tem o completo relaxamento do “guerreiro da TI”. O trabalho nunca termina. Brincamos muitas vezes, que se ficarmos na empresa 24 horas, sempre encontraremos o que fazer. E é verdade, só quem trabalha nesta área sabe. E o mais interessante e que parece até um pouco insano, é que gostamos desta adrenalina. Cansa, mas é prazeroso.
Mas como o ser humano é único, sempre haverá conflitos na equipe, por melhor que seja ela, pois são compostas de pessoas distintas, únicas. Neste momento, vemos com clareza a diferença entre o líder gestor e o gestor líder. A linha entre o sucesso e o fracasso na gestão é tênue. O líder gestor por ter respeito de todos, quase sempre se saí bem nestas situações.
Em uma discussão sempre existe dois lados: o lado de um e o lado do outro. Já notou que, quase sempre, a discussão começou quando ambos acham que estão certos e não sabem colocar de forma adequada a questão. Então entra a figura do mediador, que deveria ser sempre o líder gestor, ou até o gestor líder. Não existe receita de bolo para resolver estas situações. Muitas vezes, a empresa envia o gestor para fazer curso de “Gerência de Conflito” e quando ele volta, diz que o que mais ouviu foi: ter habilidade e bom senso para tratar cada situação. Segundo a pedagoga Patrícia Regina, diz em seu artigo na internet que “…é impossível imaginar uma empresa sem conflitos…” e está certa.
Por isso, na escolha gestor, o RH precisa estar presente, pois precisa avaliar, ainda que subjetivamente, se o candidato possui bom senso,calma para conduzir estes tipos de situações. Neste caso, se a influência falar mais alto que a competência, pode se por a perder toda uma equipe. Com certeza, os melhores e mais impulsivos sairão, colocando a perder todo um trabalho, uma vez que nem sempre é fácil repor peças chaves da equipe. A desculpa da empresa é o “mercado”, mas sabemos que a história é completamente diferente.
Um ambiente saudável para se trabalhar tem o rendimento muito melhor. Por isso, o cuidado em se escolher gestores, deveria ser bem maior do que se é hoje. Nota-se claramente a diferença entre um líder gestor e gestor líder quando entram em um conflito: no momento em que o primeiro entra em uma discussão, na maioria das vezes, todos param para ouvi-lo e se acalmam. Porém quando o segundo entra, quase não é notado. Mas é lógico que há exceções, que muitas vezes são fatores ambientais ocasionados pela empresa e que afetam mais a base da pirâmide do que o topo. Isso causa um grande desconforto a todos e com isso nem o melhor líder consegue contornar o problema. Neste caso, há a necessidade de se impor, tanto um quanto o outro, mas cada um a sua maneira, é claro.
As origens dos conflitos são as mais variadas, mas a resolução precisa ser a mesma: consenso e ação para que não volte, ou, pelo menos, que demore a acontecer de novo. Temos que entender que um conflito que se arrasta, é como um vento que vai aumentando a velocidade, até chegar a ficar um furacão devastador. Mas temos que ter consciência, que existem medidas que podem diminuir os riscos de conflitos, dentre eles podemos destacar o envolvimento do RH nas escolhas e contratações da equipe, do gestor até o analista, pois quando se erra nesta fase, quem sofre mais é a empresa.
Toda questão envolvida na gestão de conflitos está, de uma forma ou de outra, na cultura da organização. A medida escolhida, a periodicidade das ocorrências, a forma muitas vezes recorrente, os métodos adotados, tudo gira em torno da cultura e da educação que os seus gestores imprimem em cada situação ou em todas elas. Sem dúvidas é sim um importante fator crítico de sucesso ou fracasso.