Quando se fala em computação em nuvem, os empresários brasileiros ainda criam tabus baseados em antigos paradigmas de segurança e desempenho que, unidos aos péssimos serviços de telecomunicações, geram um grande desafio para esta tecnologia no país. No passado, vimos a onda da terceirização de mão-de-obra invadir empresas privadas e públicas por todo o país. Em seguida, a terceirização passou a incluir, também, o aluguel de equipamentos atrelados a serviços pra sua gerência e manutenção. No entanto, o cenário mudou novamente com a Computação em Nuvens, ou Cloud Computing como também é conhecida. Mas, como é que o mercado brasileiro está reagindo a esta mudança?
Primeiro, é preciso esclarecer a definição e os preceitos da Cloud Computing. Segundo o NIST (National Institute of Standards and Technology, EUA), a nuvem é “um modelo para acesso conveniente, sob demanda e de qualquer localização, a uma rede compartilhada de recursos de computação (isto é, redes, servidores, armazenamento, aplicativos e serviços) que possam ser prontamente disponibilizados e liberados com um esforço mínimo de gestão ou de interação com o provedor de serviços”. Ela ainda possui as seguintes características:
Esta proposta de entregar recursos computacionais de forma fácil, rápida e sob demanda tem chamado a atenção de muitos empresários no Brasil, mas ainda é vista com certo receio por muitos deles. Hoje existem muitos tabus e mitos que se transformaram em barreiras para o empresariado brasileiro adotar a computação em nuvem de forma mais espontânea. O que não é novidade, pois ao longo da minha carreira profissional vi a Internet ser negada por empresas como instituições financeiras. Hoje em dia, não é aceito um banco sem serviços via internet. Por outro lado, também existem dificuldades que são reais no nosso país. Para entender melhor estas barreiras, trataremos o que é visto como dificuldade entre as corporações e as pequenas e médias empresas (PMEs).
Quando trato do assunto tanto nas PMEs quanto nas corporações, uma coisa é comum a todas: a nuvem tem benefícios que fazem com que os clientes fiquem interessados. Porém, o que vejo são os velhos paradigmas transformando estes benefícios em uma distante realidade na cabeça dos gestores. Os principais motivos são:
Apesar destas dificuldades, não terminarei este artigo apenas com maus presságios. Pelo contrário, vejo que a Cloud está indo muito bem. Este tipo de dificuldade é natural e, como falei, também sofrido (e muito mais sofrido) por outras tecnologias, como a internet e documentos digitais. Com o passar do tempo, o empresariado brasileiro verá no mercado nacional um maior número de empresas apostando na computação em nuvem, as informações vão sendo melhor esclarecidas e a infra-estrutura de comunicação do país também será obrigada a acompanhar esta evolução. E acredito que isto não vá demorar a ocorrer, pois já temos importantes empresas fornecedoras de Cloud Computing com operação no Brasil, como Google, Amazon AWS e Microsoft. Já no dia 13 de março de 2013, o ministro das Comunicações do Brasil assinou a regulamentação do Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga, que provê incentivos fiscais para empresas prestadoras de serviços na área de telecomunicações que desejem investir em modernização ou ampliação de suas redes e construção de datacenters que suportem serviços de Cloud Computing. Ainda no mesmo período, a Igreja Universal do Reino de Deus anunciou a migração dos seus serviços WEB para a Amazon AWS. É a movimentação destas três instâncias – governo, prestadores de serviços e clientes – que acredito vir a formar um mundo onde a Cloud não é uma inovação, mas o dia a dia.
Texto originalmente publicado em htttp://www.andresousa.org/.
You must be logged in to post a comment.
11:15:11 am
André, excelente artigo! Em nossa empresa desenvolvedora de soluções web, adotamos a estratégia de usar uma aplicação de missão não crítica, porém necessária no dia a dia das empresas usando a “Computação em Nuvem”.
Isto permite aos empresários uma experiência prática com a tecnologia sem os temores clássicos citados por você.
Depois deste passo, eles podem evoluir para soluções que envolvem aplicações de missão crítica (tanto pela necessidade como pelo dados confidenciais).
A nossa solução web se aplica à “Gestão de Manutenção”, coincidentemente também temos como cliente, uma rede de lojas de calçados com lojas no interior do ES/RJ/MG sem maiores problemas com relação a comunicação com a internet.