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Uma maçã ruim no cesto…

publicado por Alexandre Eduardo Oliveira

O que o leitor irá encontrar neste artigo com toda certeza não será novidade caso ele já ocupe, ou tenha vivido em algum momento, a posição de gestor. Tampouco vai ser de total surpresa para os demais profissionais da audiência que, salvo raras exceções, já passaram por situações muito parecidas em suas equipes.

O sonho, para não dizer missão, de todo gestor é conseguir formar um time de alto desempenho, colaborativo, unido, comprometido e com espírito de equipe bem desenvolvido. Para atingir essa condição, gerentes e coordenadores se esmeram em parceria com os times de recursos humanos para selecionar, treinar e dar condições para que o time se desenvolva e se fortaleça. Agem nas crises, conciliam, reconciliam, avaliam justamente o desempenho, promovem feedback, direcionam, geram fatores que alavanquem a motivação e satisfação, etc.

Depois de todo esforço despendido, de toda a atenção dedicada, fatalmente em algum momento o gestor vai contratar alguém que, traçando um paralelo com algumas estórias antigas, se mostra um lobo em pele de cordeiro. Acreditem, acontece nas melhores empresas e com os melhores gestores, pois nada há de exato na contratação de um profissional. Contratar é uma arte, de fato, que depende fortemente de experiência e um bom “feeling”.

Na maioria dos casos, esses profissionais são pessoas que conseguem cativar o time no primeiro momento mostrando sua face “cordeiro”, mas que desde muito cedo mostram a face “lobo” aos seus gestores. São, em geral, pessoas cuja ambição por “subir depressa” extrapola os limites do bom senso, da camaradagem, do trabalho em equipe e do respeito profissional. Ao primeiro feedback negativo – e ele virá porque esse tipo de profissional gasta a maior parte do tempo tentando pensar em formas de conquistar uma posição de destaque, e pouco tempo produzindo – irão se virar contra o gestor não importa a sutileza e tato que este demonstre ao dar este feedback negativo.

Estes profissionais não enxergam a si mesmos como parte do problema, e aí reside o maior perigo. Como enxergam somente um lado da situação (o do gestor que julgam ser a causa de seus males), irão de forma muito rápida e impensada começar a tentar criar no time a mesma visão que possuem. Nos almoços, confraternizações depois do trabalho, ou em qualquer ocasião em que o chefe não esteja por perto, irão depositar suas impressões.

A parte mais madura do time, provavelmente irá descartar qualquer informação contrária à imagem que eles próprios formaram a respeito de seu chefe. Mas existe um risco residente naquela parte mais nova, mais inexperiente e mais frágil do time que ainda está suscetível a esse tipo de influência.

É incrível a velocidade com que a  performance do time se deteriora nesse tipo de situação. Com o passar do tempo (duas ou três semanas) já é possível notar um declínio na velocidade e nível das entregas, e uma certa resistência de algumas pessoas ao gestor. As conversas entre líder e liderados já não fluem mais como antes, e cada semana que passa o gestor consegue ver a mudança brusca de comportamento.

Aqui vai a parte complicada: o gestor, sabendo a causa, vai ser fortemente tentado a desligar o profissional problemático imediatamente. Se fizer isso, irá praticamente confirmar no time a visão que tal profissional implantou (o que pode ser muito ruim, ou irreversível). Por isso, o ideal é agir rápido, mas com bastante cuidado.

É importante que fique claro para o profissional em questão que ele está em risco, e o gestor precisa ser bem claro e direto em seu feedback. Ao mesmo tempo, é importante que o gestor se aproxime do time, entenda um pouco melhor o que pensam e recupere sua confiança com uma postura que neste cenário precisa ser bem paternalista, atenciosa e que passe um direcionamento e uma mensagem bastante positiva. Sua postura com a pessoa problemática também conta muito: não retruque, não revide provocações, não se mova em seu ânimo e seu humor, trate-a com equidade e respeito indiferente da situação. Isso vai ajudá-lo a reforçar sua imagem de líder.

Seja rápido, não deixe o estrago se espalhar, e desligue a pessoa o quanto antes. Contudo, seja responsável com o time que esteve ao seu lado, eles merecem e precisam disso.

Autor

Trabalha em TI desde 1998, passando por algumas empresas que agregaram muito a sua carreira, como JBS (Friboi) e BM&FBovespa, onde atualmente é coordenador da área de arquitetura corporativa. Ao longo desse tempo, atuou em projetos imensos, nacionais e internacionais, e teve contato com empresas e profissionais surpreendentes e inovadores. Com boa parte da sua carreira voltada a tecnologia, TI é sua vocação e paixão. Nos últimos anos descobriu um enorme prazer pela gestão de pessoas e de projetos de TI, e vem direcionando sua carreira nesse sentido. Email: ale.edu.oliveira@gmail.com

Alexandre Eduardo Oliveira

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