Carreira

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PJ, CLT e outros. Como administrar sua forma de contratação e adequá-la ao seu projeto de vida

publicado por Renata Vezzetti

 

É muito comum na área de TI, especialmente quando se trata de uma contratação no regime pessoa jurídica (o famoso PJ), que o profissional tenha mais liberdade na gestão de sua carreira e remuneração. Ele não precisa esperar um reajuste salarial proposto pela empresa, aumento por mérito ou a participação nos lucros e resultados para elevar seus rendimentos. Tudo o que o profissional PJ precisa é de oportunidade para aumentar sua experiência e sua renda.

 

Os profissionais que não possuem vínculo empregatício nos chamados “CLT FULL “e “CLT FLEX” podem trabalhar com mais facilidade em projetos temporários. O lado positivo é poder escolher se prefere o projeto com duração de três meses perto de casa ou o projeto com um ano de duração em seu estado preferido; se prefere um cliente de grande porte ou um de menor porte onde suas funções terão mais destaque. Cito o poder de escolha porque o mercado está aquecido e as oportunidades em projetos com boa remuneração são reais (principalmente mercado SAP). As escolhas são diversas, mas o que esse tipo de profissional não pode deixar de pensar é na segurança e estabilidade que o outro tipo de contratação poderia lhe oferecer. Os profissionais no regime de CLT, sentem-se mais seguros. Vale-alimentação, auxílio creche, PLR, estacionamento e o plano de saúde que ele sempre quis para sua esposa e filhos. Ao mesmo tempo, se esse tipo de profissional conversar com seus colegas de profissão, descobrirá que a maioria está ganhando cada vez mais e que seu salário permanece congelado.Portanto, como manter-se estável nas diversas situações?

 

Pratique os seguintes questionamentos:

 

– Sendo PJ eu tenho mais liberdade? Tenho menos gastos?

– Atualmente,tenho benefícios que me ajudam no sustendo da minha família?

– Posso realizar minhas tão sonhadas férias sem ter que ligar meu blackberry?

– Vivo para  trabalhar ou trabalho para viver?

– Tenho possibilidade de crescimento na minha atual posição?

– Sei exatamente como está o mercado de trabalho na minha área de atuação?

– Eu acredito no projeto que estou fazendo?

– Amo o que eu faço ou realizo minhas atividades somente para arrecadar um fundo e aposentar-se mais cedo?

– Qual é a definição de trabalho pra mim?

– Aonde quero estar daqui 10 anos?

– Como estão os planos para minha vida pessoal?

 

Estou preocupada com o desenvolvimento de carreira dos profissionais da área de Tecnologia. Preocupo-me porque tenho a consciência de que o dia-a-dia de quem trabalha com projetos, desenvolvimento ou infra-estrutura – independente da forma de contratação – está cada vez mais difícil. Fazemos parte de uma sociedade dependente da tecnologia. Tem dúvidas? Basta se lembrar da última vez em que você ficou sem internet ou que sua rede caiu no trabalho.

 

Entendo a necessidade de grandes mudanças organizacionais no sentido tecnológico: Reestruturações, terceirizações, sistemas focados no negócio, implantação de ERPs, etc. Porém, existem pessoas por trás desses processos.

 

Independente de seu tipo de contratação pense em seu futuro.

Ninguém descobrirá a melhor maneira de fazer uma coisa, se não amar essa coisa – Provérbio japonês.

Autor

Formada em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP, estudante da Fundação Getúlio Vargas - MBA Gestão Estratégica de pessoas. Possui mais de sete anos de experiência na área de RH com foco em Desenvolvimento Organizacional e Recurtamento para diversas áreas. No momento é Consultora de Recrutamento focada no mercado de TI. Contatos: msn: re_vezzetti@hotmail.com Linkedin profile: http://br.linkedin.com/in/renatavezzetti

Renata Vezzetti

Comentários

12 Comments

  • Renata, permita-me fazer uma pequena ressalva: Neste país, qualquer atividade remunerada que constitua vínculo empregatício e que não seja registrada na CLT Full é ilegal.
    Considere a seguinte situação de duas pessoas, com regime CLT e PJ:
    – Ambos prestam serviço para uma única empresa ou entidade.
    – Ambos têm horário para entrar e teoricamente sair.
    – CLT está incluído no headcount da companhia, PJ está no budget
    Não existe muita diferença, existe? O que está errado na forma de contratação no Brasil é a carga tributária que incide sobre a empresa e sobre os funcionários, mas daí a apelar para um subterfúgio como as contrataçõs PJ e CLT Flex, na minha opinião, pode ser um risco muito grande de processos trabalhistas. Nenhum acordo firmado com sindicatos está acima da Constituição. Vale a pena dar uma lida aqui: http://direitoetrabalho.com/2007/02/clt-pj-e-agora-clt-flex/

  • Oi Israel, como vai? Concordo… toda atividade que não esteja nas normas do CLT “FULL” não é legal. Infelizmente a forma de contratação “flex” acontece bastante, não é verdade?
    Realmente as diferenças citadas por você entre clt e pj estão corretas. No entando, eu quis dar um outro olhar para as formas de contratação. No “papel” ou no centro de custo, as diferenças somem. Porém, nem todo mundo está preparado para assumir diferentes tipos contratações e nem todos os profissionais planejam viver sua carreira de forma autonoma, sem alguns direitos trabalhistas, por exemplo. Obrigada pelo link! gostei bastante!

    • Bom dia Renata,

      Esse é realmente um assunto muito delicado e que tem gerado muitas discussões a algum tempo. Muitas empresas, principalmente as grandes, que terceirizam suas atividades de TI, tem “obrigado” seus fornecedores a somente alocarem seus profissionais caso tenham o regime de CLT adequado. Elas tem feito isso justamente para fugir de eventuais processos trabalhistas, que em 99% dos casos dá ganho de causa para o trabalhador. Porém, para conseguir isso se faz necessário um investimento maior, já que os custos para manutenção desse profissional são mais elevados devido a carga tributária. Em contrapartida, muitos profissionais, geralmente mais qualificados ou procurados, procuram manter seus vínculos mais simples (PJ), podendo dessa forma negociar mais facilmente seus vencimentos e períodos de trabalho.
      Não há uma receita para resolver esse problema ainda, mas acredito que o Governo deveria intervir para incentivar o aumento dos trabalhadores com CLT e o que vemos hoje é justamente o contrário. Em um cálculo “bruto” pode-se pensar da seguinte forma: um funcionário em CLT com salário de R$ 5.000,00 custa para a empresa os R$ 5.000,00 de salário e outros R$ 5.000,00 de carga tributária, se a empresa gasta R$ 10.000,00 para manter esse funcionário, ela pode propor para ele pagar esses mesmos R$ 10.000,00, se livrar da carga tributária e passar toda essa obrigação a ele. Na grande maioria dos casos o funcionário (ou terceiro) acaba achando a segunda opção mais vantajosa, porque ele consegue ter uma remuneração “maior” e escolher aonde, como e quando gastar esse “valor” a mais (VT, VR, Saúde, etc).

  • Srs., infelizmente pora experiência própria, sou obrigado a concordar em parte com a Renata, no que diz respeito as diferenças. Que na prática aplicada pelas empresas, Não existem. Pois as mesma muitas vezes fazem do profissional PJ, um profissional CLT, obrigando-o a seguir as regras definidas contratante privando-o de atuar como Empresa. Liberando-o assim para o mercado.

  • Quem alimenta esse mercado desestruturado de TI, são as mini-medias consultorias que surgem a cada momento por ai.

    É muito mais dificil ver um profissional PJ com vínculo direto em uma grande até média empresa, mas sim por intermedio de uma consultoria, que incentiva, não sei se esse é o termo, mas se dobra para traduzir em lucro todo esse contingente de consultores que existe hoje, esquecendo um pouco da ética, do caminho no desenvolvimento do setor e do próprio funcionário (consultor PJ), criando um vínculo fictício com esse ser humano, pincelando esse mundo de magia e altos salarios que pode ser a vida PJ na tela dessa pessoa através de uma planilha de ganhos de-para PJ, colocando isso assima da profissão muitas vezes.

    A maioria dos consultores (profissionais de TI) que entram nesse caminho é por influência de alguém (seja contratante, ou colega que ganha mais, ou midia) e não iniciativa própria e sem qualquer acompanhamento profissional.

    • Oi Leonardo!
      Realmente… as pequenas consultorias precisam ganhar uma margem nesses processos. A negociação fica um pouco atrapalhada nesse sentido, o que quase sempre prejudica o profissional.
      Espero que esse quadro mude!
      Obrigada pela sua leitura.
      Att,
      Renata

  • Renata
    Vc é só simpatia (desculpa o véio, Rs) e seu artigo só inteligência. O ponto é tão sensível que terminei a leitura com dor no corpo. Os comentários todos apropriados.

    Na verdade isto é um atoleiro que a Fraude Brasil criou, para enganar o Custo Brasil.

    Sáo vários os aspectos apontados acima.

    Primeiro o matemático-econômico. Em um de meus artigos apresentei equação de equivalência entre a hora CLT e a hora PJ. A margem é bem maior que 100%. Principalmente quando se usava o chamado Caixa Dois.

    Segundo o custo-oportunidade. Qdo fiz minha primeira pj em 1987, recebi e apliquei esta diferença. Era muito bom. Como planejei a longo prazo (como vc recomenda), foi oportuno. Exceto pela aposentadoria. Fiz pequena aposentadoria privada (investimento pessoal) mas a pública me daria 700 mérrecas por mes. OU 10 bolsas família. Rs. Tenho um amigo que ganhava até 27 mil mes em pj. Comprou carro novo, gastou e ficou sem grana. Preferiu, com quase 50 anos, converter para CLT com 8 mil/mes na IBM. Nem todos conseguem.

    Terceiro, a quinterização. Eu contratava direto. Negociava. Cedia. Cobrava mais. Hoje, se conseguir contrato, é quinterizado, pois as empresas não querem administrar esta situação e a delegam para gestores ou (na maioria) atravessadores que embolsam a diferença, te pagam como CLT mas não te dão os benefícios legais. Quem reclamar sai do mercado.

    Finalmente, mas sem esgotar, a questão jurídica. A terceirização é uma fraude, sustentada por advogados competentes e juízes corruptos. Soube de uma câmara trabalhista que recebia de uma multinacional para “amaciar” seus processos. Eu e um amigo, implantamos, terminamos e rescindimos um projeto juntos. Na hora de receber me engrupiram o saldo trabalhista e fiscal. Engoli e assinei o acordo ilegal. Meu amigo foi para a Justiça, levou cinco anos para receber em parte e ainda ficou fora do mercado.

    Enfim. Temos muito o que debater nesta questão.

    Parabéns pela coragem de mecher neste espinheiro.

    • Oi Ivan!
      Obrigada pelo elogio!
      Realmente é um assunto delicado e possui vários pilares – uns mais sensíveis, outros nem tanto – O importante é saber balancear tudo isso e ser feliz na situação que você escolheu.
      Meu objetivo foi promover uma reflexão. Que bom que gostou.
      Att,
      Renata

  • Gostei do que foi discutido mas possuo as perguntas abaixo.

    -Um profissional CLT pode prestar consultoria por fora ou há alguma restrição por ser CLT?
    -Caso positivo, teria obrigatoriamente que ser via PJ?
    -Quais seriam as possíveis modalidades disponíveis, somente PJ?

    Att Marcelo.

  • Fui contratado CLT Flex e tinha 45 dias de experiencia com possibilidade de prorrogação por mais 45 dias.

    Tinha que trabalhar terceirizado em outra empresa, e devido ao excesso de discriminação (não tinha direito nem de tomar um café sem ter que pedir emprestado um maldito cartão que só os “funcionários” tinham), acabei por no 42º dia perguntando ao “funcionário” coordenador por email se iriam prorrogar mais 45 dias, pois AO FINAL da experiência, eu daria aviso prévio à empresa e CUMPRIRIA o mesmo normalmente.

    Ocorre que 1 hora depois do meu email, simplesmente me tomaram o crachá e me dispensaram como se eu fosse um lixo.

    Agora a empresa que assinou minha carteira (a intermediadora), que também não tem o menor respeito, me disse que vão me multar os dias restantes pois eu quebrei o contrato de experiência.

    É justo isso, sendo que eu disse que no 45º dia, SE NÃO FOSSEM PRORROGAR, eu iria dar o aviso prévio??? Eu não me neguei de maneira nenhuma a ficar o tempo que julgassem necessário, até mesmo os próximos 45 dias, caso desejassem. Ao final da experiência, eu daria o aviso e sairia 30 dias depois, foi isso que eu disse no email.

    Eu sei que tenho pouco a receber, mas eu não acho justo ter que indenizar aqueles exploradores…

    Então, é justo isso? Eles têm mesmo esse direito? Cabe recorrer na justiça (por uma questão de justiça mesmo)?

    Ainda teve uma outra sacanagem, olha só que canalhas:

    Exigiram que eu abrisse uma conta salário no banco deles. Até aí tudo bem, mas eu fui ao banco deles e me disseram que eu teria que ir até outra agência (longe, teria que faltar serviço) regularizar uma situação.

    Como eu tenho minha própria conta corrente, pedi humildemente que nesse mês depositassem na minha conta, o que aceitaram, porém olha o que fizeram, como meu salário era acima de R$ 3.000,00 dando direito a um TED que seria compensado na hora, fizeram DOIS DOCS de exatamente 50% do meu salário líquido, isso DEPOIS DAS 18:00H, fazendo com que eu recebesse só no 6º dia, ferrando minha vida, pois tive que pagar juros de aluguel, perdi um acordo com o banco, etc.

    Estou indignado, é o cúmulo da falta de respeito, eu tenho duas filhas pequenas que dependem de mim, não acredito que a justiça seja tão falha a ponto de permitir que esses PILANTRAS abusem dessa forma e saiam ilesos.

  • Jovem, me desculpe, será que daria para remover os meus comentários, por favor, é que eu me arrependi já que ficou pesado demais, apesar de eu não ter mentido em nada, estou apreensivo já que sou o lado mais fraco da corda.

    Por favor… obrigado.

  • olá boa tarde,

    gostaria de saber, se quem trabalha como PJ tem direito aumento anual?

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