Carreira

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Mercado de trabalho em TI para Desenvolvedor

publicado por Alberto Parada

Muitos, quando escutam a palavra desenvolvedor, logo associam com aquele rapaz com as calças abaixo da linha da cintura, MP3 no ouvido, boné na cabeça, que enfeita sua mesa com uma grande quantidade de canecas, bonecos e outros adereços.

Normalmente é encontrado sentado à frente ao computador, com uma caneta na mão, girando-a de um lado para o outro e com a outra mexendo no mouse, ou acionando as teclas “alt+tab”, alternando as telas de uma ferramenta de desenvolvimento, para o facebook, o twiter  ou para o Google, com o objetivo de caçar uma solução para algum bug na aplicação que esta desenvolvendo.

Atualmente as atividades e os perfis dos profissionais de desenvolvimento de sistemas encontrados nas fábricas de software são bem diferentes do que nos primórdios da carreira. O organograma hoje é povoado por: analistas de requisitos, analistas de testes, arquitetos, web design, analista de homologação e claro, desenvolvedores, sem esquecer de muitos outros perfis que aparecem todos os dias.

Há poucas décadas, os analistas de sistemas eram os responsáveis por praticamente todo o ciclo do desenvolvimento de uma aplicação; atuavam, em sua maioria, com plataforma main frame, possuíam uma maturidade profissional e pessoal maior do que a dos atuais desenvolvedores, além de um conhecimento tecnológico mais generalista. Não é raro encontrar saudosistas ecoando que nesta época a qualidade dos produtos eram superiores e entregues no prazo.

As mudanças nos perfis e nas carreiras são tão rápidas quanto a velocidade do avanço da tecnologia. Da mesma maneira que aparecem novas tecnologias todos os dias enterrando as antigas, com as carreiras não é diferente. Aparecem novos perfis e uma série importante de carreiras são extintas indiscriminadamente incluindo algumas que já tiveram grande importância como digitadores e operadores.

Uma curiosidade, que em outros tempos era incomum, vem caracterizando as tribos dos novos profissionais na carreira de desenvolvimento de sistemas que são o aparecimento de “igrejas”. É comum encontrarmos os seguidores do JAVA que se tornaram radicalmente contrários aos rivais devotos do .NET, imprimindo extensas discussões querendo provar  que é muito melhor desenvolver em JAVA do que em .NET; e facções muitas vezes xiitas pelo SQL que pregam que o ORACLE esta ultrapassado.

Estas alterações de perfis e de mercado apresentam algumas distorções perversas para os profissionais. O que, aparentemente, parece ser uma boa opção para se ganhar dinheiro, pulando de uma empresa para outra por alguns reais/ hora a mais no final do mês, vem se mostrando uma atitude arriscada em longo prazo, pois além da falta de identidade corporativa (o que prejudica a carreira) a vida útil de um desenvolvedor vem diminuindo a cada dia. É muito comum as empresas conhecida como “consultorias” (que hoje são as grandes demandadoras deste tipo de mão de obra), dispensarem desenvolvedores mais velhos e mais caros por um bando de garotos mais “micreiros” e mais baratos. A lógica irracional (e sempre incorreta) visa colocar mais júniores mais baratos para fazer o mesmo trabalho que um sênior mais caro faria. E alguns ainda acreditam que em menos tempo!

Outra alteração importante neste mercado vem sendo as facilidades e a comoditização das aplicações. Criar uma página WEB com loja virtual não é mais um trabalho para um grande especialista. Diversos provedores disponibilizam ferramentas que auxiliam  até um leigo a criar e publicar sua loja virtual.

No mundo corporativo, a situação vem se definindo. Enquanto fora das linhas brasileiras a aquisição por grandes sistemas customizáveis é uma tendência, por aqui a contratação de desenvolvimento de sistemas a la cart ainda é muito presente.

A grande dúvida do CIO é optar por ter o domínio do código fonte por um custo relativamente baixo, mas com o risco de ter sistemas rapidamente desatualizados e obsoletos, ou ficar nas mãos dos grandes fabricantes, que apesar de atualizam e desenvolvem as aplicações constantemente, cobram valores muitas vezes impraticáveis pelas atualizações.

Fazendo uma projeção para daqui alguns anos, a tendência é encontrarmos o pessoal do main frame com os cabelos mais brancos que hoje mas ainda pilotando seu velho e bom COBOL;  as soluções empresariais, cada dia mais robustas, e, como o Windows, líderes de mercado e um monte de desenvolvedores ainda sonhando com a possibilidade de derrubar ou se alinhar à alguma “igreja” existente. Ou mesmo àquelas que existirão.

O fato é que a cada dia geramos mais e mais linhas de códigos para mais e mais dispositivos diferentes, novas linguagens, novas soluções e, claro, novos milionários. Obviamente este não é um ciclo infinito e estará sempre em constante mutação.

Se o profissional que desenvolvia um site de internet no início do milênio aparecesse para trabalhar nas empresas hoje, muito dificilmente conseguiria utilizar seu conhecimento para as soluções demandadas atualmente. E fica claro que os conhecedores das soluções atuais pouco (ou quase nada) terão valor daqui poucos anos com as novas tecnologias batendo à porta.

Se o modelo do analista de sistemas dominante há poucas décadas foi extinto, não dá para acreditar que os modelos atuais de carreiras não sofrerão mutações e aperfeiçoamento. O importante é conseguir não entrar na piração de ter que aprender tudo a todo momento. Muito menos achar que aquilo que conhece será eterno.

O que é certo é que o desenvolvedor que tem seu foco único no desenvolvimento de linha de código sem uma visão ampla da solução e dos sistemas com certeza, em não muito tempo, serão peças de museu.

 

 

Autor

Fundador do : descomplicandocarreiras.com.br

Alberto Parada

Comentários

1 Comment

  • Sua abordagem para este tema ficou muito bom, detalhando as várias facetas de mundos de TI partindo para soluções específicas ou generalistas.
    Creio que podemos afirmar que um bom analista desenvolvedor de TI deve necessariamente compreender com detalhes o que o Cliente gestor do negócio necessita, saber realizar um diagnóstico, saber extrair estas informações e desenhar e desenvolver a melhor solução na ferramenta mais adequada, ser criativo e atualizado, este analista terá sempre um excelente emprego e será valorizado no mercado.

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