Já faz algum tempo que tenho percebido o comportamento aflito dos jovens. É muito comum ver esses jovens ansiosos com os possíveis caminhos que podem ou devem tomar, sempre tomados por pressões pessoais que tentam garantir que se faça escolhas não só corretas, mas sobretudo “espetaculares”. Tudo acontecendo de forma acelerada e simultânea, como se a quantidade de possibilidades pudesse garantir um resultado satisfatório e talvez até a felicidade em cada passo dado. Esses jovens dedicam uma enorme energia em serem um sucesso e serem reconhecidos por isso. Entretanto, toda essa energia não está trazendo os resultados esperados. Frustração, decepção com a carreira e ansiedade extrema para novos desafios são características cada vez mais presentes, levando os jovens a ações sem foco e com o consequente resultado frustrante.
O que acontece? Com todos os recursos, todo o acesso às informações, todo o cenário atual, não era para estar acontecendo justamente o oposto?
Os jovens da geração Y tiveram o privilégio de desenvolverem uma grande intimidade com toda a tecnologia de conectividade e, portanto, se apresentam muito mais preparados para extrair todo o potencial dos comportamentos resultantes dos novos conceitos de comunicação. Normalmente, isso é associado a melhor desempenho e produtividade, contudo, é justamente aí que estamos observando os maiores desafios, pois os jovens foram expostos mais tardiamente às experiências que desenvolvem o conhecimento tácito.
Para suprir essa falta de conhecimento tácito, alguns jovens acreditam que quanto mais cenários diferentes experimentarem, mais estarão preparados. Essa é uma estratégia equivocada, pois confunde experimentação com absorção de experiência.
Creio que esteja na hora de o jovem refletir nos seus propósitos, contudo, isso também não é simples, pois esse conceito foi ligeiramente abandonado na sociedade moderna e os jovens, muitas vezes, nem entendem qual o real significado de se ter um propósito.
A geração Y necessita, com urgência, estabelecer um significado para sua própria existência. Cabe ao jovem decidir “para que” está realizando todo o esforço a que se submete diariamente. Qual é seu objetivo? Aquele que determina uma grande vontade de realizar. Aquilo pelo qual valha o sacrifício e que possa afirmar que é o seu propósito de vida.
Você já sabe qual é o seu propósito? Ainda não? Saiba que é exatamente aí que está o motivo de você ainda não ver sua vida avançar como deseja.