É bem comum vermos toda a preocupação de um candidato com relação ao preparo para a entrevista.
Quanto mais vai chegando a hora da entrevista mais a ansiedade toma conta. Os conhecimentos são repassados, suas atitudes são revistas, suas virtudes e tudo aquilo do esperado na entrevista são minuciosamente programados para que nada saia do controle.
Contudo, será que o entrevistador está preparado para a entrevista?
Não é possível negar que a pessoa que conduz a entrevista é umas das peças fundamentais em todo o processo de seleção, como também não é possível negar que esta pessoa precisa estar em sintonia com todo o processo.
Mas é difícil determinar que em um processo de seleção realmente seja selecionado “o melhor candidato”, principalmente porque a definição de “o melhor” pode ser subjetiva.
Por vezes identificamos gestores que desejam que todo o conjunto profissional seja realmente valorizado e se sobressaia, como também é fácil identificarmos gestores que desejam que o lado “puxasaquístico” seja o mais evidente.
Porém quando o responsável pela entrevista é o “dono da vaga” (ou seja, o possível futuro Gestor) dá-se a oportunidade de, no feeling, fazer a percepção de em qual tipo de Gestão ele se encaixa.
Agora, quando a entrevista é conduzida por uma pessoa que não faz parte do departamento da vaga desejada, fica uma percepção de “será que estou falando aquilo que ela deseja escutar?” ou “será que ela irá transmitir minhas informações fidedignamente?”.
Situação mais perplexa é quando está em disputa uma vaga que requer alto nível de conhecimentos técnicos (na área de TI, por exemplo), o entrevistador olha para o candidato e dispara: quais os seus reais conhecimentos sobre a ferramenta Microsof Word?
Nesse momento a cabeça do candidato dá um looping, atravessa 5 galáxias, volta, dá timeout e ele se pergunta “será que é alguma pegadinha?!”.
Dá vontade de responder… “Ééééé… eu manjo dos paranauês do Word!” ou “me dá o Word e um acesso ao Google que eu faço o que você pedir!”.
Enfim, no decorrer de uma carreira de candidato por vezes ficam as perguntas “será que eu não era o melhor para a vaga?”, “por que será que não fui escolhido?”, “o que o escolhido tinha de mais méritos para ter ganhado a vaga?”, principalmente porque os feedbacks (quando se tem) não são específicos.
O que pode ser feito é diminuir as distâncias.
No momento oportuno e adequadamente, encaixar na entrevista algumas perguntas que auxiliem na percepção de todo o processo de contratação.
“Esta vaga é para recomposição de quadro?”, “esta vaga é uma necessidade vinda de um crescimento de demanda?”, “você é a pessoa responsável pela vaga?”, “como a pessoa responsável pela vaga terá acesso às avaliações? Será um resumo ou respostas de perguntas predeterminadas?”, etc.
E claro… ser entendido! Certifique-se que o entrevistador está entendendo suas colocações.
Estas atitudes lhe ajudarão a ter uma conclusão melhor do processo, apontará pontos de melhorias e permitirá ajustar perspectivas.
Como já dito, o entrevistador precisa estar em sintonia com o processo, da mesma forma ocorre com o candidato. Se as duas partes chegarem à mesma conclusão isto concretiza que o processo foi conduzido da melhor forma possível.