É fato que um grande desafio das organizações é garantir que com base em sua cultura, já enraizada, obtenha êxito na readequação de estilos de liderança, principalmente dos novos líderes, independente se foram alçados de dentro da empresa ou se foram selecionados no mercado. Anos após anos, são investidos milhares de reais em programas de treinamentos e desenvolvimento pessoal, e todos os esforços são em sua maioria na expectativa de que o estilo de liderança se aproxime da estratégia do negócio, porém sem se distanciar do próprio negócio, de tudo que o cerca, os colaboradores, os parceiros e fornecedores, os acionistas e os clientes.
Sim, seu estilo de Liderança influencia e é gerador de influência e pode afetar profundamente positiva ou negativamente o negócio e como o mesmo é percebido pela comunidade à sua volta. No entanto, como seria possível mudar, salvo algumas exceções, valores fundamentais, que estão consolidados na mente e alma? Será que em poucas horas de aula ou mesmo algumas semanas, tipo imersão.
Não se trata de uma provocação para desestimular, pelo contrário, um amplo espaço para oportunidade de aperfeiçoar o planejamento e criatividade para lidar com o processo de mudança, lento e dispendioso. Parafraseando Rensis Likert, a pressa é autodestrutiva em virtude das ansiedades e tensões que provoca. Não existe atalhos, o que se deve exercitar são modelos que possam potencializar a internalização, adaptação de um estilo de liderança que venha somar, no processo de transformação do resultado corporativo esperado.
Existe uma linha tênue entre treinar para normatizar um comportamento e/ou estilo, e o verdadeiramente integrar-se ao estilo e cultura da organização, tal sutileza, traz um elemento adicional de complexidade ao grau de capacidade dos programas de desenvolvimento tradicionais, eventualmente incorrendo numa falsa percepção de sucesso, ao entender que o novo líder aceitou, digeriu e irá funcionar exatamente como “a bula dita”.
De certo, que nem todos os líderes são por natureza e/ou por condicionamento capazes de adaptar-se a um estilo único de liderança, fato que se buscamos diferenciação na real capacidade de resultados extraordinários, tem-se a necessidade nata, de abertura para o exercício do “meu estilo”, porém sem degradar o ambiente organizacional e com forte aderência às práticas de governança, ética e legais.
Por fim, ao adotar um novo estilo de liderança para a organização, potencialize as oportunidades sem se abster das adequações necessárias, visando preservar a identidade e cultura do negócio sem se afastar da velocidade requerida para alcançar os resultados.