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Desafios da Interoperabilidade: A Integração de Dados e Processos – Parte I

publicado por Marcus Vinicius da Costa

Desafios da Interoperabilidade: A Integração de Dados e ProcessosSobre o Desafio:

Os últimos anos, que trouxeram novas tecnologias e permitiram disciplinar o uso de padrões, também contribuíram de forma bastante favorável para o aumento da demanda por integração dos órgãos e entidades no âmbito da Administração Púbica. Governos e Sociedade somam esforços criando novos canais de comunicação e métodos para participação via governo eletrônico, eliminando barreiras interpessoais e geografias, requerendo das tecnologias da informação novos métodos de produção e uso que aumentem a fluência e a exatidão das informações, viabilizando procedimentos tradicionais e melhorando a eficiência e a comunicação.

No Estado Brasileiro são várias as iniciativas que vem ao encontro da melhoria da gestão pública e da transparência de informações. O Guia de Gestão de Processos de Governo e a Infra-estrutura de Dados Abertos Governamentais, suportados pelo Programa Brasileiro de Gestão Pública e Desburocratização – GesPública e pela Arquitetura e-Ping de Interoperabilidade para o Governo Brasileiro1 são bons exemplos de um novo posicionamento do Governo frente a uma sociedade ainda mais consciente e exigente.

Tal conjunção de fatos faz emergir, com força, a necessidade de vencer-se desafios de interoperabilidade relacionados às dimensões processos, dados e pessoas, consolidando o momento como propício para apresentar alternativas que possibilitem vencer estes desafios, que fazem parte do cotidiano daqueles envolvidos com a prestação de serviços e com o provimento de soluções, ou ainda com o uso dos serviços para atendimento a suas necessidades e das informações para tomada de decisão.

Os desafios se apresentam então como indagações, sobre como cada parte envolvida poderá ter visibilidade quanto ao processo do outro, promovendo sua integração, evitando o retrabalho e gerando sinergia para prestação de serviços de melhor qualidade ao cidadão, ou ainda sobre como poderão ser reconhecidos os donos de processos, responsáveis por promover tal visibilidade e integração também no que se relaciona a soluções de TI, que dão o suporte necessário às operações. São desafios relacionados à interoperabilidade e suas três principais dimensões: processos, dados e pessoas.

Nas últimas décadas foram empreendidas diversas iniciativas no sentido de se resolver essa questão, porém sem alcançarem os resultados pretendidos, pois não se trata de uma questão trivial e já teria sido resolvida anteriormente caso fossem suficientes abordagens isoladas.

Essa questão requer uma solução de alta complexidade, pois envolve intervenção não somente nos sistemas de TI que apóiam os processos ou macroprocessos de Governo. Para alcançar sucesso, a solução precisa intervir na forma de trabalho de centenas de pessoas – gestores governamentais, analistas de informações estratégicas, analistas de negócios, gestores de informações, gestores de processos, administradores de dados, desenvolvedores de soluções, administradores de bancos de dados etc. – localizadas em dezenas de entidades do Governo, pessoas que, no seu dia-a-dia, atuam em diversos Domínios como Saúde, Educação, Planejamento e Arrecadação entre outros.

Ao longo deste mês abordaremos três dimensões que podem ser consideradas como primordiais na superação do desafio imposto: dados, processos e pessoas.

Na dimensão dados abordaremos o cenário em que surge o tema da integração de dados, a relevância e os esforços investidos nessa questão, o diagnóstico do problema, a solução adotada, o novo cenário que se consolida a partir da colocação dessa solução em movimento e, em linhas gerais, os conceitos e a metodologia adotada.

Na dimensão processos a sinergia alcançada a partir da discussão e dos trabalhos integrados à dimensão dados, uma possível estratégia para evidenciar uma Cadeia de Valor para o Governo e a premência de se investir em uma plataforma de processos pública.

A dimensão pessoas, indissociável, é abordada junto às demais dimensões como uma condicional para superação do desafio apresentado pelo Governo e pela Sociedade: o conhecimento.

Referências
DECRETO Nº 5.378 – DE 23 DE FEVEREIRO DE 2005 – DOU DE 24/2/2005 – Alterado pelo DECRETO Nº 6.944, DE 21 DE AGOSTO DE 2009 – 24/8/2009, Institui o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – GESPÚBLICA e o Comitê Gestor do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização, e dá outras providências.

DECRETO Nº 6.932, DE 11 DE AGOSTO DE 2009 – DOU DE 12/08/2009, Dispõe sobre a simplificação do atendimento público prestado ao cidadão, ratifica a dispensa do reconhecimento de firma em documentos produzidos no Brasil, institui a “Carta de Serviços ao Cidadão” e dá outras providências.

SERPRO – DOCUMENTAÇÃO INTERNA DO PROJETO PRINT. Documento de Referência do Projeto de Integração do Macroprocesso de Planejamento, Orçamento e Finanças. Brasília, Marcus Vinicius da Costa, 2009.

GOVERNO BRASILEIRO – COMITÊ EXECUTIVO DE GOVERNO ELETRÔNICO. Documento de Referência e-PING – Padrões de Interoperabilidade de Governo Eletrônico. Brasília, 2005.

MARTIN, James. Engenharia da Informação: Introdução. Rio de Janeiro, Campus, 1991.

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, Secretaria Gestão / Guia Referencial para Medição e Desempenho e Manual para Construção de Indicadores, Brasília, 2009.

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação / Panorama da Interoperabilidade no Brasil. Org. Cláudia S. F. Mesquita e Nazaré L. Bretas. – Brasília : MP/SLTI, 2010

SERPRO – Superintendência de Integração de Dados e Processos. Guia Metodológico para Integração de Dados e Processos – v 1.0. Brasília, 2010.

VERNADAT, F. B. Enterprise modeling and integration: principles and applications. London: Chapman & Hall, 1996.
JOHANSSON, H. J. et al. Processos de negócios: Como criar sinergia entre a estratégia de mercado e a excelência operacional. São Paulo: Pioneira, 1995.

DÁVALOS, Ricardo Villarroel. O Ensino de Modelagem de Processos de Negócios: Uma Abordagem Baseada no Uso de Recursos Computacionais – rdavalos@unisul.br – Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA / Código das Melhores Práticas Corporativas – São Paulo, 2009

Congresso Internacional de Software Livre e Governo Eletrônico, Amãpytuna: computação em nuvem: serviços livres para a sociedade do conhecimento, Brasília, FUNAG 2011

Dados Abertos para a Democracia na Era Digital – IV Congresso Internacional de Software Livre e Governo Eletrônico, Brasília, Fundação Alexandre de Gusmão, 2011

Autor

Marcus Vinicius da Costa ingressou no Serpro em 1982, atuando nos segmentos de produção de serviços, gestão empresarial, marketing e assessoria à Alta Administração, tendo tido experiências também em gestão estratégica no Ministério da Fazenda e na Companhia Nacional de Abastecimento. É pós-graduado em Organização, Sistemas e Métodos e Análise e Projeto de Sistemas, possui MBA nas áreas de Estratégia Empresarial, pela Fundação Getúlio Vargas - FGV, e de Comunicação com o Mercado, pela Escola Superior de Propaganda e Marketing - ESPM. Coordenador do Projeto de Plataforma de Integração e Interoperabilidade de Serviços Públicos (P2IGov) no Serpro, foi titular da Superintendência de Integração de Dados e Processos, Unidade responsável pelo desenvolvimento dos modelos abordados neste artigo, participa da Coordenação-Geral e também como coordenador do GT 5 (Áreas de Integração para o Governo Eletrônico), na Arquitetura e-PING de Interoperabilidade para o Governo Brasileiro.

Marcus Vinicius da Costa

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