Como mencionado nos artigos anteriores, o time de EA (Enterprise Architecture, ou, Arquitetura Corporativa) tem cunho bastante estratégico. Tal time é formado por alguns comitês/grupos. Os principais são:
- ESC (Executive Steering Committee): composto por executivos quem têm autoridade e poder de decisão na organização. Aprova as metas e objetivos globais, forma e dá empowerment aos demais times, exerce voto de minerva quando os demais times não conseguem chegar a um consenso. Geralmente é formado pelo diretor-presidente e os diretores executivos das áreas funcionais mais expressivas da empresa como: TI, Segurança da Informação, Financeiro, Operações, Auditoria, RI e RH;
- ARB (Architecture Review Board): é um comitê multifuncional, liderado pelo arquiteto-chefe com representantes de TI e de áreas de negócio. Sua função é revisão das novas definições de EA e das mudanças em definições prévias, além de garantir que os projetos em curso na organização estejam aderentes às políticas e diretrizes de arquitetura corporativa. Geralmente é formado por: arquiteto-chefe, diretores de infraestrutura, TI, gestão de projetos e processos e pelos cargos de arquitetura funcional;
- EACT (Enterprise Architecture Core Team): arquitetos seniores liderados pelo arquiteto-chefe, responsáveis por desenvolver o processo de arquitetura corporativa e de validação de arquitetura, mantendo também os entregáveis produzidos pelo time de EA. É responsável por auxiliar o desenvolvimento de novos projetos e treinar os demais times nos processos definidos para arquitetura corporativa;
- EAET (Enterprise Architecture Extended Team): composto por especialistas em assuntos específicos que atuam com um chapéu de EA por um determinado tempo em projetos onde seus skills são necessários. Esse time é responsável por definir e desenvolver arquiteturas de software e informação, selecionar produtos e padrões, definir tecnologias e padrões de infraestrutura.
Alguns dos principais papéis e cargos compõe o EACT são:
- Arquiteto de negócio: responsável pela modelagem dos processos de negócio. Extremamente importante para o time de EA, esse profissional tem domínio do negócio da organização ou de parte dele, e tem como finalidade principal garantir a correta modelagem e reuso de processos organizacionais sob a ótica do negócio, afim de garantir eficiência máxima na alocação de recursos e no time-to-market.
- Arquiteto de Sistemas: responsável pelo desenho lógico de alto nível das integrações entre sistemas e definição dos modelos e padrões arquiteturais que contemplem a estratégia organizacional no que tange ao atendimento do negocio visando: alta disponibilidade; alta escalabilidade; controle de TCO (total cost of ownership); segurança da informação; entre outros;
- Arquiteto de Software: responsável pelo desenho das aplicações e seus componentes internos, garantindo que os padrões e melhores praticas definidas pelo time de arquitetos de sistemas sejam aplicados nos níveis sistêmicos mais baixos. Atuação bem próxima aos times de desenvolvimento de sistemas;
- Arquiteto de Integrações: uma vez definida a visão geral de todas as integrações de sistemas e de negócios que é fornecida pelo time de arquitetos de sistemas, o arquiteto de integrações trabalha em conjunto com os arquitetos de software e com os demais times para desenhar em baixo nível a comunicação entre esses módulos, como protocolos, interfaces, dinâmicas e contratos de comunicação;
- Arquiteto de Informação: mantem a governança sobre os dados e informações trafegadas pelos sistemas que suportam o negocio. Define os contratos de informação entre os processos de negócio e os sistemas que os representam, e garantem que a informação esteja especificada, documentada e seja apropriadamente catalogada para reuso, além de fazer a disseminação dessa informação a todos os níveis organizacionais;
- Analista de R&D (Research & Development, ou, Pesquisa e Desenvolvimento): papel voltado a inovação e a busca por novas tecnologias, padrões e praticas que possam alavancar o negócio;
- Arquiteto-chefe: responsável por traduzir a estrategia organizacional, obtida junto ao board, CTO e CIO, em diretrizes e planos de ação para todos os demais times de arquitetura, garantindo que todos estejam alinhados e engajados em transformar tais diretrizes em arquitetura e finalmente em sistemas que suportem o negócio.
Nos próximos artigos vamos ver porque os times de EA geralmente falham e como o PMBOK e o gerenciamento de projetos podem nos ajudar a criar um departamento de EA, com as características tao peculiares e missão tão critica, reunindo profissionais tao multidisciplinares.