Direito & Tecnologia

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Você é uma pessoa legal?

publicado por Bruno Coelho

Muito se fala em primeiro computador e inclusão digital. O Brasil segue firme e forte como um dos principais mercados de tecnologia do mundo, vendendo milhões de computadores. Mas será que o brasileiro pensa no software?

Essa é uma questão vital e que gera imensas discussões. O brasileiro compra o produto bonitinho em sua loja preferida, leva para casa, liga tudo e aí faz o quê? Instala o software pirata que um amigo lhe emprestou, que comprou em um mercado ilegal qualquer ou mesmo baixou da internet. Essa é a triste realidade de um mercado que sofre muito por várias causas. Vamos começar por elas.

Primeiramente, softwares são os famosos programas: aplicativos feitos para o usuário instalar e realizar alguma tarefa em específico. Temos exemplos famosos, como PHOTOSHOP, COREL DRAW, EXCEL, WORD e por aí vai. Quando você pensa no computador, dificilmente pensa na máquina apenas (seja ele um desktop convencional ou um notebook). Você compra o PC para realizar algo com ele e nisso está incluso o software. Mas esse é um aspecto que, na maioria das vezes, você consegue encontrar uma versão “genérica” (leia-se pirata) que vai sair muito mais baratinha. Imagine só pagar uma fortuna por um programa. Isso é um absurdo! Neste momento crítico está o maior absurdo de todos: você comprando algo ilegal.

Entende-se por ilegal tudo que é contrário à lei, ilícito, ilegítimo. Ou seja, você está (mesmo sem querer) matando o mercado de software e, com isso, fazendo com que as pessoas que ficam horas pensando em programas para agilizar a sua vida ganhem menos e parem de dedicar horas de trabalho a algo benéfico para você. Adquirindo software ilegal, você contribui para aumento de criminalidade, redução da arrecadação de impostos, além do aumento considerável do risco para o usuário. Lembre-se de que computadores com programas piratas têm riscos de segurança muito maiores. Em um exemplo prático: em caso de roubo de informações em uma transação bancária ou compra qualquer, você perde automaticamente qualquer chance de apelo, pois está usando um software ilegal. SIM! Os bancos não se responsabilizam nesses casos. Claro que você não tem acesso aos principais recursos e documentação, nem qualquer garantia ou opções de atualização.

Não estou defendendo ou acusando quaisquer partes: fabricantes, revendedores ou consumidores. A questão aqui é que comercializar ou usar tais produtos é completamente contra a lei. Será que você usaria ou compraria um computador roubado ou de origem ilícita? Então, por que usaria um software? Pense nisso. Esta é uma questão em que nós, brasileiros, devemos pensar muito, pois essa conduta errada está se perpetuando como correta.

E você, é uma pessoa legal?

Fontes de inspiração:

MAIS DE 220 MIL CDS/DVDS CONTENDO SOFTWARES PIRATAS APREENDIDOS NO RIO DE JANEIRO

No dia 20 de dezembro de 2011, a DRCPIM, com suporte logístico da ABES/APCM, realizou uma operação de busca e apreensão no Camelódromo da Pavuna, Rio de Janeiro. No local, foram inspecionadas 6 lojas, onde foram apreendidos 221.468 CDs/DVDs contendo softwares piratas.

São Paulo novamente lidera o ranking das ações contra a pirataria com mais de 405 mil unidades apreendidas nos principais centros comerciais da cidade.

Após 57 ações contra a pirataria no país no mês de outubro, a Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) e a Entertainment Software Association informam que foram apreendidos 525.225 CDs falsificados, aumento de 513% em relação ao mesmo período de 2010 (quase 156 mil).

As operações de fiscalização do comércio irregular foram realizadas em grandes centros comerciais de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Pernambuco e Foz do Iguaçu, no Paraná. Somente na cidade de São Paulo, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana apreendeu 405.220 mídias pirateadas.

De acordo com as associações, oito sites que comercializavam programas piratas foram removidos, assim como 174 anúncios de softwares irregulares. “O apoio da população é fundamental, denunciando e não comprando de lugares e sites ilegais, ainda mais agora, em que as festas de final de ano se aproximam”, afirmou o Coordenador do GT, Grupo de Defesa da Propriedade Intelectual da ABES, Rodrigo Paiva.

Autor

Bruno Coelho é Gerente de Marketing da AGIS, uma das principais distribuidoras de TI e Telecom do país.

Bruno Coelho

Comentários

4 Comments

  • Caro Bruno,

    entendo que a pirataria é um grande problema em nosso país, como também a tributação.
    Veja bem, porque nos EUA por exemplo não ha o mesmo problema (em proporção) ? Não preciso detalhar…

    Vamos a um exemplo prático dos softwares citados por você, montar uma máquina certinha com windows e softwares para desenvolvimento

    Custo no Brasil :

    Microsoft Windows 7 Ultimate : R$ 600,00 (média)
    Photoshop CS5 : R$ 1850,00 (média)
    CorelDRAW Graphics Suite X6 : R$ 1.100,00 (média)
    Office Home and Business 2010 (em Português): R$ 500,00

    Total: R$ 3.930,00 (isso só esses 4 produtos – ha opção free que não vêm ao caso agora)

    Custo no EUA:

    Microsoft Windows 7 Ultimate : $319.99 (média)
    Photoshop CS5 : $529.85 (média)
    CorelDRAW Graphics Suite X6 : $244.34 (média)
    Office Home and Business 2010: $219.99

    Total $ 1314,17

    “Pouca” diferença não acha ?

    Então pega R$ 4.000,00 é o absurdo para a maioria da população de nosso país. Acredito que se o custo fosse o justo, com certeza, a maioria iria comprar corretamente sem recorrer a pirataria (na qual sou contra).
    Porém nosso país não ajuda nessa questão, tanto em software quanto em equipamentos.

    Att

  • Penso que a melhor saída para esse dilema é divulgar e promover o uso de softwares de licenças livres, ou seja, para todos esses programas que foram citados acima pelo Pablo, existe um similar, tão bom e funcional quanto, a cada um que faz exatamente a mesma coisa e produz arquivos totalmente compatíveis com os arquivos produzidos em softwares com licenças proprietárias.
    É tudo uma questão de cultura e interesse econômico é claro.
    Em vez de usar Windows, use Linux, Ubuntu de preferência.
    Em vez de usar Photoshop, use Gimp.
    Em vez de usar Corel Draw!, use o Draw da suíte LibreOffice
    Em vez de usar MSOffice, use a suite LibreOffice.
    Aliás, o formato digital nativo dos arquivos produzidos pelo LibreOffice é o formato oficial apontado pela ABNT para arquivos digitais científicos! Veja norma NBR ISO 26.300.
    Enfim, de quem é o interesse que este assunto continue desconhecido do grande público? Que os computadores continuem saindo da loja com o Windows embutido, tipo venda casada? Que aliás é até ilegal, segundo o Código do Consumidor.
    Quem do público leigo sabe dessas coisas?

  • Olá PABLO
    você tem razão quanto a questão dos custos e saídas legais a questão.
    Ainda SIM, o uso de softwares piratas se dá muito por uma questão cultural, que acredito que vamos melhorar somente com investimentos sólidos em educação. Isso dá margem para muito debate ainda.

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