A cada dia que se passa temos mais acesso a informações e estamos cada vez menos informados. O comodismo e a facilidade da Internet deixou milhares de pessoas preguiçosas e lendo menos.
Temos informações objetivas e rápidas, porem ninguém se aprofunda em nada. Em contra partida diariamente milhares de novas tecnologias são lançadas.
Tecnologia Social
Tendo em vista o alcance, a escala, a profundidade da problemática da pobreza num país como o Brasil, o desenvolvimento de “Tecnologias Sociais” reveste-se de uma importância estratégica fundamental para o nosso futuro. A inclusão de comunidades e grupos sociais carentes dependerá, provavelmente, da capacidade local de geração de soluções tecnoprodutivas tanto adequadas quanto de impacto social. Não vou me aprofundar no que seja e não seja a Tecnologia Social (TS). Existem diversas definições de TSs. Uma das mais difundidas é a adotada pela Rede de Tecnologia Social (RTS): “a TS compreende produtos, técnicos e/ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas em interação com a comunidade e que reapresentam efetivas soluções de transformação social” (RTS – Brasil, 2009)
É possível definir a TS como uma forma de criar, desenvolver, implementar e administrar tecnologia orientada a resolver problemas sociais e ambientais, gerando dinâmicas sociais e econômicas de inclusão social e de desenvolvimento sustentável. Uma definição que está muito perto de como considero a “inovação social” e o “negócio social”.
Aqui no Brasil são os atores fundamentais dos processos de desenvolvimento de TSs: movimentos sociais, cooperativas populares, Organizações Não Governamentais (ONGs), unidades públicas de Investigação e Desenvolvimento (I+D), divisões governamentais e organismos descentralizados, empresas públicas segundo fontes do RTS. Organismos que no meu ponto de vista, e assunto muito abordado em pesquisas pelo mundo afora, não adquirem ferramentas necessárias para desenvolver, implementar e muito menos administrar inovação social com verdadeiro impacto para a população carente. Deixando então para o primeiro setor, o setor empresarial, desenvolver formas cooperativas para resolver problemas sociais como pobreza e fome.
Potencial disruptivo
Hart e Christensen pleiteiam que os países em desenvolvimento são mercados-alvo ideal para as tecnologias disruptivas por, pelo menos, duas razões. Primeiro, os modelos de negócios que são forjados em mercados de baixa renda caminham bem, isto é, eles podem ser proveitosamente aplicado em mais espaços do que os modelos definidos para os mercados de alta renda. Além de ter modelos de negócios mais adaptáveis, inovadores disruptivos também competem contra o ‘anti-consumo’ – ou seja, eles oferecem um produto ou serviço para pessoas, que de outra forma seriam totalmente excluídos ou mal servidas pelos produtos existentes. Essa é a segunda razão pela qual os países em desenvolvimento são mercados, muitas vezes melhores para as empresas querendo um novo crescimento ou a procura de um novo tipo de espaço no mercado.
No entanto, no dia de hoje, em certas realidades essa segunda razão não vem a ser totalmente verdadeira. Pois é justamente neste mercado de baixa renda que tecnologias são necessárias, podem ser interativamente melhor desenvolvidas e aplicadas para enfrentar os desafios sociais e ambientais associados com o crescimento favorecendo a população na Base da Pirâmide.
Inovadores e Tecnologias disruptivas
A renda média per capita dos moradores em área rural de Bangladesh, por exemplo, é inferior a 200 dólares por ano, mas como um grupo são ávidos consumidores de serviços de telecomunicações. O objetivo da Grameen Telecom’s é facilitar o acesso aos serviços de celular GSM, em áreas rurais de Bangladesh, criando novas oportunidades e geração de renda para mulheres pobres. Estes telefones de aldeia, que pertencem a um único empreendedor, conhecidas como “senhoras do telefone”, são utilizados por toda a comunidade, gerando uma receita média para essas senhoras de cerca de US$ 90 por mês, e tanto quanto US$ 1.000 por mês em algumas aldeias grandes. Os clientes dessas “senhoras do telefone”, que pagam em dinheiro para cada uso, gastam uma média de 7 por cento de sua renda em serviços de telefone, uma porcentagem muito maior do que os consumidores nos mercados tradicionais em países desenvolvidos.
Kara Pecknold, estudante da Universidade de Arte e Design Emily Carr, em Vancouver, pegou um estágio com uma cooperativa de mulheres em Ruanda. Sua tarefa era desenvolver um website para conectar tecelãs rurais de Ruanda com o mundo. Pecknold logo descobriu que as tecelãs tinham pouco ou nenhum acesso a computadores e a Internet. Ao invés de pedir-lhes para manter um site, que ela teria construido, ela reformulou a tarefa, ampliando-o para averiguar quais os serviços as tecelãs gostariam que ela prestasse.
Grande parte das críticas a globalização econômica tem-se centrado sobre as violações do trabalho nas fábricas. Mas a maioria dos pobres do mundo não são empregados em fábricas; eles são trabalhadores independentes: como camponeses, camelôs rurais, vendedores ambulantes urbanos e pequenos produtores, normalmente envolvidas na agricultura e pequeno comércio no mundo vasto da economia “informal”.
Agricultores pobres em El Salvador usam os serviços de Telecentros para negociar a venda das suas colheitas através da Internet. E mulheres, nas aldeias costeiras na Índia, aprenderam em menos de uma semana a usar PC:s para interpretar imagens de satélite em tempo real, mostrando concentrações de cardumes de peixes no Mar da Arábia, para que possam dirigir os seus maridos das melhores zonas de pesca. ASAFE parti da hipótese de que o comércio eletrônico vai reduzir o custo de operações, facilitando o acesso a informação e aumentando a visibilidade das empresas detidas e controladas por mulheres. Além disso, ASAFE pretende utilizar a flexibilidade proporcionada pela Internet para treinar as mulheres nas técnicas e conhecimentos necessários para o crescimento dessas empresas. Novas tecnologias de informação e comunicação podem oferecer uma introdução ao comércio eletrônico e sua aplicação aos produtos têxteis, agroindústria e arte.
Então caros leitores, a questão que gostaria de levantar aqui, é: a serviço de quem TS deve ser dedicar com ambição de promover “inovação social” com impacto? É o “negócio social” uma ferramenta adequada e sustentável? Assunto que irei abordar no meu próximo artigo.
Sejam bem-vindos ao do site TI Especialistas
Novo site sobre TI questiona: “Tecnologia Social mas para o benefício de quem?” – http://bit.ly/cbNIED
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In the new site on IT if we ask ourselves: Social Technology but for whose benefit? – http://bit.ly/cbNIED