Gerência de Projetos

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Técnicas de extração de requisitos

publicado por Ruggero Ruggieri


Autora: Ana Maria Siqueira Chaves, PMP

Introdução
“Processo de transformação das ideias que estão na mente dos stakeholders (a entrada) em um conjunto formal (saída)”
Para o desenvolvimento de um projeto tem sido maior a preocupação com a análise de requisitos. No entanto, há a fase anterior, a extração de requisitos, que, se não for bem direcionada e explorada, aumenta em grandes proporções a possibilidade de ter que voltar aos envolvidos do projeto para questionamentos sobre o escopo.

O método de extração de requisitos para a fase de levantamento de informações pode ser explorado resultando em uma análise de requisitos mais consistente e realista.

Dentre os métodos de extração destacam-se:

JAD – Joint Application Design

Também chamado de Métodos de Projeto Interativo, substitui as entrevistas individuais por reuniões degrupo, onde participam os representantes dos envolvidos no projeto. Essas reuniões são intensas e levam tipicamente de um a três dias.

É um método destinado a extrair informações de alta qualidade dos envolvidos, em curto espaço de tempo, através de reuniões estruturadas que buscam decisões por consenso.
Os benefícios do JAD são:

  • Maior produtividade;
  • Maior qualidade;
  • Trabalho em equipe;
  • Custos mais baixos de desenvolvimento e manutenção.

A forma mais produtiva de decisão em grupo é aquela obtida por consenso. Entendendo consenso não como uma unanimidade de opiniões, mas sim coma a concordância entre os participantes de que a solução encontrada é a melhor para o grupo e não fere convicções ou valores essenciais.

Antes de iniciar as reuniões devem ser definidos os seguintes papéis, os quais podem ser cumulativos:

  • Facilitador, que coordenará a sessão JAD;
  • Documentador (pode ser um analista ou programador), registra todas as conclusões do grupo;
  • Observador, que deverá ser uma pessoa perspicaz;
  • Indicador de assunto, que garantirá que todos os pontos sejam tratados, deve ser um envolvido no
    projeto que conheça bem o assunto;
  • Representante dos envolvidos (usuários), que representará as áreas envolvidas, devem ser
    escolhidas as pessoas chaves, independentemente do nível hierárquico;
  • Gerente do projeto, que deverá acompanhar as sessões uma vez que o sucesso ou o fracasso do
    projeto será sua responsabilidade;
  • Especialista, aquele que conhece os projetos da organização, que possuam interface com o projeto
    em estudo.

Entrevista
Diálogo entre entrevistador e entrevistado. Trata-se uma situação social objetiva, pois permite que os envolvidos interajam de maneira mais completa.

Os participantes compartilham a situação, porém o entrevistador é responsável pela consecução do objetivo, que pode ser:

  • Examinar a emotividade da pessoa entrevistada, seus anseios, tendências, atitudes e motivação;
  • Ouvir um relato, biográfico ou cronológico, de fatos vivenciados ou observados pelo entrevistador;
  • Utilizar a entrevista para coordenar informações recebidas de fontes diversas, podendo apreciar o entrevistado e seu conjunto.

Para a preparação da entrevista o responsável deverá:

  • Fixar os objetivos da entrevista, os quais devem ser claramente definidos, pois determinam o que se pretende para satisfazer as necessidades identificadas de informação;
  • Procurar conhecer o entrevistado, características, experiências anteriores que podem influenciar na entrevista;
  • Determinar perguntas objetivas, não permitindo múltiplas interpretações;
  • Estudar o assunto, recorrendo a livros e/ou manuais;
  • Definir a forma de abordagem.

Questionário
A utilização de um questionário se aplica quando:

  • A distância é considerável;
  • Se queira obter um primeiro conhecimento
    Os benefícios de se utilizar o questionário são:
  • Economia de tempo;
  • Baixo custo;
  • Anonimato;
  • Tabulação;
  • Pesquisa

A preocupação na preparação de um questionário é quanto à elaboração do mesmo, que deve ser feita de forma clara com perguntas encadeadas e complementares.

Brainstorming
Buscar soluções através de geração espontânea de ideias, onde as regras são:

  • É permitido ter ideias;
  • Não é permitido julgar ou criticar ideias
  • Ambiente é não avaliativo.

Tem como base a descontração, o pensamento de que quanto mais ideias melhor, o enriquecimento da ideia alheia e o evitamento de discussão de ideias.

Deve ser definido o papel do condutor e do escriba, este anota cada ideia em quadro, flip-chart, ou
outro.

Um brainstorming deve ter como métodos:

  • Divulgação clara dos objetivos;
  • Geração de ideias (entre 20 a 60 minutos);
  • Intervalo para relaxamento
  • Estudo detalhado de cada ideia

Prototipação
Utilizado no estágio inicial do projeto. Ajuda aos stakeholders a desenvolver uma forte noção sobre a aplicação a qual ainda não foi implementada, que através da visualização da mesma eles podem identificar os reais requisitos e fluxos de trabalho do sistema. É muito utilizado quando os stakeholders são incapazes de expressar os seus requisitos ou se os mesmos não têm nenhuma experiência com o sistema.

Conclusão:
Todos os métodos de extração de requisitos possuem vantagens e desvantagens a serem consideradas e nenhum deles é completo dadas as inúmeras variáveis de complexidade, perfil de stakeholders, comunicação, nível de conhecimento do negócio, nível de qualificação dos profissionais de levantamento de requisitos, situações políticas, nível de comprometimento dos stakeholders, etc. Com isso, a utilização de mais de uma técnica, de forma combinada, ou a utilização de técnicas sintéticas, irá ajudar na complementação de possíveis lacunas de levantamento, além de melhorar a qualidade e completude dos requisitos visto que pode ocorrer o batimento cruzado de requisitos similares. Outro fator importante é a utilização de um framework de decisão para a escolha dos métodos mais apropriados dado o contexto do trabalho a ser realizado.

Em suma, na medida em que se investe na fase que antecede a definição e formalização dos requisitos, tem-se uma visão mais ampla e rica dos envolvidos no projeto. Este envolvimento contribui para a delimitação de um escopo do projeto mais consistente e embasado nos vários pontos de vista.

Sobre a autora
Ana Maria S. Chaves, Project Management Professional (PMP), certificada pelo Project Management Institute (PMI) – USA. Formada em Administração de Empresas, pós-graduada em Gestão de Projetos pela FIAP e pós graduada em Análise de Sistemas pela FIAP. Atua na Prodesp – Processamento de Dados do Estado de São Paulo. Foi docente no Centro Universitário da FEI (antiga Faculdade de Engenharia Industrial) – Na Pós-Graduação em Gestão de Projetos – Responsável pela disciplina Gestão de Riscos em Projetos (segundo as práticas do PMI), Foi docente na Universidade UNIESP – Faculdades Integradas Hebraico Brasileiras Renascença – Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

Bibliografias
PRESSMAN, ROGER S. – Engenharia de Software – Uma Abordagem Profissional – 7º Edição
SILVEIRA, D. S.; CRUZ, P. O. S. & SCHMITZ, E. A. Uma abordagem para especificação de requisitos focada em
modelagem de processos, Encontro Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração, ENANPAD,
Salvador, 2002b.
AUGUST, J. H. Jo

Autor

Gerente de Projetos SR., atua há mais de 20 anos na área de TI no seguimento do Governo do Estado de São Paulo. Desenvolveu atividades de desenvolvimento de Software para empresas brasileiras e multinacionais, tendo participando no Brasil e no exterior em projetos de TI de diversos segmentos como Educacional, Financeiro, Saúde, Tributário e Terceiro Setor. Professor de Pós-Graduação na UNINOVE nos cursos de Qualidade, Gerencia de Configuração, Requisitos, Gerenciamento de Projetos e Processo de Desenvolvimento Ágil Formado na PUC de Campinas, Pós-Graduação em Administração Hospitalar (Univ.São Camilo), Gerenciamento de Projetos (UNICAMP), Projetos Estruturados (USP), Ciência, Tecnologia e Inovação (USP). MBA em Gestão de TI na FIAP e Programa de Desenvolvimento Gerencial com foco em liderança estratégica - FIA, atualmente aluno de MESTRADO da UNINOVE na área de Gestão do Conhecimento. Formado em COACH para SBC - Sociedade Brasileira de Coaching e Master COACH pelo escola RICCOACHING.

Ruggero Ruggieri

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